Ontem escutei na CBN uma discussão entre o Sardemberg e uma economista, Mônica. Não consegui escutar o sobrenome, apenas que mora fora do país. Tratavam dos mais recentes números que mostram que a inflação baixou e que a taxa de desemprego parou de subir. Ela discordou veementemente da afirmação do colega de que essa situação representava uma melhora. Segundo essa Mônica, a situação só melhoraria se o desemprego começasse a cair. Sardemberg retrucou. Quando as pessoas estão sendo demitidas e param de perder emprego é sim uma melhora. Ela não concordou e afirmou que a única questão que interessa é se daqui a três anos o Brasil estará crescendo novamente a 3,5%, com pleno emprego.
Fico pensando. Tudo que é feito em economia pelos governos tem como justificativa diminuir o desemprego. Nada é mais importante nesse mundo confuso que vivemos do que a tal taxa de desemprego, uma idéia que é na essência, do Keynes. Eu não lembro de um economista que trate de forma diferente, que veja coisas mais importantes do que o emprego na economia. Talvez estejam certos, não sei. Mas tenho lá minhas dúvidas. Sei que ter emprego é importante, mas será o mais importante?
E o tal pleno emprego? É possível? Uma nação toda empregada é sinal de que as coisas estão bem? Que eu lembre a população soviética era toda empregada e nem assim viviam bem. Ah, mas o importante é o desenvolvimento econômico. Será? E o que significa desenvolvimento econômico? Enriquecer? Se já está mais que demonstrado que ter dinheiro não é garantia nenhuma de felicidade, por que uma nação rica seria?
É sempre muito perigoso considerar a economia independente das outras dimensões humanas, como a religião e a própria política _ que não deve ser confundida com a politicagem. Sempre achei que a economia nunca é um fim, sempre um meio para algo maior. Mas para que?