O Ministro da Defesa disse ontem que haverá uma mudança no patamar da relação bi-lateral dentre Brasil e Estados Unidos, que o Brasil só comprará dos americanos se houver a transferência de tecnologia.
A questão não é tão simples como pode parecer a primeira vista. Claro que seria importante a transferência de tecnologia, mas é bom o ministro ter em mente que isso significa aumento dos preços. Temos recursos para tanto? Ou melhor, teremos recursos para tanto?
Outra pergunta. Terá o governo americano interesse em vender toda sua tecnologia? Se for o único detentor desta tecnologia, caso mais provável para que não deseje vender, qual a alternativa? Faremos nosso próprio desenvolvimento? Teremos recursos para isso?
Desenvolvimento de tecnologia militar exige tempo e dinheito. Dispomos dos dois? Haverá incovenientes em ficar sem equipamentos de última geração enquanto desenvolvemos tecnologia nacional?
O Exército e a Aeronáutica forma os melhores engenheiros do Brasil. Por vários fatores, dentre os quais destacam-se salários e falta de valorização, boa parte destes engenheiros deixam as Forças Armadas. Muitas vezes deixam a própria engenharia em busca do conforto e do salário da burocracia estatal. Como reverter este quadro?
São questões que o ministro tem que pensar muito bem. O que não pode é achar que tecnologia se transfere de graça e por ato de boa vontade. Não é assim que o mundo funciona.