Já ouviram falar de Edward Green? Eu nunca. Vejam suas credenciais: é diretor do projeto de pesquisa em prevenção da AIDS em Harvard com nada menos do que 30 anos de experiência em países em desenvolvimento no combate à doença, especialmente na África. Ele concedeu uma entrevista, ignorado na imprensa brasileira, ao site ilsussidiario.net. Falou sobre a polêmica do discurso do papa sobre a camisinha na prevenção da AIDs. Em resumo, disse o seguinte:
- Como liberal em questões sociais era difícil para ele admitir, mas o papa está certo. As evidências mostram que camisinhas não funcionam para reduzir a infecção da doença na África.
- O que se observou agora é uma associação de uma elevada utilização de camisinhas com altos índices de contaminação do HIV. Em parte deve-se ao efeito de compensação. O homem ao usar camisinha sente-se mais seguro do que realmente estão em relação à infecção e assumem maiores riscos. As pessoas não usam camisinha com seus parceiros regulares e sim no sexo casual.
- Os países da África com maior acesso a camisinhas e maior taxa de utilização são os que possuem maior grau de infecção de AIDS. O que não prova a casualidade, mas que deveria levantar suspeita sobre os programas baseados na utilização de camisinhas.
- Existem 8 países africanos com queda nos índices de AIDS. Em todos eles foi observado uma diminuição no número de parceiros sexuais antes da queda dos índices.
- A abstinência sexual na juventude é sim um fator de redução da AIDS.
- A redução dos parceiros sexuais é a medida mais efetiva para combater a AIDS.
- A política ABC é uma realidade e funciona. Em sua opinião o segundo fator (Be faitfull, seja fiel) é o mais importante de todos, seguido da abstinência e por fim a utilização de preservativos.
A entrevista pode ser conferida aqui.