O 15 de novembro

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Há um número pequeno, mas crescente, de pessoas que lamentam o 15 de novembro. Será uma simples insatisfação com o momento atual? Não sei, desconfio de respostas simples. Só sei que quando vejo a imagem de D. Pedro II, vejo uma imagem trágica, de um homem de bem que foi vítima de seus próprios erros e acertos.
 
Nossa cultura é tão doente que até hoje não fomos capazes de produzir um livro ou filme que romanceie os acontecimentos que levaram à República, o que impede a formação de um imaginário sobre o que aconteceu. Sem imaginário, não há reflexão e ficamos presos aos lugares comuns, sem ter a menor idéia do que significou a data. Comparem com a quantidade de filmes de Hollywood sobre o 4 de julho, Dia D ou a Guerra Civil.

Desconfio que estamos presos a mentiras criadas pela própria República para se justificar. Sei que há pencas de livros de história, mas sem ficção eles são quase inúteis, versões para escolher a sua. Não acredito em ciência social que não comece pela literatura ficcional. Primeiro temos que ter o sentimento das possibilidades, tentar entender o espírito da época. Depois vamos aos livros de história. É muito mais fácil entender os livros sobre a revolução industrial depois de ler Dickens (e entender que Marx foi um charlatão).

A República foi um erro? Não tenho a menor idéia, faltam esses conhecimentos básicos que me permite refletir sobre esse acontecimento. Na base da opinião, acho que foi nosso grande erro histórico e civilizacional. Mas trata-se apenas de uma opinião sem fundamento, um puro achismo. Vale quase nada. E é assim que temos que tratar as opiniões sem fundamento, um mero palpite. Para começar a refletir com seriedade é preciso levantar a opinião dos sábios. O que dá um trabalho danado.

 

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