Peguei a dica com Hugh Hewitt. Neste artigo, o advogado Miguel Estrada, nascido em Honduras, explica porque não houve golpe. O único reparo que faz é para o fato de que Zelaya não poderia ter sido exilado e sim preso por traição. Para quem não lê em inglês um resumo dos fatos:
1. A constituição proíbe formalmente três tipos de emendas: alteração nas fronteiras, as leis que limitam o mandato presidencial para um de 4 anos e o regimento que presidentes devem suceder-se uns aos outros. Não existe processo de impeachment, a remoção do cargo para qualquer agente público, inclusive o presidente, que propor algo semelhante é a perda do cargo imediata e processo de traição.
2. Zelaya tentou aprovar uma lei propondo um plebiscito para permitir a re-eleição. Foi rechaçado pelo Congresso e pela Suprema Corte por sua inconstitucionalidade.
3. Desafiando os outros dois poderes, preparou um plebiscito com urnas montadas na Venezuela, com apoio de Hugo Chávez.
4. Alertado pelo Advogado Geral de Honduras para a ilegalidade, decidiu continuar com seu desafio. O Advogado apelou para a Suprema Corte.
5. A Suprema Corte declarou a traição do presidente, nos termos da Constituição, e ordenou sua prisão pelas Forças Armadas. Os militares prenderam o ex-presidente (já não era mais o mandatário quando foi preso), mas despacharam-no para a Costa Rica, não se sabe bem porque.
6. O próximo na linha de sucessão, o líder do partido de Zelaya foi chamado a terminar seu mandato. As eleições foram confirmadas para novembro e o novo presidente não poderá concorrer. As instituições continuam funcionando e as forças armadas estão sobre controlo dos civis.
Conclui-se portanto que não houve golpe em Honduras, como a comunidade internacional e grande parte da imprensa anda propaganda. O que aconteceu foi o rigoroso cumprimento da lei maior de um país.
Resumo da ópera para os americanos:
1. Chávez quer Zelaya na presidência.
2. As leis de Hondura não o querem.
3. Obama se alinhou com Chávez.
Yes. We can.
3. Obama se alinhou com Chávez