Conservadores: alegria!

Alguns conservadores tem o péssimo hábito de cultivar o mau humor. O atual papa, que confesso não ter muita simpatia, disse algo logo no início de seu papado que guardei: o cristão tem que ser, sobretudo, alegre. O Nobel de Dylan mostrou essa face ranzinza de muitos, inclusive de alguns por quem tenho a mais absoluta admiração, diga-se. Parece que a arte já foi consolidada, e nenhuma forma  moderna é válida. Só vale o que se chama de clássico.

Esse artigo de Fernando Escorsim coloca o ponto com mais propriedade.

Apenas retomo o que aprendi com Peter Kreeft e Mortimer Adler: para julgar temos primeiro que entender. Não estou convencido que:

1. composições musicais não possam ser literatura;

2. as composições de Bob Dylan não sejam dignas de ser chamadas de boa literatura.

Como já disse aqui, pouco conheço de sua obra. Passei a última semana estudando, e apreciando, o disco Blood on Tracks. Uma maravilha. Vejam esses versos:

 

People see me all the time and they just can’t remember how to act

Their minds are filled with big ideas, images and distorted facts

Even you, yesterday you had to ask me where it was at

I couldn’t believe after all these years, you didn’t know me better than that

(Idiot Wind)

 

Sundown, yellow moon, I replay the past

I know every scene by heart, they all went by so fast

If she’s passin’ back this way, I’m not that hard to find

Tell her she can look me up if she’s got the time

(If You See Her, Say Hello)

 

I was in another lifetime one of toil and blood

When blackness was a virtue and the road was full of mud

I came in from the wilderness a creature void of form

Come in she said, I’ll give you shelter from the storm

(Shelter From The Storm)

 

bob_dylan_blood1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *