Retrato de um homem medíocre (no sentido de mediano). Feliz em fazer um trabalho de nenhum valor intelectual ou para o espírito. Não somos assim, a maioria pelo menos?
Desprezo dos colegas. Ganha status quando aparece com um capote novo. Mundo de aparências da burocracia do estado (e das grandes corporações também).
O alfaiate mostra o que é colocar o espírito na profissão. É um artista. Tem orgulho da sua obra.
O problema da vida de aparências é que ela depende dos bens materiais. Se os perdermos, somos nada.
A pessoa importante existe em tudo que é lugar. Não sabemos direito o que ele faz para ser importante, mas ele se faz e é o que importa.
O personagem principal só passa a ter alguma vida social quando adquire aparência. Troque o capote por um carro e chegamos nos dias de hoje.
A visão de Gogol é pessimista. A maioria de nós é insignificante e a morte do personagem principal só é percebida na repartição dias depois. Ele é facilmente substituído.
A virada fantástica do final mostra que nem mesmo na morte o homem consegue seu descanso. Mas afinal, o que o personagem fez em vida para der um destino melhor?
Trata-se de um dos contos mais importantes da literatura russa. Dostoyevsky costumava dizer que eram todos filhos do Capote.