Nas últimas semanas o desânimo bateu forte. Tirou-me completamente o prazer de continuar postando, tentando expressar minha visão dos acontecimentos. Cada vez mais estamos nos afundando no abismo das iniquidades humanas e fica difícil acreditar que algo possa ser feito para reverter este quadro.
A esquerda venceu o debate cultural. Na verdade nem chegou a vencer pois o conservadorismo fugiu assustado com a gritaria e se refugiou em suas conchas. Passaram a repetir os mantras da esquerda e aceitaram os rótulos que foram criados pela nova-língua cridada por uma nova hegemonia mundial do pensamento socialista. Orwell estava certo. O indivíduo foi massacrado pelo estado conforme sua imagem da bota sobre o rosto humano em 1984.
É triste ver a direita completamente perdida, sem convicção no que intuitivamente acredita. O homem massa prosperou e bilhões de idiotas se deixaram guiar por falsos profetas que prometem o paraíso na Terra. Como é possível sociedades inteiras se deixar levar por líderes que defendem o que intimamente rejeitam? Como é que ficamos tão covardes a ponto de ter medo de discutir com um bando de baderneiros que usam a intimidação como maior fonte de argumentos?
O homem moderno é realmente curioso. Possui horror a tal “mídia”, no entando aceita completamente as categorias de pensamento transmitidas por milhares de jornalistas medíocres incapazes de pensar com honestidade. Esta mídia possui veneração por intelectuais traidores, no sentido defendido por Benda em “A Traição dos Intelctuais” (leiam, utilidade pública), que dissociados do mundo real vivem imersos em utopias que não se sustentam. São Dom Quixotes que guiam bilhões de Sanchos Panças para enfrentar moinhos de vento.
Por quase dois anos escrevi sobre minhas angústias aqui neste blog mas só vi a impostura prosperar, a vitória da falsidade. Escrever tornou-se insuportável, um martírio. Ao mesmo tempo, tenho consciência que deixar de escrever é justamente o que os inimigos da liberdade querem do homem comum. Lembrei que eles não querem a maioria, querem a unanimidade. Querem a consciência de cada ser humano, querem a alma de cada um de nós.
Só nos resta resistir. Talvez, em um futuro remoto, a verdade finalmente triunfe. Olhando para o passado, os seres humanos irão se perguntar como todos nós nos deixamos arrastar desta forma. Descobrirão que existiram alguns poucos que gritaram, que subiram nas mesas e tentaram de todas as formas alertar para o que estava acontecendo. Assim como houveram aqueles que viram a verdade nos estados totalitários do século XX, existem os que conseguem ver sob as brumas dos “estados democráticos” do século XXI. Estas aspas já dizem tudo, não?
Tento reunir minhas forças e continuar esta árdua batalha sem resultados, a de pelo menos deixar registrado que não me deixei nunca me levar pelas correntes modernistas que tanto se referiu o papa Pio X. Que mudar não é solução se não se sabe exatamente o que está fazendo, que revolução não supera nunca evolução. Que temos todos que ser livres para pensar. Que temos que ter a liberdade para errar. Que temos que ter a liberdade de sermos imperfeitos.