É vergonhoso o papel da imprensa brasileira na cobertura dos acontecimentos em Gaza. A Folha deu a seguinte manchete: Israel bombardeia escola da ONU. A impressão é que os chefes militares israelenses reuniram-se e resolveram se vingar das críticas atacando uma instalação das nações unidas. Claro que não possuem a coragem de fazer as claras esta acusação, prefere deixar que o leitor tire esta conclusão.
O jornal deveria se perguntar:
1. A escola estava sendo usada como local de lançamentos de foguetes como alega Israel? Qual o papel da ONU neste caso?
2. O que Israel teria a ganhar politicamente ao atacar uma escola cheia de crianças? Mais intolerância do mundo?
3. Quem está protegendo suas crianças e quem está usando-as como escudo?
4. É possível uma posição de neutralidade entre um estado democrático e um grupo terrorista? Ou a neutralidade já é uma posição?
Os jornalistas da Folha, assim como boa parte do mundo dito civilizado, ao exibir os corpos de crianças para defender suas teses anti-semitas estão abraçando o terror e talvez sejam moralmente mais responsáveis pela morte destas crianças do que os terroristas do Hamas ou o próprio estado de Israel. Explico.
Por que o Hamas usa crianças e mulheres como escudos? Porque sabem que choverão jornalistas ocidentais para exibir estas imagens e pressionar o governo israelense. Não teria sentido a morte de civis inocentes se não houvessem tantos humanistas ávidos por estas imagens.
No fundo, são piores que os terroristas. Estes ao menos arriscam a vida por suas certezas. Os que criticam Israel por se defender, nem isso. Usam do sangue humano para dar vazão ao próprio orgulho e vaidade. Abraçados a suas falsas certezas, no conforto de suas casas, advogam a monstruosidade como forma legítima para impor idéias. São monstros morais. Só não sabem ainda.