Fala Lula

Não haverá um centavo de corte em nenhum programa social que está em andamento. Se tiver crise [financeira] mais forte, a gente pode até não aumentar o beneficio [do Bolsa Família], mas pode ter certeza que não haverá crise no mundo que me obrigará a tirar dinheiro dos pobres.

Na medida em que todo mundo fala em crise, toma café de crise, almoça crise, janta crise, dorme com crise e acorda com crise, isso vai criando um determinado pânico na sociedade, e as pessoas começam a se retrair.

O trabalhador pensa assim: ‘Eu não vou fazer a compra da minha televisão, da minha geladeira, do meu carro, do berço do meu filho, do material de construção que eu preciso porque eu tenho medo de perder o emprego’. Ele corre o risco de perder o emprego se não comprar, porque daí o comércio não encomenda para a indústria que não produz e aí não tem emprego.

Comento:

  1. O dinheiro sumiu do mercado, isso até as paredes do Planalto já sabem. O PIB vai crescer menos em 2009 do que as previsões do Ministério da Fazenda. De 4%, passou para a casa dos 2%. Em outras palavras: haverá menos dinheiro para o governo no ando que vem, queira o presidente ou não.
  2. Onde pode ajustar o orçamento? Investimentos, custeio e juros. Basicamente são nestas três áreas. O nível de investimento já é baixo, não dá para cortas muita coisa. Os juros garantem o funcionamento da macro economia e a estabilidade da moeda, resta o custeio. O governo pode sim preservar seus programas sociais, desde que corte na própria carne, ou seja, diminua o tamanho da máquina. Isso fica difícil de acreditar quando o governo encaminha um projeto de lei com aumento salarial do funcionário público em alguns bilhões.
  3. Quando se incentiva o consumo para manter a economia aquecida, o acerto é empurrado para o futuro pois a falta de uma poupança interna cobrará o seu preço. O governo Lula tenta empurrar a bomba para seu sucessor, mas ainda tem dois anos de governo.
  4. Não existem soluções mágicas para problemas econômicos, mas existem muitas soluções que pioram o problema, mesmo que adiando-os um pouco. É a aposta da petralhada.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *