Noam Chomsky encantado com Chávez

Chomsky visitou Hugo Chávez ontem e hipotecou sua solidariedade. Afirmou que o tiranete venezuelando está levando ao seu povo um mundo diferente, muito embora Chávez seja bem claro em seuchomsky-chavez objetivo: o socialismo. Chomsky é um exemplo cabal da traição dos intelectuais, do mal que toma conta da maioria dos intelectuais. Ele não quer se relacionar com o mundo real, quer mostrar que o mundo se molda à sua realidade. Mais importante do que entender o real, quer estar certo, o que é muito diferente.

Chávez está em marcha acelerada com o fim da liberdade em seu país. Sua reforma educacional, que promoverá o socialismo, é inspirada no modelo soviético de Stálin. Sim, ainda haverão eleições e uma oposição, sem qualquer força para lhe opor. Esta simulação de democracia é suficiente para homens como Chomsky. Mais um intelectual a serviço de uma causa.

Xixi no banho!?!

Como não assisto televisão aberta, acabo perdendo umas pérolas. Quer dizer que o Jornal Nacional levou ao ar uma reportagem defendendo o xixi no banho como método para economizar água doce e salvar a Mata Atlântica? Que estão sendo exibidos comerciais da ONG SOS Mata Atlântica dirigidos principalmente para crianças defendendo a prática? Será que perdemos realmente o senso do ridículo?

E ainda querem que eu leve esse tipo de coisa a sério.

Mais uma vez, a Igreja Católica

Deixei de ser católico há quase duas décadas. Não deixeis de ser Cristão para que o leitor entenda que crer em Cristo é traço marcante de minha personalidade pois passa pelo meu entendimento da própria existência. O cristianismo não é uma mitologia que me consola nos momentos difíceis, pelo contrário, é talvez a parte mais real da minha existência, a parte que dá sentido a toda minha existência.

Reinaldo Azevedo cantou a bola sobre o protocolo do acordo entre a Igreja Católica e o governo brasileiro. Alguns juristas manifetaram-se, particularmente a Associação dos Magistrados do Brasil, sobre o possível retrocesso que o documento provocaria na separação da Igreja e o Estado. Reinaldo recomendou, não acredite em mim, leia a íntegra do acordo.

Foi o que fiz. Li o acordo atentamente, da primeira á última linha. Não vi absolutamente nada que ameace a separação já consagrada nas nossas leis. O artigo que enfureceu uma parte dos nossos juízes fala sobre o ensino religioso. Não há como ser mais claro que no Artigo 11. Fala em direito de liberdade religiosa e a importância do ensino religioso para a formação integral da pessoa. Podem discordar que este tipo de ensino seja importante no entanto devem respeitar eu e todos os demais brasileiros, uma parcela bastante significativa, que acredita que a religiosidade é sim uma parte importante da formação da personalidade.

Quer dizer que os ateus são abrigados a assistir aulas de ensino religioso? Muito pelo contrário. O acordo afirma claramente a matrícula facultativa; mais ainda, diz explicitamente ensino católico ou outra confissões religiosas, um campo suficientemente amplo para englobar qualquer tipo de fé. O acordo abre uma porta, tanto para católicos quanto para qualquer outra fé, que complemente o ensino regular com uma disciplina específica de ensino religioso. Onde está o retrocesso? Quel existam pessoas que consideram a religião importante para o desenvolvimento humano? Isso é opinião. Ninguém está querendo colocar alguém contra a vontade para assistir aula de religião. O que a Igreja quer, e é direito seu, que os pais que desejem tenham este caminho para seus filhos.

Por que fala-se tanto em tolerância com as religiões em geral, até mesmo em seitas que utilizam técnicas de programação neuro-linguística, mas esta tolerância é vedada aos católicos em particular e aos cristãos em geral? Muitos que levantam as armas para combater o ensino religioso acham normal rituais indígenas com mutilações e mesmo infanticídio. Estranho mundo onde pode-se matar uma criança em nome de um cultura mas não se pode assistir uma aula sobre a vida de Cristo.

Digo o mesmo que Reinaldo Azevedo. Não acredite em mim, leiam o documento. O ordenamento jurídico brasileiro é ressaltado o tempo todo e a liberdade religiosa, para todos os cultos, é re-afirmada.

Tempo de Meditação

Quando este blog fica em silêncio, normalmente é porque seu autor resolveu deixar de lado um pouco a luta e refletir sobre tudo que está aí. Ganhar um pouco de distância, ganhar perspectiva, tentar enxergar com um pouco menos de paixão e combatividade.

Uma pessoa que me é muito cara me disse outro dia que estou ficando muito radical em minhas opiniões. Ela estava tão certa, mas tão certa, que respondi sem pensar que estava enganada. Não parei nem um segundo para pensar no que ela me disse, para considerar que talvez estivesse com a razão.

Desde então tenho refletido sobre o assunto. Ela chegou a lembrar a célebre frase de Aristóteles: a virtude está no meio. Lembrei da última vez que tentei argumentar a sério com alguns amigos. Passei da conta, soube disso no momento que falava. Usei termos fortes, gesticulei, tornei-me exatamente o tipo de pessoa que tenho procurado me opôr; tornei-me um homem massa; um homem preso ao próprio discurso.

Encontrar nossas próprias convicções é um exercício inebriante e perigoso. Somos tomados pela euforia, queremos dividir nosso ponto de vistas, muitas vezes passando por cima do direito dos outros em escutá-la. Fico relembrando a cena que discuti com meus colegas. Não estava muito diferente da Heloísa Helena falando do Plano Real ou de um líder grevista. Acho que se tivesse um megafone na mão teria usando-o dentro do meu próprio apartamento!

Perdi o senso de perspectiva. Hora de parar, arrumar o pensamento. Não se trata de abandonar a luta e deixar se levar pela inércia que nos levou ao ponto que estamos hoje. Não se trata de fugir do confronto, de deixar de defender suas idéias. Trata-se de ver o confronto onde existe realmente confronto, evitando misturar jantar entre amigos com debate políciico-filosófico no estilo bolchevique. Cada um em seu campo.

Hora de lembrar que a moderação deve ser usado quando couber, que devemos defender nossos ponto de vistas, mas com tranqüilidade e deixar sempre aberto o caminho para o recuo quando nos convencermos que embarcamos em uma canoa furada. Li em um contro do Dostoievsky, ainda neste fim de semana, que um determinado personagem só se deu conta da estupidez de seu argumento quando o pronunciou. Tem toda razão. Quantas vezes para defender uma convicção não lançamos mão do pior argumento possível, um argumento falho, deparando-nos com a estupidez que nós próprios pronunciamos. Teremos a h0nestidade intelectual de reconhecer o erro e reformular? Pior ainda, não teremos nos deparado com uma contradição suficiente para colocar em dúvida uma de nossas idéias? Neste caso, somos honestos para pelo menos reconhecer nossa perplexidade?

A todo momento somos influenciados pelas pessoas que estão a nossa volta, para o bem e para o mal. Por vezes tentamos imitar um traço de uma pessoa que admiramos sem entender, todavia, que este traço não faz parte de nossa personalidade. Seguindo por este caminho, acabamos por nos descaracterizar. Nos tornamos cópias mal-feitas de outra forma de pensar, refletir e agir. Devemos aprender com quem admiramos, mas não a ponto de perder nossa individualidade.

Este longo trecho reflexivo foi para me situar novamente no embate cotidiano de um mundo de imposturas. Para acender na minha frente o sinal de alerta para não cair nas armadilhas que são colocadas no caminho de quem se propõe a pensar, a deixar um pouco a mediocridade cômoda da sociedade da informação.

Uma das piores coisas que podem acontecer a um homem livre é tornar-se cópia do próprio mal que optou em combater.

Estudante protestam contra Sarney

Deu-se certa publicidade ao protesto de alguns estudantes contra o presidente do senado, José Sarney.

Onde estavam estes valentes quando o governo Lula comprou o Congresso em um ato muito mais nocivo do que os atos secretos do senador maranhense? Pois lembro muito bem, ameaçaram ir para as ruas para defender o presidente caso fosse aberto um processo de impedimento. Só no Brasil estudantes se mobilizam para defender presidente acusado de corrupção.

Outro dia foram às ruas novamente. Para defender a Petrobrás. Conseguiram inovar novamente. Nunca antes estudantes tinham se revoltado contra investigação de corrupção.

Não é à toa que este bando de desocupados não consegue atingir a grade massa dos estudantes; na prática já desmolarizaram as entidades e o próprio movimento estudantil. Venderam-se e barato. Quando vejo o estudante de camisa vermelha e barba(claro) preso pela segurança do senado sinto um atraso de 40 anos. O dia que resolverem protestar contra o patrocinador maior da corrupção na política brasileira podem até ter minha simpatia; por hora um solene desprezo. 1292976-7058-atm17

Questionamentos

Recebi o seguinte comentário assinado pela acessoria de comunicações do Ministério da Saúde:

O Ministério da Saúde não tem ocultado informações da população. Desde o início, o Brasil tem informado a população sobre o novo vírus, formas de contágio e prevenção com transparência, além de investigar a epidemiologia dos casos.
O Influenza A (H1N1) é semelhante à gripe sazonal em relação aos sintomas, formas de contágio e tratamento na maioria dos casos. Apenas casos graves e pessoas do grupo de risco podem ter indicação para uso do Tamiflu. A maior parte dos casos foi leve, pode ser tratada com outros medicamentos e já recebeu alta, mesmo sem fazer uso do Tamiflu.
A taxa de letalidade citada no post está equivocada, pois o Brasil está realizando a notificação, investigação, diagnóstico laboratorial e tratamento dos casos com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e dos grupos de risco para desenvolver formas graves, assim como identificação de novos focos da doença no país. Dessa forma, a taxa de letalidade desse vírus, no momento, é de 0,09/100 mil habitantes no Brasil.

A porcentagem de mortos que o autor se referiu foi número de mortos dividido por número de casos. Pelos dados informados pelo próprio Ministério, temos 13% de mortalidade. Ou existe algum erro nos números divulgados?

Parece que o número de casos ainda está baixo no país, mas a mortalidade está alta. Se estivermos apenas no início de uma epidemia, como ficaremos?

Quanto ao Tamiflu, por que países como a Inglaterra e o Chile o distribuem livremente e aqui no Brasil e o Ministério está controlando a distrubuição apenas para os casos graves? Não temos remédios suficientes para enfrentar uma epidemia?

Confirmando dados

Folha online:

O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira que, entre 25 de abril e o último sábado (8), foram registrados 1.586 casos graves da gripe suína –a gripe A (H1N1)– no país. Ao todo, 3.642 pessoas contraíram o vírus no Brasil, revela o balanço.

De acordo com a pasta, neste período, ao menos 192 pessoas morreram, porém, com os dados das secretarias estaduais de Saúde, o número de óbitos no Brasil já chega a 211.

211 mortes em 1586 casos. Isso é mais de 10%, é em torno de 13%! O número é espantoso diante de uma mortalidade de menos de 1% na maioria dos países. Há algo definitivamente podre no reino da banânia.

Por que a imprensa não está cobrando o Ministro Temporão sobre o assunto?

Gripe Suína: silêncio

A imprensa está tratando a gripe suína no Brasil como se fosse um assunto secundário. Limita-se a registrar as mortes e pegar uma ou outra declaração de alguém do ministério da saúde, ou mesmo do ministro, tranquilizando a população. Para quem lê o noticiário, a impressão é que trata-se de um pequeno surto que logo vai passar.

Dois profissionais de saúde amigos meus, um médico e uma enfermeira, que trabalham em cidades diferentes, alertaram-me que a coisa não é bem assim. Ela me disse outro dia que as autoridades e hospitais estão escondendo as mortes para evitar alarmar a população. Ele me disse que já participou de reuniões sobre a gripe e a situação não é nada boa.

Há dois dias, saiu a seguinte nota no Jornal do Brasil:

O infectologista Edmílson Migowisky fez duras críticas na manhã desta terça-feira à forma como o Ministério da Saúde vem ministrando o Tamiflu no país. Segundo Migowisky, a alta percentagem de mortes no Brasil, mais de 10%, contra 0,5% em todo o Mundo, é consequência da restrição que o Ministério fez quanto á distribuição da medicação.

– A letalidade da gripe no Brasil é muito superior à letalidade da Inglaterra, onde aconteceram quase 100 mil casos e poucas pessoas morreram. O Chile também distribui a medicação livremente e o índice de mortes é baixo – atacou.

O infectologista, que desde o início da epidemia defende a liberação da medicação sem restrições, diz que boa parte das 210 mortes no país aconteceram por conta desta política errada.

– Aqui no Brasil a política é restritiva.

Será que estamos no meio de uma epidemia que pode se alastrar pela conhecida incompetência do governo? Cadê a imprensa que não está fazendo estas perguntas? Não está passando da hora de investigar mais um pouco?

O México teve que parar para conseguir se livrar da gripe. Por aqui, tirando algumas escolas, tudo está normal: cinemas, teatros, shoppings. Será uma irresponsabilidade?

Estou começando a ficar inquieto com a gripe no Brasil. Tenho a impressão, e por enquanto não passa disso, que tem muita coisa escondida nesta estória. Que há algo de podre no reino da Dinamarca.

Política brasileira

Não é fácil. Não é à toa que o lulo-petismo ganhou o país de assalto. Ao contrário da oposição, tem um plano muito bem definido de poder e não exista em fazer sacrifícios para conquistá-lo. Para preservar a figura de seu presidente e símbolo, não pensou duas vezes antes de jogar todo o primeiro escalão do governo no ostracismo, de Palocci a Dirceu. A oposição, por sua vez, deixou o mensalão escapar de suas mãos com a imbecil decisão de igualar Azeredo e Lula. Ao defender o caixa dois do senador mineiro, deu aval para o caixa dois do Lula; pior, passou para a sociedade que o único crime do presidente tinha sido este quando na verdade houve compra de votos do legislativo, um dos mais graves crimes de um regime democrático.

Agora, para preservar atos isolados de Arthur Virgílio e Sérgio Guerra, semelhantes a quase todos os senadores, a oposição resolve igualá-los a José Sarney e sua turma. Assim fica fácil para Lula nadar de braçadas. O arranjo é uma vergonha para todos os envolvidos e o vencedor está do outro lado da praça dos três poderes que será poupado de ter que defender o coronel do Amapá/Maranhão.

Por isso o PT está onde está e o PSDB e DEM estão onde estão. Talvez por muito tempo ainda.

A esquerda limpinha

Marina Silva pode ser a candidata a repetir Heloísa Helena nas eleições do ano que vêm. O noticiário está repetindo sem parar que o governo está preocupado e quer evitar a aventura que poderia dividir os votos da Dilma. Não acredito nisso. Tudo pode ser uma manobra dos estrategistas do lulo-petismo para 2010.

Dilma tem potencial para afastar os eleitores moderados da sua canditadura por seu passado terrorista, seu radicalismo e até mesmo pela sua fraude intelectual no caso dos títulos. Com medo que este voto migre para o candidato da oposição, o governo pode estar investindo em um candidato da “esquerda limpinha”, como foi HH em 2006. Uma esquerda que não participa do jogo sujo da política e possui ideais éticos.

Quando as eleições chegarem na definição, confiam que estes votos migrem naturalmente para o candidato da esquerda suja para evitar o mal maior de ter a vitória de um oposicionista. Não vou dizer candidato da direita porque este tipo de ser não existe na política tupiniquim. A disputa de 2010 estará entre candidatos de esquerda mais uma vez, seja Serra, Dilma ou Marina.

Aliás, a candidatura da Dilma não me concenceu até hoje. Pressinto que na hora H, o governo vai desembarcar da canoa da ex-terrorista e lançar seu nome verdadeiro. Lula pode estar apenas se divertindo, lançando um nome para especulação enquanto guarda seu verdadeiro candidato para o ano que vem.

Quanto a Marina, o que dizer? Corre sério risco de trocar seu mandato garantido de senadora pelo ostracismo político, como fez Heloísa Helena, hoje vereadora em Maceió. Deve ser isto que deve estar em questão em sua cabeça para decidir se aceita a aventura do PV ou não. Pode se transformar em mais uma inocente útil do petismo; papel, aliás, que desempenhou com perfeição quando foi ministra emprestando uma credibilidade ambiental internacional para  Lula. Foi defenestrada quando o governo teve que começar a mostrar resultado em termos de infra-estrutura e a ministra se mostrou ruim de jogo para atender o razoável.

Estão chamando sua candidatura de novidade. Não vejo nenhuma ainda. Apenas mais uma tentativa de vender uma esquerda limpinha como foi Heloísa Helena e Cristovão Buarque nas últimas eleições. Novidade seria a apresentação de um candidato com uma agenda liberal, propondo redução do tamanho do estado e da carga tributária.

Seria pedir muito?