A física nos ensina que onde há trabalho, há atrito. Essa lei é uma constante nos ambientes corporativos, especialmente quando se está realizando algo de relevante. Pensamos diferente, divergimos, disputamos espaço e temos soluções diferentes para os problemas. Muitas vezes esses atritos contribuem para soluções melhores, mas muitas vezes, não. Infelizmente temos em nosso coração uma certa dose de vaidade, o que é próprio da condição humana. A Bíblia chama isso de pecado original e quem achar que está livre desta marca ainda não começou a entender o que somos.
É uma infelicidade quando duas pessoas, impulsionadas pela vaidade, se dedicam a querer provar que estão certas e a outra, errada. A tragédia é que trata-se de uma disputa em que ambos perdem. Vamos supor que eu prove que estou certo, o que acontece? A outra pessoa tem o orgulho ferido, o que só aumenta seu ressentimento. Eu fico com a euforia de ter provado minha superioridade e com o pior mal dos dois, o reforço da minha vaidade. Ao fim, nenhum de nós estará mais próximo do outro e ambos fracassaremos em algo muito mais importante do que essas disputas mesquinhas, e que nem imaginamos estarmos enfrentando, o eterno desafio de amarmos uns aos outros.
É um espetáculo triste de ver, especialmente quando são pessoas que gostamos. Parece que nada que dizemos faz a menor diferença; estão cegos pelo ressentimento mútuo. Uma pena.
O pior é que muito depois, quando entendermos a verdadeira perspectiva das coisas, perceberemos que tudo aquilo que parecia tão importante no momento era pequeno. Teremos aquela sensação de energia que foi gasta por tão pouco.
Poucas coisas são realmente importantes na vida. Tragicamente gastamos grande parte do nosso esforço nas coisas que pouco importam, ou que não importam nada. Se me perguntarem a minha receita pessoal da felicidade eu responderei que começa por identificar o que realmente importa e jogar de lado tudo o mais.
Enquanto isso não acontece, somos um bando de idiotas disputando o nada.