O Fórum Social Mundial está caracterizado pelo que efetivamente é: um espetáculo da mais completa desorganização. Ao embalo de 600.000 camisinhas distribuídas pelo governo Lula, o Acampamento da Juventude virou o maior motel a céu aberto da história. Na impossibilidade de encontrar o que procuravam na tumultuada programação oficial, sem internet, sem sinalização e sem tradutores, os participantes preferiram dedicar-se aos universais prazeres da carne, da bola e dos alucinógenos, pois neste novo mundo possível a primeira regra é que tudo é permitido e, de preferência, na frente de todos os transeúntes que são convidados a participar de experiências místicas, lúdicas, eróticas e até políticas. Ao final do terceiro dia, o que está valendo é a programação extraoficial desenvolvida em tendas e barracas, onde drogados debatem com bêbados, comunistas praticam yoga com budistas, indígenas trocam odores e sabores com ongueiros, ainda não se tem notícia de caso de pedofilia envolvendo algum membro das dezenas de pastorais presentes. Assim o Fórum Social Mundial vai sendo recriado pelas circunstâncias e pelo entusiasmo dos diferentes grupos. É flagrante a miscigenação de raças, a diversidade de ritmos, cores e preferências pessoais. Não faltam grupos de batucadas, de cantorias, arrastões rítmicos e bandos de estudantes partidários que caminham, proferindo palavras de ordem em coro, como aquela durante um protesto no McDonalds: ” não seja insensato, tire a carne do seu prato!” Por dia, os participantes estão produzindo 250 toneladas de lixo. Nos postos médicos, a famosa caganeira é o caso mais comum, seguido de enxaquecas produzidas pelos excessos cometidos. A festa custou mais de R$ 150 milhões aos cofres públicos. E o resumo do Fórum está expresso no seguinte diálogo, entre um ativista do terceiro setor e um hippie que veio de Woodstock a pé. O ativista balbuciou: ” onde estou, tudo é tão estranho…”. E o hippie respondeu: ” bicho, você está no novo mundo e eu sou Cristóvão Colombo.”
Mês: janeiro 2009
Fala Lula. E uma pergunta.
– A relação histórica entre dois países como entre Brasil e Itália não será arranhada por uma decisão brasileira que alguém da Itália não gostou ou uma decisão da Itáiia, que alguém do Brasil não gostou. Penso que o governo italiano vai entrar com recurso, o que lhe é de direito. Vamos aguardar a Justiça.
– O Brasil pode dar o direito de as pessoas continuarem no Brasil. Esse é um país que tem lição a dar ao mundo sobre o tratamento de imigrantes. Diferentemente de alguns países europeus, alguns países ricos, que acham que o problema do empobrecimento são os coitados dos imigrantes.
Detalhes:
- Alguém na Itália? Lula conseguiu unir toda a Itália contra a decisão absurda do governo brasileiro. Um feito e tanto. Parece que ele achou que a Itália é como o Brasil que aplaude todas as suas bobagens.
- O imprensa ignora propositalmente a participação de Lula nas bobagens de seu governo. Falam o tempo inteiro da decisão de Tarso, como se este tivesse o poder de tomar esta decisão sem o aval do chefe. A imprensa brasileira, com raras exceções, protege Lula dele mesmo, o que é uma traição à liberdade de imprensa.
- Agora a pergunta. E a deportação dos boxeadores cubanos? Por que não foi dado a eles o direito de ficar no Brasil? Por que o estado brasileiro se comportou de maneira vergonhosa naquele episódio?
- Não se iluda. Nenhum jornalista brasileira vai colocar Lula diante do contraditório. A blindagem do apedeuta é completa. O Jornal Nacional já está cada vez mais parecido com a voz do Brasil… e isto nunca será um elogio!
Carter de volta
Estava no aeroporto de Miami outro dia. Nas telas das televisões o massacre da imagem de Obama. Previsível. Afinal, trata-se da primeira celebridade-presidente da história, um dos novos produtos da modernidade. Adianta agora lembrar que o culto à pessoa, ainda mais na nação mais forte do planeta, pode ser muito perigoso?
Deixando isso de lado, chamou-me atenção ver a figura de Jimmy Carter surgindo a toda hora. Não é por acaso. O discurso de Obama naquela tv árabe parece ter sido feito pelo ex-presidente, aquele que comunicou ao mundo que os Estados Unidos não reageriam ao extremismo islâmico e deu a senha para a revolução iraniana.
O problema para Obama, e para todos nós, é que os iranianos estão buscando a “santa bomba”. Talvez não seja uma boa idéia trazer Jimmy Carter e suas teorias para o centro do governo americano no momento.
Se é que algum dia foi.
Era para ser um escândalo, mas como é no Brasil…
Estadão:
O pugilista cubano Erislandy Lara afirma que gostaria de ter recebido o status de refugiado no Brasil. Hoje, vive como exilado em Miami, onde é boxeador profissional. “Pedi asilo à polícia no Brasil e não me foi dada a oportunidade”, afirmou Lara, em entrevista ao Estado.Em 2007, o pugilista cubano tentou escapar da delegação de seu país nos Jogos Pan-americanos do Rio. Mas foi detido alguns dias depois e devolvido ao governo de Cuba, após ser encontrado pela Polícia Federal. Na época, o governo garantiu que Lara não tinha pedido para ficar.
O então presidente Fidel Castro prometeu que o perdoaria. Mas Lara nunca mais voltou a lutar em seu país e sequer foi selecionado para os Jogos Olímpicos de Pequim. Insatisfeito, ele voltou a tentar escapar de Cuba. No ano passado, saiu de lancha no meio da noite de Cuba e chegou até o México. De lá, foi para a Alemanha. Agentes de boxe conseguiram documentos necessários para que ele pedisse residência permanente na Alemanha. No fim do ano passado, seus agentes optaram por levá-lo aos Estados Unidos, onde obteve status de refugiado.
Lara admite que não nunca ouviu falar do caso do italiano Cesare Battisti. Mas diz que achou “estranho” não ter recebido o mesmo tratamento. “Não conheço esse caso, mas eu não estava fazendo nada de errado. Mesmo assim, não me aceitaram no Brasil”, afirmou.
Ah, estes tucanos…
Ontem Gustavo Fruet escreveu um artigo reclamando da timidez da oposição brasileira e constatando que o Congresso é cada vez mais submisso ao governo. Aos poucos o lulismo foi asfixiando a oposição, isolando-a do poder. A própria oposição contribuiu muito para isso ao se dividir e contentar-se com migalhas. Uma traição aos eleitores que em 2006 votaram em seus candidatos por identificar uma opção melhor ao petismo.
Pois não é que o líder do PSDB no Senado anuncia que a bancada de seu partido vai apoiar o candidato do PT? Parece que não cansam de apanhar. Se em 2007 fizeram a opção correta ao lançar um candidato de oposição, mesmo sem chances, para a presidência da Câmara, agora fizeram tudo errado. Tudo bem que Sarney é governista desde o primeiro dia do governo Lula, mas existe uma diferença muito grande entre um partido fisiológico (PMDB) e um partido incapas de respeitar qualquer lei (PT).
Os tucanos podem ganhar algumas migalhas mas a longo prazo fizeram uma estupidez sem tamanho.
Com uma oposição assim fica fácil entender porque Lula consegue colocar todos no bolso.
Uma mistificação capitalista
É comum se associar o capitalismo aos grandes capitalistas, como se estes fossem seus principais defensores. Por isso Clóvis Rossi, em coluna hoje na Folha, espanta-se que George Soros faça críticas ao capitalismo. Segundo Rossi, Soros é o único grande capitalista que apresenta críticas ao sistema.
O capitalismo não é uma forma de organização econômica formado apenas por tubarões. Todos nós participamos do sistema e por incrível que pareça, que manda no pedaço é o consumidor. É claro que as grandes coorporações capitalistas __ que são extremamente anti-capitalistas, um paradoxo __ procura reverter este quadro tentando formar as mentes dos consumidores para que comprem. Estas coorporações tem um grande inimigo, a liberdade individual.
O capitalismo é baseado justamente nesta liberdade, a de comprar ou não. Quando as coorporações investem contra a liberdade, ela investe contra o próprio capitalismo. A idéia que seus interesses estejam subordinados aos desejos e humores deste ser imprevisível, o ser humano, é o verdadeiro terror do grande capitalista. A liberdade do mercado é para ele uma grande fonte de inquietação e angústia. O que deseja é um mercado extremamente regulado, com o mínimo de concorrência. Os executivos das grandes coorporações descobriram que é muito mais fácil lidar com a burocracia estatal e políticos do que com o indivíduo. Aqueles são muito mais previsíveis e fáceis de controlar.
Por isso gente como George Soros corre para bradar que “foi desmentida a tese de que os mercados, deixados por sua conta, tendem ao equilíbrio.” como afirma Rossi. O colunista diz ainda mais, que Soros defende, ao contrário da maioria dos seus pares, a regulação do sistema financeiro. Claro que defende, assim como os grandes capitalistas, embora evitem dizer isso em público.
Acreditar que os grandes capitalistas são os maiores defensores do capitalismo é um mito. O que eles querem é um capitalismo controlado pelo estado pois é muito mais fácil controlar o estado do que o indivíduo. Quem deveria estar bradando em defesa do capitalismo são os consumidores, esses sim os maiores beneficiados do sistema. A defesa do sistema capitalista é uma defesa da liberdade individual, do direito de fazer uma opção.
Não é por acaso que o capitalismo anda de braços dados com a democracia. Ambas apresentam o mesmo princípio em sua base. Quem investe contra um acaba, mais cedo ou mais tarde, investindo contra o outro. É apenas uma questão de tempo.
Condições do Irã
Para começar um diálogo com o império do mal:
- retirada das tropas americanas de todas as partes do mundo
- fim do apoio americano à Israel
- pedido de desculpas ao Irã
Tem uma outra não declarada:
– Não se meter no programa nuclear iraniano
Só isso. A bola agora está com Obama, aquele que conseguiu ser elogiado pelo Talibã.
A manchete que os jornais não apresentam
Reinaldo Azevedo, mais uma vez, pescou o espírito da coisa.
Uma emboscada de terroristas do Hamas matou um soldado israelense. Um terrorista foi morto depois. Os jornais celebram felizes uma contabilidade macabra de um morto para cada lado. A tal da proporcionalidade.
O mais importante do fato fica escondido nas letras vermelhas da imprensa.
O Hamas violou o cessar fogo.
Mais uma vez.
E aí Obama?
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Era para ser um escândalo…
Uma alta liderança do Jornal o Globo, em um seminário, solta esta pérola:
“Fizemos um enorme esforço para atrair o pensamento esquerdista para O Globo. E fizemos isso em tal extensão que depois tivemos de procurar um direitista que escrevesse bem, e escolhemos Olavo de Carvalho, o que hoje lamentamos um bocado. Toda a esquerda tem acesso ao Globo: Élio Gaspari, Zuenir Ventura, Veríssimo… E também os ativistas, as ONGs. Estamos fazendo uma coisa balanceada.”
Trata de uma fala de Luiz Garcia. Algumas considerações:
- Olavo de Carvalho fez no Globo o papel que Garcia esperava que fizesse. Apresentou a visão conservadora. O problema é que ele não esperava que Carvalho fosse muito mais articulado e culto que todo este bando patético que defende a esquerda. Pegou mal. Para piorar ele realmente escreve bem, o que só ressaltou a incompetência funcional de alguns e desmascarou falsos intelectuais. Por isso foi chutado.
- A confissão de Garcia mostra que a redação do Globo foi tomada pela esquerda em um processo planejado. Deveria se um escândalo e uma vergonha para o jornal. Não é nem uma coisa nem outra. Afinal, somos uma país que não lê. O que fica patente é que a redação dos jornais brasileiros refletem o pensamento de esquerda. É bom nunca esquecer disso quando for ler uma reportagem.
- Mais importante ainda é o final. Garcia diz que a coisa está sendo feita de forma balanceada. No conceito dele, balanceado é apresentar apenas o ponto de vista da esquerda, o que mostra o compromisso que um esquerdista tem com a democracia.
- O incômodo provocado por uma coluna solitária de Olavo de Carvalho mostra como essa gente é frágil em defender a própria ideologia. Na cabeça de Garcia, Carvalho provocaria risos ao defender coisas que considera ultrapassadas, como a verdade, o catolicismo, a moral e etc. Como Olavo faz isso com argumentação racional a coisa pegou. Não dá para deixar intelectual autêntico no meio dos chipanzés.
- E dizem que a Globo é de direita…