Presente, de Antonio Cicero

Por que não me deitar sobre este

gramado, se o consente o tempo,

e há um cheiro de flores e verde

e um céu azul por firmamento

e a brisa displicentemente

acaricia-me os cabelos?

E por que não, por um momento,

nem me lembrar que há sofrimento

de um lado e do outro e atrás e à frente

e, ouvindo os pássaros ao vento

sem mais nem menos, de repente,

antes que a idade breve leve

cabelos sonhos devaneios,

dar a mim mesmo este presente?

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