Na cena final de La Dolce Vita, o clássico de Frederico Fellini, a beleza, na forma de uma menina, tenta se comunicar com Marcello, lembrá-lo de seu ideal, do desejo de escrever um livro. Ele não consegue escutá-la. Sua alma se fechou, não suportou que seu modelo de vida, tenha se suicidado e matado os próprios filhos. Em um mundo sem sentido, que Deus não está presente, melhor seria não ter nascido.
Marcello desiste de buscar qualquer orientação. Se entrega à barbarie, ao grotesco, à feiura. Ele ainda não sabe, mas seu caminho é da auto destruição.
La Dolce Vita talvez seja mais atual hoje do que quando foi filmado. Há sempre um carácter profético na verdadeira arte.
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