Quando dizemos que as redações estão tomadas por intelectuais orgânicos, no sentido gramsciano da coisa, dizem que é exagero. Não se trata de uma simples preferência pela esquerda, mas militância mesmo. A maioria dos jornalistas estão empenhados em usar os veículos de comunicação para nos educar, nos mostrar seus valores superiores. No fundo, são egocentricos e vaidosos, a pior combinação de canalhice possível.
A coisa é tamanha que não há a menor dificuldade em conseguir exemplos. Separei dois.
O primeiro sobre a deputada Cristiane Brasil, de que não tenho a menor simpatia. Só o vídeo que ela gravou na lancha seria motivo suficiente para mostrar que não tem condições de ser ministra (como se o cargo exigisse o mínimo de padrão moral e de comportamento, mas vamos fingir que sim). No padrão de ministros que temos desde a nova república, convenhamos, ela não destoa. Muito pior foi colocar Jaques Wagner e Waldir Pires como ministros da defesa, por exemplo. Ou o Palocci como ministro da fazenda. Ou o Carlos Minc em qualquer coiasa, este que já tem até nome de ministério.
Pois bem, o jornalismo da globo está empenhado, como questão de honra, em desqualificar a filha do Roberto Jefferson (nunca o perdoarão por ter exposto o mito). Qual a notícia? Que ela teria ameaçado de demissão servidores se não fosse reeleita vereadora. É mesmo? Os servidores em questão são colaboradores em cargos de confiança de seu gabinete. Gostaria que os jornalistas explicassem por que motivos um outro vereador manteria uma equipe de confiança de Cristiane Brasil se eleito para o lugar dela. Quando troca um político de cargo, o normal é que se troque toda equipe em cargo de confiança. Aqui e em qualquer lugar do mundo. Cristiane Brasil só fez ressaltar o óbvio: se ela não fosse reeleita, perderiam os cargos.
Outro exemplo é o detento que passou em primeiro lugar no vestibular da UFPA. Medicina? Engenharia? Não, cinema. O que a reportagem não mostra, novamente o G1, é que o detento está cumprindo pena por pedofilia. Mais precisamente por gravar filme pornográfico com menores e vender pela internet. Que este porcaria tenha passado justamente em cinema é, rigorosamente, a única notícia que teria aqui, pela ironia. Só que os jornalistas estão militando na causa do criminoso como uma vítima da sociedade que só precisa de uma chance para ser uma boa pessoa. Bando de charlatões.
Antigamente este povo passaria em branco com estas barbaridades. Em tempos de internet estão expostos a serem ridicularizado e é bom que seja assim. As vendas dos jornais estão despencando no mundo inteiro, e parte se deve à perda de credibilidade por porcarias como estas. Não por acaso querem censurar a internet. Estão sendo cada vez mais expostos na rede, e de imediato. Esta geração tem que passar, e rápido.