Bergman, silêncio II

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Assisti o segundo filme da trilogia Silêncio, do Ingmar Bergman. Trata-se de Luz de Inverno (1962). O tema é um dia na vida de um padre que perdeu a fé, e por isso mesmo se torna incapaz de ajudar sua paróquia. O Padre Tomás se angustia com o que ele considera o silêncio de Deus, que não responde suas súplicas. Ele tem um romance com uma professora, motivo de fofoca na pequena cidade em que vive.

Minhas notas:

  1. Por mais que esteja confuso, e seja um pecador, seus sacramentos continuam válidos. É um dos mistérios da Igreja que ela não depende da santidade de seus sacerdotes para prosseguir em sua missão.
  2. Seu coração esvaziado reflete a comunidade ao seu redor ou é o contrário? A Igreja vazia é um símbolo do vazio interior do pobre Tomás.
  3. De todos os personagens, ninguém é mais enfadado com tudo aquilo do que o organista da igreja.
  4. O sacristão deficiente físico, que no início do filme aparece como um incômodo para os demais, no final aparece como o verdadeiro cristão, que a despeito de tudo reflete sobre as escrituras e tenta buscar uma orientação de como interpretá-las corretamente.
  5. O casal que busca auxílio para a depressão do marido com o padre é a representação das pessoas comuns, que sofrem os problemas da existência humana. Recorrendo a platitudes inicialmente, e depois desabafando seus próprios problemas, o padre é incapaz de ajudá-lo.
  6. A esposa é a representação da mulher pragmática, que leva um lar a frente a despeito de todas as dificuldades.
  7. A depressão e o suicídios provocam danos irreparáveis a quem fica. Principalmente os que realmente amam.
  8. Luz de inverno. Ela é rara, mas quando surge ilumina com força. Essa é a metáfora para a resposta de Deus no mundo. Creio que Ele age principalmente através das pessoas. É no outro que vamos encontrar as respostas que procuramos.
  9. Quando Padre Tomás resolve rezar a missa exclusivamente para Marta, que é tratada como ninguém pelo organista, ele se coloca realmente como um instrumento de Deus. Trata-se de um ato de amor.
  10. Não seria a fala do sacristão uma resposta de Deus a Tomás?

Bergman, silêncio

Comecei a ver a famosa trilogia Silêncio, de Ingmar Bergman. Esta semana assisti Através de um Espelho (1961), o primeiro. Minhas primeiras notas:

  1. Que atriz era a Bibi Andersen!
  2. Da mesma forma que Deus não responde, Papa também não conversa com Minus. A última frase de Minus no filme talvez seja a expressão do milagre. O menino fica literalmente iluminado.
  3. Pobre Martim. Ama realmente a esposa, mas não sabe o que fazer. A tragédia do homem comum, que é afastado por quem ama.
  4. Não entendi a imagem de Deus como uma aranha. Dizem que isso se explica no segundo filme. Veremos.
  5. Que diálogo entre Martim e Papa. O escritor se afastou de todos que ama, criando um vazio em suas vidas. Acho que é o próprio Bergman aí.
  6. Minus é explosão de energia, aprisionado.
  7. O escritor que busca algo pessoal para tratar. E encontra no sofrimento da filha.
  8. Os quatro personagens parecem viver esperando um sinal da presença divina, mas são incapazes para se abrir para esta experiência. A ilha no meio do nada é a metáfora para uma existência sem Deus.
  9. Eles jogam a rede, mas nada pescam.
  10. Não se encontra o amor sem se arriscar. É a mensagem da peça dentro do filme.

5 Notas de Sexta

Olá pessoal!
Eis minha lista semanal de 5 coisas interessantes que andei fazendo (inspirado pelo Tim Ferris 5-bullets friday)

Filme da semana — Através do Espelho (1962). Primeiro filme da trilogia do silêncio, do Ingmar Bergman.

Discografia que estou revisitando
The Band. Com perdão do tracadilho: que banda!

Livro que terminei
Power and Glory, do Graham Greene. Um livro absolutamente maravilhoso. O que os mexicanos fizeram com a Igreja no fim da revolução foi imperdoável.

Livro que comecei
Imagens Cintilantes, da Camille Paglia.

Citação que estou meditando

“O que é contra a verdade, não pode ser justo”
Santo Agostinho

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Yuval Harari: algumas considerações

Ontem escutei um podcast do Martim Vasquez da Cunha e Rodrigo Constantino sobre Yuval Harari. Quem me apresentou o historiador israelense foi minha orientadora de mestrado, uma fã. Li Sapiens e depois assisti sua entrevista no Ted Talks. O programa foi interessante pois me permitiu uma visão das idéias principais de Yuval. Na época, fiz uma nota no Evernote sobre o que entendi serem estas idéias e minha reflexão inicial sobre elas.

Resgatei a nota do evernote e divido com vocês:

Entrevista no Ted Talks: 2016

Idéias:
1. Nos acostumamos com a idéia que a felicidade seria garantida com a globalização econômica e a liberalização política. Esse modelo é uma mentira pois não pode coexistir as duas coisas.
2. A política tem que se tornar global para se tornar compatível com a globalização econômica. Não há como retornar a economia para o nível nacional-local.
3. Os problemas atuais são globais.
4.Os dois grandes problemas da humanidade hoje são:
–  mudanças climáticas
– ruptura tecnológica
5. A tecnologia é a grande ameaça ao emprego e não a competição entre os países
6. Não existe uma narrativa cósmica para a existência do homem. O grande objetivo da humanidade deve ser vencer o sofrimento.
7. Toda identidade é falsa pois é baseada numa ficção (mito, religião ou ideologia)
8. É necessário um governo global para lidar com essas ameaças.
9. Esse governo não se parecerá com uma democracia dinamarquesa. O provável é que se pareça mais com o antigo império chinês, onde uma governança forte terá que impor a solução dos problemas globais. É um preço que se deve pagar pois a alternativa causará mais sofrimento.
10. A grande divisão da política atual, portanto, é entre globalismo e nacionalismo. Conceitos de direita e esquerda estão ultrapassados.
11. Vivemos a melhor época da história.
12. Abandonar as narrativas míticas é sinal de progresso.
13. Não há uma visão clara de como deve ser a governança global, mas ela é necessária.

Meus comentários
1. Yuval ignora o aumento do poder centralizado no último século. Parece que os governos se tornaram mais democráticos e liberais e o fracasso atual se deu pelo enfraquecimento dos governos e não por sua excessiva intervenção.
2. Será mesmo que a globalização econômica não pode conviver com o local? Por que é preciso um nível superior aos estados para regular a economia? Não se pode retomar as negociação bilaterais?
3. Não estou convencido que os problemas principais são globais.
4. Não estou convencido do problema das mudanças climáticas. Em Sapiens, Yuval argumenta que toda mudança climática e ecológica, mesmo na pré-história, foi causada pelo homem.
5. Não estou tão seguro que a tecnologia permitirá ao homem criar vida (e se tornar Deus)
6. Estamos chegando ao ponto que não será mais possível a substituição de emprego? Até agora sempre foi possível abrir novos caminhos. Mas o ponto é válido e a dúvida é real.
7. Sobre o objetivo do homem ser vencer o sofrimento, isso remete a palestra do Peter Kreeft sobre o sentido do sofrimento. Não é possível retirar o sofrimento deste mundo.
8. Mitos, religião e a própria ideologia possuem mais de verdade do que mentira. Acho que Voegelin está correto neste ponto de considerar estas narrativas como símbolos compactos da transcendência.
9. Não é possível concordar com Yuval e ao mesmo tempo crer na transcendência. Seu mundo é material e não há nada mais. Ele propões o fim da religião.
10. Ele não sabe direito como será o governo global, mas defende que é necessário. Isso me parece perigoso.
11. Algumas soluções podem ser necessárias ao nível global, mas é preciso um governo para impor-las? A que preço?
12. Para quem acredita no materialismo, não há dúvida que vivemos na melhor época da história. Viva o progresso!
13. Abandonar as narrativas é abandonar a verdade. Corresponde a rebaixar o homem ontologicamente, se isso for possível. Pois me parece que Yuval propõe, novamente, disfarçada, uma religião da humanidade.
14. Dificilmente eu encontraria um pensador que tivesse uma oposição tão diferente da minha quanto Yuval. Acho que concordo mais com Marx do que ele.

5 Notas de Sexta

Olá pessoal!
Eis minha lista semanal de 5 coisas interessantes que andei fazendo (inspirado pelo Tim Ferris 5-bullets friday)

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Filme da semana
Depois de 30 anos assisti novamente The Goodfather (O Poderoso Chefão). Filmaço.

Disco que estou revisitando
Life Before Insanity (2000), do Gov’t Mule. Que disco. Uma lástima que Alen Woody tenha nos deixado tão cedo. Que baixista!

Vídeos que estou assistindo no youtube
Achei uma coleção que é um tesouro. Trata-se de Catholic Novels, pelo padre Roberta Lauder. Em vídeos curtos, ele apresenta livros de tema católico, que utiliza em seu curso de literatura no St John’s College. Já comecei o primeiro, Power and Glory, do Graham Greene.

Curso que comecei
Crônica, teoria e prática, do Rodrigo Gurgel. Meu terceiro curso online com ele.

Citação que estou meditando

Eu leio um livro para ver se me livro
Adélia Prado

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Lista de vídeos para assistir

Aproveitando os últimos dias para assistir vídeos do youtube que estava na minha lista de “assistir depois”. A lista tinha mais de 40, muitos colocados há uns 2 ou 3 anos. Em geral, palestras.

Fiz uma limpa de vídeos que não estavam mais disponíveis, de assuntos que perdi o interesse e ficou pouco mais de 30. Comecei a assistir e já são 29 restantes. O último foi do Mateus Leme, tradutor de Tremendas Trivialidades, do Chesterton, tratando do livro.

No processo, descobri uma preciosidade. Palestras de 15 minutos de um padre do Broklin, Robert Lauder, sobre literatura católica. Cada vídeo ele trata de um livro. Estou devorando-os e me forcei a dar uma parada. Poder e Glória, Brideshead Revisited, Diário de um Pároco de Aldeia, The Moviegoer, minha lista de leitura só aumentando!

5 Notas de Sexta!

Olá pessoal!
Eis minha lista semanal de 5 coisas interessantes que andei fazendo (inspirado pelo Tim Ferris 5-bullets friday)
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Livro que comecei a ler—
O Pequeno Príncipe. Sério. Não tinha lido, estou no quarto capítulo. E adorando!
Disco que estou escutando sem parar —
This Sweet Old World (2017), da Lucinda Williams. Que beleza de album!
Palestra que assisti no youtube—
Gabriel Perissé fala da leitura em palestra de lançamento de Como Educar a Mente, da Susan Bauer. Ele praticamente ignora o livro, mas vale pelas observações sobre o ato de ler. (Embora eu não concorde com a tese que “leitura cura tudo”).
Um lançamento —
Mais uma série de livros de transcrições das palestras do José Munir Nasser em que ele comenta os grandes clássicos da literatura. Isso é OURO PURO.
Citação que estou meditando —
 “Mais pode Deus fazer, que o homem compreender
Thomas Kempis
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Ainda An Affair to Remember: notas de um filme metafísico

  • Os dois personagens estão tomados pelo ennui, o tédio existencial de quem conseguiu o que queria mas não um sentido para suas vidas.
  • Nickie, como diz a avó, sempre conseguiu as coisas fácil demais. Está prestes a se casar com uma milionária e passar uma vida sem preocupações.
  • Terry vai pelo mesmo caminho. Aparentemente teve uma infância difícil, mas vai se casar com um homem rico e terá segurança.
  • Nenhum dos dois estão felizes. Nickie queixa-se do tédio no navio, de não ter nada para se ocupar.
  • Ambos inicial um jogo de sedução, mais para se ocuparem do que por qualquer outro motivo.
  • Isolados do contexto de seus casamentos, daí a importância do navio, baixam suas guardas e se permitem ser honestos, o que gera uma camaradagem, origem do verdadeiro romance.
  • O processo culmina na ilha, quando a presença da avó e do ambiente familiar, reconectam ambos com suas origens, com as coisas que realmente importam. Saem as ilusões do mundo e fica um homem e uma mulher com suas falhas, e que se apaixonam.
  • A segunda parte da viagem é a rendição, em que ambos aceitam a inevitabilidade de largar os confortos materiais (nos dois casamentos) e viverem uma aventura, o romance. Chesterton já dizia que a essência do romance é a aventura, o medo misturado em confiança que o verdadeiro amor pode gerar.
  • Até aí, o filme poderia terminar no desembarque e fim das relações antigas. Só que vai além; os amantes não querem apenas o romance, querem ser dignos dele. Já sabem o que desejam, mas querem estar a altura do amor que nutrem um para o outro. Por isso os seis meses para “ajeitar a vida” são tão essenciais e confundem os críticos. Estes dizem que não faz sentido os seis meses para duas pessoas maduras como Nickie e Terry. Não faz sentido porque entendem o mundo apenas em sua realidade material, ignorando os aspecto espiritual. Eles se enganaram por tempo demais, vivendo a custas dos outros. Agora eles precisam tornarem-se auto-suficientes, mesmo que pobres.
  • Por isso Terry não conta do acidente, outro aspecto que parece inverossímil para os críticos. Ela não quer ser um fardo, ela precisa retomar sua autonomia, o que implica em superar sua dificuldade física. É preciso entender que durante este processo, são duas pessoas frágeis, que precisam se fortalecer.
  • Poderiam fazer isso juntos, mas o risco é grande de arruinar um relacionamento por não estarem ainda prontos. Não se trata de duas pessoas maduras que se encontram, mas de duas pessoas que se iludiram por muito tempo, que estavam à  beira do vazio existencial.
  • Quando se encontram, na cena final, já são pessoas autônomas. Com toda dificuldade, assumiram as rédeas de suas vidas e estão construindo suas histórias. Ainda resta um resquício de ironia e desconfiança em Nickie. Em nenhum momento passa por sua cabeça perguntar diretamente porque ela não compareceu ao encontro. Ele retoma, momentaneamente, o joguinho do início da viagem de navio. Falta-lhe ainda a confiança. Por fim, cai em si. Percebe seu erro, se arrepende e se coloca aos pés de Terry. Ambos estão prontos agora. Prontos para renderem-se ao outro.
  • Romance? Isso é uma estória de conversão! Uma conversão dupla, e por isso deve confundir tanto os críticos. Eles trocam o mundo da aparências (e do materialismo) pelo mundo da essência (da verdade), ou seja, o mundo do espírito, que é o que realmente importa. O instrumento para a conversão é o amor que sentem um pelo outro, a honestidade entre eles.
  • Como se chama uma estória de conversão, com base no amor e confiança, em que se marca um encontro no ponto mais alto de uma cidade para se unirem? Pois é. An Affair to Remember não é um romance, é um filme matafísico (o outro nome de religioso). Está disfarçado de romance. Como o cristianismo.

5 Notas de Sexta (que saiu só no sábado)

Olá pessoal!
Eis minha lista semanal de 5 coisas interessantes que andei fazendo (inspirado pelo Tim Ferris 5-bullets friday)

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Livro que comecei a ler
Walking with God (Tim Gray). Um livro que ensina como se deve ler a Bíblia. Dica do Papista, uma das melhores páginas do facebook.

Música que tenho escutado sem parar
Out On the Western Plain, do Rory Gallagher. Um folk de primeira, do mestre irlandês que nos deixou cedo demais.

Filme que vi esta semana
An Affair to Remember (1957). Um dos grandes filmes de Hollywood. E não é um romance. Parece, mas não é. Trata-se de um filme matafísico, sobre dupla conversão. Só assim a segunda parte faz sentido.

Uma dica de página do facebook
O papista. Sempre uma reflexão interessante sobre o catolicismo. E vem aí um curso sobre leitura da Bíblia.

Citação que estou meditando

A justiça e a verdade são duas pontas tão sutis que os nossos instrumentos são demasiados cegos para nelas tocar com exatidão.
Pascal

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Copa do Mundo: pensamentos soltos

1

 

Neymar divide opiniões. No Brasil. Fora não há divisão nenhuma; ganhou antipatia de todos. Estou vendo isso aqui em Bogotá.

2

Jogou bem as duas últimas partidas. Está numa crescente, com tudo para arrebentar nos jogos finais. Se quer conseguir cartões e faltas, tem que rolar menos. Atuação exagerada macula.

3

“Essa é a Bélgica? Ganhamos fácil”. Em copa, cada jogo é uma estória. Tem time bom que só aparece na hora certa. Na última copa a Alemanha penou para passar pela Argélia e empatou na primeira fase com Gana. Fácil esquecer isso depois do título.

4

Bélgica virou dois gols no segundo tempo de um jogo eliminatório. Não é pouca coisa. Se fosse Brasil, estaríamos exaltando um feito.

5

Somos acostumados a pensar no Brasil como a equipe a ser batida. Não aprendemos nada.

6

A última vez que o Brasil teve uma equipe claramente superior em uma Copa foi em 2006. E perdemos contra uma França que jogou taticamente perfeita. Bem fechada, em função da genialidade da dupla Zidane-Henry. Hoje somos mais esta França que aquele Brasil.

7

Sempre achei chato o estilo espanhol, mesmo quando dava certo. Agora que aprenderam a lidar com ele, continua chato e não funciona.

8

Nos anos 1990 parecia claro que a África estava perto de chegar longe em uma Copa. Enganamo-nos todos. Perderam o que tinham de bom (velocidade, força física, ousadia) e se tornaram cópias inferiores dos Europeus. Curiosamente a Ásia cresceu e não tem feito feio nas Copas, especialmente Coréia do Sul e Japão.

9

O que raios fazem tantos times da América Central na Copa? Honduras, Panamá e Costa Rica. Dois três, só cabia vaga para um.

10

48 países na próxima copa? Grupos de três? Claro que dá pare entender a equação política (cada novo aumento implica em votos para permanecer no poder). Havelange fez isso em 1982 (24), Blatter em 1998 (32). Esse último número é perfeitamente defensável. 48 é uma aberração.