O Editorial vergonhoso da Globo sobre a morte do cinegrafista.

Ontem finalmente houve a primeira morte vítima dos protestos. Já era uma desgraça anunciada, a dúvida é se seria um PM ou um manifestante. Não acredito nesta balela de manifestações espontâneas; a rapidez que surgem advogados e ONGs para defender os delinquentes _ aqui neste blog não cabe a palavra ativista _ mostra que a coisa é orquestrada. Com que propósito? Não sei. Mas o fato dos black blocs nas ruas afastar a população das mesmas parece ser uma pista.

A coisa toda é lastimável, mas quero chamar atenção para um ponto específico: o papel pusilanime de grande parte imprensa. O editorial do Jornal Nacional de ontem merece ser estudado, tamanho o grau de absurdo. Para começar, não há uma única citação dos black blocs em todo o texto lido por William Bonner, que se tivesse vergonha na cara teria se recusado a lê-lo.”Grupos minoritários acrescentaram a elas o ingrediente desastroso da violência“. Foi o máximo que conseguiram ir. Mesmo assim usaram toda uma linguagem politicamente correta, fazendo uma metáfora sem sentido com comida, como se a violência fosse apenas um ingrediente. Pior ainda, a palavra “desastroso” indica que o problema não está na violência em si, mas da falta de eficácia pois acaba maculando a “causa”, sela ela qual for. Não Sr Bonner, não se trada de grupos minoritários, mas de um grupo específico, que está presente em várias manifestações provocadas por sindicatos e grupos estudantis. Lembram da estória do good cop and bad cop? Os sindicatos descobriram que podem usar esses marginais como forma de pressão para poder negociar melhor. Tá vendo como eles são violentos? Melhor a gente chegar em um acordo rápido para que eu possa controlá-los. Se não me atender, eu não vou ter como segurar. Tudo, enfatizo, sobre aplausos de boa parte dos jornalistas, que densonram a profissão como talvez nunca tenha sido visto.

E quem matou o cinegrafista? Na voz de Bonner “Mas a violência o feriu de morte aos 49 anos, no auge da experiência, cumprindo o dever profissional“. A violência feriu de morte? Por que não “um black bloc matou um cinegrafista”? De que tem medo a Globo? Ser mais odiada por essa gente do que já é? Semana passada, um jornalista trouxe um furo ao vivo, identificando corretamente o que aconteceu no episódio, na condição de anonimato. Perceberam o absurdo? Um jornalista consegue um furo de reportagem mas não quer aparecer no vídeo! Esse é o Brasil que está sendo construído pelo petismo, e vocês votam nessa turma!

Interessante que na hora de apontar um black bloc ficam cheio de dedos, mas o mesmo cuidado não possuem com a polícia. Novamente na voz de Bonner: “Também a polícia errou – e muitas vezes. Em algumas, se excedeu de uma forma inaceitável contra os manifestantes; em outras, simplesmente decidiu se omitir. E, em todos esses casos, a imprensa denunciou. Ou o excesso ou a omissão“. É a tara ideológica. A polícia está sempre errada. Se reprimir, foi violenta; se deixar, foi omissa. Um parágrafo para entrar para a história.

Na conclusão o ediorial pede que se investigue, aponte os culpados e etc. Muito pouco. O que era preciso nesse momento era uma condenação cabal aos grupos black blocs e um apoio irrestrito às forças de segurança pública para coibir a ação desses delinquentes, além de um repúdio completo ao uso de máscaras. De cara limpa, a coragem some rapidinho como vimos em um vídeo ontem em que um deles teve que correr para debaixo da saia da delinquente Sininho depois de ser levar uma câmera de tv na cabeça de um cinegrafista. Por que? Porque o anjo soltou um singelo “espero que você seja o próximo” para um cinegrafista que acabara de perder um companheiro de profissão.

Leiam o editorial da Globo. Uma vergonha com começo, meio e fim.