Mês: abril 2009
O problema da impunidade
Quando começou a lei seca eu alertei para algo que me parece óbvio, o problema não estava na prevenção e sim na impunidade. A falta de punição é um dos principais motivos, junto com o péssimo estado de conservação das estradas, e ainda citei um exemplo:
(…) Não adianta querer ser rigoroso com quem não cometeu nenhum crime e ser extremamente tolerante com quem o faz. Existem exemplos mil, o mais famoso deles é do jogador Edmundo. Embriagou-se, matou e até hoje está livre. Quantos mais estão na mesma situação? Quantos já realmente cumpriram alguma pena pelos acidentes que provocaram?
E o que leio hoje no Uol?
O mesmo Edmundo acabou de perder a carteira depois de perder 70 pontos em um único ano ao atingir a incrível marca de 17 infrações, a maioria por excesso de velocidade. Enquanto isso, o estado está preocupado se eu comi um bombom com licor. Tem como dar certo?
Mas cobrar punição para infratores e uma coisa digamos assim, de direita. O cara é uma vítima da sociedade que valoriza esse tipo de coisa. O bom mesmo é educar a sociedade.
É este educar que me mete medo.
E o cocaleiro arregou…
Logo agora que estava levando fé no presidente boliviano ele se declarou satisfeito com nada e interrompeu a greve de fome. Que coisa! O Garotinho pelo menos fingiu melhor!, embora tenha engordado no início da sua greve.
Além do mais, greve de fome com direito a mascar coca não vale! É como fazer gol impedido. Assim não pode!
Cada coisa no seu lugar
Do blog do Coronel:
Mais vergonha e imoralidade. O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), determinou ontem a abertura de sindicância para apurar o responsável pelo vazamento do sigilo telefônico do senador Tião Viana (PT-AC). O extrato com o gasto circulou nas mãos de vários senadores do PMDB antes de a operadora TIM enviá-lo ao Senado. Se o senador Heráclito está procurando o responsável para oferecer uma medalha ou uma condecoração, parabéns. Se é para proteger o colega deste crime hediondo e inafiançável para o tribunal da ética pública, o senador democrata está mostrando que esconder as falcatruas é um hábito generalizado na Casa. Quem com porcos se mistura, farelo come.
Comento:
Acompanho o blog do Coronel, ele está sempre atento para registrar os desmando dos homens públicos brasileiros. Mas as vezes acho que exagera ao querer que se faça justiça a qualquer custo. Sim, até para se fazer justiça existe um custo, e um deles é respeitar as leis.
Existe uma lei que garante sigilo telefônico. É uma daquelas leis que não deveriam ser derrubadas nem por vontade de maioria pois trata-se da própria essência da democracia, o respeito à liberdade individual. Ela vale tanto para o caseiro Francenildo como para Daniel Dantas e Tião Viana. O senador deveria ser processado por falta de decoro pela lambança do celular, mas o extrato não pode ser usado como prova. Não podemos aceitar que provas ilegais sejam usadas em um processo legal. Acreditem, é abrir uma caixa de pandora incontrolável e Protógenes Queirós está provando onde pode levar o desrespeito simultâneo a lei e aos direitos individuais.
As próprias declarações do senador já seriam suficientes para derrubá-lo em qualquer democracia… ops, não posso dizer mais esta frase. A democracia e o respeito aos direitos individuais estão meio borrados no mundo inteiro. Digamos que seria o suficiente para derrubar qualquer congressista republicano nos Estados Unidos.
Independente disso, o Senado tem mesmo que investigar o vazamento. Aproveitando a oportunidade, e pelo bem da coisa pública, deveria tornar transparente o uso destes celulares, assim como O PODER EXECUTIVO, este sim, o maior corrupto dos poderes.
Coronel, não tenha tanta pressa em dar medalhas para quem vazou este estrato. Pode ser alguém ainda mais sujo do que o senador petista.
O outro lado da moeda
A quebra do sigilo telefônico do delegado Protógenes Queiroz provou que foi ele mesmo quem telefonou para a reportagem da TV Globo para acertar a filmagem da prisão do ex-prefeito Celso Pitta, do investidor Naji Nahas e do banqueiro Daniel Dantas, na madrugada do dia 8 de julho do ano passado, na Operação Satiagraha. Além de provar o vazamento de informações, a investigação do delegado corregedor Amaro Vieira também sustenta que uma equipe da TV Globo de São Paulo foi usada por Protógenes para prestar um serviço tipicamente policial na operação: a emissora filmou, a pedido de Protógenes, o flagrante no restaurante El Tranvia, em junho, em que o delegado Victor Hugo Alves Ferreira recebeu R$ 50 mil dos empresários Hugo Chicaroni e Humberto Brás para tentar evitar o aprofundamento das investigações em cima de Dantas.
Comento:
Que coisa. Esse homem vai conseguir o impossível: transformar esta turma toda em inocentes. Sim, na prática a confusão do sr Protógenes além de colaborar com a impunidade ainda vai conseguir uma ficha de bons antecedentes para Pitta e Daniel Dantas.
Não é o único cultado. Tem outro que resolveu fazer justiça sem leis que ainda está escapando por ser infinitamente mais inteligente do que o delegado trapalhão. Ainda está solto por aí violando o estado de direito do alto de sua toga de juiz. Um dia também cai. É só questão de tempo.
Voltando no tempo
Folha:
O governo resolveu prosseguir de qualquer maneira com o projeto de reativação da estatal Telebrás, mesmo sem saber se vai poder contar para isso com os ativos da Eletronet, operadora falida que tem a Eletrobrás entre seus controladores. Na quinta-feira, houve uma reunião ministerial para avaliar a situação das empresas e, segundo fontes do governo, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, deu a ordem para que a Telebrás seja reestruturada.
Comento:
Falar o que? A privatização da telebrás foi um sucesso absoluto, um passo considerável de modernização no Brasil. O resultado foi um mercado altamente competivo, o de celulares, onde estamos próximos da maturação, e a universalização da linha fixa. Infelizmente o governo ainda atrapalha bastante o livre funcionamento do mercado, como se viu na compra da Brasil Telecom pela Oi, uma operação ilegal bancada pelo BNDES.
Claro que nem tudo são flores. Falta concorrência na linha fixa, os serviços ainda podem melhorar bastante. Nada que com o tempo o próprio mercado não resolva se puder funcionar livremente e tiver mais segurança jurídica. Em suma, se o governo não atrapalhar.
Mais uma sapatada
Estadão:
Um jornalista membro da casta indiana Sikh atirou um sapato no ministro indiano do Interior, P. Chidambaram, nesta terça-feira, 7. Foi durante uma coletiva de imprensa depois de ficar furioso com a resposta de Chidambaram sobre o relatório do Escritório Central de Investigação (CBI) que pede à Justiça a retirada das acusações contra o membro do governante Partido do Congresso Jagdish Tytler.
Comento:
Será que chegaremos ao ponto que jornalista terá que andar sem sapato?
Já pensaram, uma sapatada no molusco?
Sem chance. A imprensa brasileira o adora.
Obama elogiado
Obama foi elogiado ontem.
Por Hugo Chávez.
Cada um tire suas próprias conclusões.
Protógenes quer imunidade
Folha:
“Embora alguns defendam lançá-lo ao Planalto, Protógenes Queiroz explicou aos amigos do PSOL que, receoso da investigação sobre sua conduta à frente da Operação Satiagraha, quer imunidade, e por isso prefere disputar vaga na Câmara”.
Comento:
E tem gente que acha que o PSOL é um partido ético. Como seu pai, o PT, é ético desde que não tenha dinheiro público na mão…
Cristovão e mais uma bobagem
Nunca engoli o senador Cristovão Buarque, apesar da simpatia que no meio educacional, onde vivi algum tempo, ele desperta. Sempre senti cheiro de uma fraude. Quando foi ministro da educação mostrou-se um fiasco, preocupado apenas em manter o modelo falido das universidades públicas brasileiras. Além do mais, se fosse bom não estaria no PT. Você pode encontrar um mundo de pessoas desonestas em qualquer partido do Brasil, mas duvido de um honesto naquele partido.
Hoje o senador defendeu o fechamento do Congresso. Justamente tocando no ponto que escrevi no meu último post! Não, senador, não precisamos fechar o Congresso, precisamos salvá-lo. Fazer um plebiscito, como advoga, é um golpe. Assim como seria fazer um plebiscito para perguntar se o Lula pode ficar para mais um mandato. A democracia NÃO significa direito de maioria, significa justamente o contrário, o direito de minoria. É o único regime político que garante o direito da minoria.
Pergunto ao senador. Se fizéssemos um plebiscito perguntando se devíamos prender Paulo Maluf sem julgamento, qual seria o resultado? Se fizéssemos um perguntando se o casal Nardoni poderia ser linchado até a morte, qual seria o resultado? Se fizéssemos um plebiscito perguntando se a polícia poderia matar primeiro e perguntar depois, qual seria o resultado? Alguma dessas consultas nos faria um país mais civilizado?
Mas o senador não quer expurgar o Congresso, tanto que está no PT convivendo com um governo corrupto que conhece muito bem. Não senador. O problema do Brasil não é o Congresso. Não o principal.
O problema do Brasil está do outro lado da praça dos três poderes. O problema do Brasil começa no executivo. E seu partido contribui para torná-lo ainda pior.