Celso Amorim, Marco Aurélio Garcia, ou seja, a quadrilha das relações exteriores, questiona o acordo de cooperação militar entre Colômbia e Estados Unidos. Ambos os países mantém relações diplomáticas de amizade com o Brasil, mas isso não tem importância para nossa política externa de aproximação com ditadores e genocidas.
A Venezuela fez acordos militares com o Irã e a Rússia. Nem um pio do Itamaraty.
Não queiram jamais cobrar coerência de um esquerdista. O que vale para um, não necessariamente vale para o outro. Um esquerdista raciocina com categorias. Primeiro define-se se está do seu lado ou não. Se está, tudo se justifica, até o genocídio; caso contrário, nada se justifica. Esse atentado à lógica mais elementar é uma das coisas mais abjetas da esquerda.
Não adianta pedir uma opinião para um esquerdista em um texto sem assinatura. Sem saber quem é o autor, e sua posição ideológica, o esquerdista é incapaz de raciocinar e analisar o que leu. Sim, há exceções, principalmente no passado. Gente como Graciliano Ramos e Oto Maria Carpeaux foram capazes de defender o socialismo sem jogaram o cérebro no lixo. Pode-se discordar deles pelo que pensavam, mas jamais considerá-los fraudes intelectuais.
Por isso um governo de esquerda pode atacar um homem como José Sarney em um dia e defendê-lo no dia seguinte. Ao se aliar ao governo brasileiro, Sarney foi perdoado por seus pecados. Pelo menos enquanto não causava danos à popularidade do demiurgo. No momento que se transforma em um peso, pode ser descartado sem cerimônia.
Por isso também o mesmo governo que quer falar duro com a Colômbia por fazer um acordo militar com uma potência estrangeira pode silenciar em relação à Venezuela por fazer um acordo militar com um potência estrangeira.
Sem corar.