Enfim!!!

Do ex-blog de César Maia:

Eduardo Paes quer que a prefeitura passe a pagar passagens que, hoje, são de graça por determinação da lei. “O que nós vamos trabalhar é para ter um modelo que tenha viabilidade econômica, e que isso não signifique um aumento de preço para o passageiro. É uma equação. Por exemplo, a prefeitura pode começar a pagar a conta de algumas gratuidades, que não paga hoje. Isso, hoje, está embutido no custo da passagem que o passageiro paga”, explicou Paes.

Comento:

Paes está completamente certo nessa! Que um político, com chances de ganhar, defende uma posição dessas é louvável! A gratuitidade transfere aos outros passageiros o custo da viagem dos que são privilegiados pela lei. Se a sociedade acha importante que estudantes e idosos não paguem sua passagem, os custos devem ser divididos por todos, não apenas por quem usa o serviço de transporte. Na prática, a medida serve para encarecer as passagens.

Não se institui uma gratuidade por decreto, toda a passagem tem um custo. Existem duas possibilidades. Ou a prefeitura paga a passagem dos beneficiados e com isso distribui os custos para todos os contribuintes ou se mantém o que se faz hoje, distribuindo o custo para quem paga a passagem normalmente.

Acho a primeira opção mais coerente e mais clara, pois passa a existir um controle maior sobre a concessão da gratuidade pelo poder público. Isso se a sociedade decidir que esta gratuidade deve realmente existir ou se deve atender todo o público que atende hoje.

Falta agora a coragem para defender a meia-entrada nos cinemas e casas de espetáculos. E enfrentar a imensa gritaria dos privilegiados, principalmente da UNE que se veria sem seu capilé milionário.

Maia condena Paes pela proposta e chama de escândalo. O prefeito está recorrendo ao populismo rasteiro para detonar Paes. Não precisa disso, basta mostrar a incoerência da aliança com o lulismo. Lula é o suficiente para derrubar o candidato do PMDB.

Que vergonha CNN!

Querem uma prova de como a mídia americana está fazendo de tudo para eleger Obama?

Em entrevista na CNN, o repórter Drew Griffin perguntou:

GRIFFIN: Governor, you’ve been mocked in the press, the press has been pretty hard on you, the Democrats have been pretty hard on you, but also some conservatives have been pretty hard on you as well.  The National Review had a story saying that, you know, I can’t tell if Sarah Palin is incompetent, stupid, unqualified, corrupt or all of the above.

PALIN: Who wrote that one?

GRIFFIN: That was in the National Review.  I don’t have the author.

PALIN: I’d like to talk to that person.

GRIFFIN: But they were talking about the fact that your experience as governor is not getting out.  Do you feel trapped in this campaign, that your message is not getting out, and if so who do you blame?

Agora vejam o que realmente estava escrito na revista:

Watching press coverage of the Republican candidate for vice president, it’s sometimes hard to decide whether Sarah Palin is incompetent, stupid, unqualified, corrupt, backward, or — or, well, all of the above. Palin, the governor of Alaska, has faced more criticism than any vice-presidential candidate since 1988, when Democrats and the press tore into Dan Quayle. In fact, Palin may have it even worse than Quayle, since she’s taking flak not only from Democrats and the press but from some conservative opinion leaders as well.

O artigo da revista estava justamente criticando a visão que a mídia estava apresentando sobre Sarah. Nunca vi uma campanha tão sórdida de difamação por parte da imprensa como essa contra a governadora do Alaska. Que uma rede com credibilidade, como a CNN, tenha aderido a golpe tão baixos como citar frases fora do contexto para atacar um entrevistado é uma vergonha dantesca. E o repórter ainda tem a cara de pau de dizer que não lembra quem escreveu o artigo!

Anotem aí, esta campanha não só reduziu a imprensa americana a um papel vergonhoso como é só o começo. Caso Obama realmente seja eleito, teremos uma imprensa a favor de um governo como nunca se viu, nem mesmo nos governos Carter e Clinton.

Os americanos devem realmente estar loucos!

Crise chegando no Brasil

Infelizmente os tempos de bonança acabaram e a grande verdade é que o atual governo limitou-se a surfar nas ondas do crescimento mundial e aproveitar os inexpressivos aumento do PIB para aumentar seus gastos sociais. Foram anos que os países que fizeram seu dever de casa aproveitaram para investir em infra-estrutura. São estes que terão condições melhores para superar os próximos anos pois construíram condições para que a economia crescesse por suas próprias pernas.

O Brasil fingiu que estava fazendo alguma coisa com o PAC, que na verdade limitou-se a inaugurações de promessas de obra pelo presidente da república. O grosso das despesas do governo foram na direção dos gastos sociais e despesas de custeio. Em outras palavras, o aumento do tamanho do estado.

Agora já se fala em reestatização de instituições financeiras; um retrocesso. Em tempos de apertar os cintos, o elefante estatal quer aumentar de tamanho. O governo já sabe que terá que cortar gastos, o problema é decidir onde.

A margem de manobra dos investimentos é muito pequena, porque são poucos. Restam custeio e gastos sociais, a maioria destes garantidos na constituição. Agora vão fazer falta as reformas necessárias. Não ha como fechar a conta, o estado precisa começar a caber dentro do PIB.

0s sinais ainda são imcompreensíveis para a população. Todo este papo de liquidez, variação do dóllar, queda da bolsa de valores; tudo parece muito distante. Não vai demorar muito para os efeitos aparecerem na ponta da linha. Ainda mais se vier uma recessão.

É um fim de um ciclo econômico onde o mercado financeiro tornou-se bem maior do que a economia real. Esta diferença financiou o crescimento econômico no mundo todo. Alguns aproveitaram melhor do que outros. Estes últimos soferão mais e o Brasil é um deles.

Muito cuidado!

Globo:

SÃO PAULO. A União assumiu a defesa dos coronéis da reserva Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audir dos Santos Maciel, alvos de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF) pela tortura de presos políticos e a morte de pelo menos 64 deles entre 1970 e 1976, período em que comandaram o Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI/Codi) do Exército.

Na prática, segundo fontes do Ministério Público, significa que o governo optou pela defesa dos acusados, quando poderia se manter neutro ou até mesmo se posicionar a favor das punições. Agora a União também é ré na ação.

Comento:

A União está atrasada, muito atrasada. O Coronel Ustra já tem uma condenação para recorrer, processos já caminham há algum tempo. Onde esteve neste tempo todo? É bom lembrar que vários ministros do atual governo deram aval e pediram em público a condenação dos militares. Até hoje não foram desautorizados pelo presidente da república.

Agora que a União admite defender os militares, como vai ficar Tarso Genro? Vai continuar pedindo a revisão da lei de anistia? E a secretaria de direitos humanos? Vai continuar investindo contra Ustra?

É bom que os acusados analisem bem este oferecimento de defesa. Em se tratando de um governo petista é bom sempre esperar o pior. A chance de estar errada é quase nula.

O que o Cel Ustra deseja, e merece, é o apoio do Exército Brasileiro. Não se trata aqui de pedir que seus comandantes afronte a lei ou a democracia, mas que se manifestem em solidariedade para um militar que passou para a reserva com todas as honras previstas. Que possui uma medalha do pacificador com palma, o que significa que arriscou sua vida no cumprimento do dever.

Ao se omitir, ao negar qualquer palavra em defesa de Ustra, o comando da Força passa a imagem que na hora que mais precisa, abandona o subordinado. Que o indivíduo não é importante; isto é fatal para uma instituição militar. O soldado tem que ter a confiança em seus superiores para poder cumprir suas missões.

Que o Exército aproveite a oportunidade, em que a própria União colocou-se como réu no processo, e coloque-se de público em defesa do Cel Ustra. É a oportunidade de contraditar a grande mentira que se construiu no Brasil.

OAB quer rever lei da anistia

Do blog do Noblat:

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) ingressou nesta terça-feira com ação para que o STF (Supremo Tribunal Federal) declare que a Lei da Anistia não deve beneficiar responsáveis por crimes de tortura no período da ditadura militar. O presidente da OAB, Cezar Britto, defende que o Supremo decida se os crimes praticados por militares e policiais durante a ditadura, como a tortura, estão cobertos pela Lei de Anistia.

Comento:

Eu falei que não iria parar no Cel Ustra, não falei? Cada dia avança um pouco mais a covardia contra os militares. Qual o sentido desta ação da OAB? Houve tortura durante o regime militar? Tudo indica que sim, houveram excessos. Só que houveram também assassinatos, sequestros, atentados terroristas. Morreu gente nas mãos dos que pretendiam implantar uma ditadura comunista no Brasil.

Sequestro é um crime hediondo. No entanto temos sequestradores em altos postos da República. Por que a OAB não entra com um pedido de revisão para estes casos também? Por que a OAB não pergunta ao STF se assassinatos também estão cobertos pela lei da Anistia.

E o silêncio das Forças Armadas grita nos quartéis…

Lei seca está fazendo água

Lauro Jardim:

A PRF já havia alertado há um mês para essa desaceleração na eficácia da lei e reforçará agora a necessidade de os motoristas respeitarem a regra. O número de autuações a motoristas pegos alcoolizados nesses quatro meses ficou 54,7% maior que no mesmo período do ano passado. E mais, após dois meses de afrouxamento da fiscalização, com uma redução do número de flagrantes, eles voltaram a crescer nas estradas, apesar de isso não ter se refletido diretamente em um aumento na redução do número de mortes. Ou seja, o motorista está sendo mais fiscalizado, mas continua indo para as estradas alcoolizado.

Comento:

Roberto Campos costumava comentar que tudo que é rigorosamente proibido acaba sendo ligeiramente permitido. O problema do alto índice de acidentes no Brasil não era o nível permitido de álcool nas estradas. Não havia necessidade de estruprar a constituição para promover demagogia.

O grande foco era a impunidade. Não adianta querer ser rigoroso com quem não cometeu nenhum crime e ser extremamente tolerante com quem o faz. Existem exemplos mil, o mais famoso deles é do jogador Edmundo. Embriagou-se, matou e até hoje está livre. Quantos mais estão na mesma situação? Quantos já realmente cumpriram alguma pena pelos acidentes que provocaram?

Outro problema crônico é as péssimas condições das estradas federais. Fica difícil investir na malha rodoviária quando o estado não dispõe de recursos para investimento e manutenção tendo em vista a prisão assistencialista que a carta de 88 provocou. A saída seria a iniciativa privada, mas o pedágio acaba caríssimo pelo alto custo de promover qualquer atividade econômica no país.

Soma-se isso ao espírito de desrespeito ao próximo e temos a tragédia que vemos ano após ano. Com a lei seca, tirou-se o foco das verdadeiras causas do problema. Passada a euforia inicial, a lei só funcionará mesmo para aqueles que nunca foram o problema, os bebedores moderados, aqueles que não costumam se exaltar.

Que mundo!

Folha:

As redes de TV fizeram a festa no Ibope com o caso Eloá, garota de 15 anos que foi mantida refém pelo ex-namorado, durante a semana passada, no apartamento em que morava, em Santo André. O total de televisores ligados na Grande SP no final de semana foi 15% maior do que no anterior. No sábado, a média de televisores foi de 46%, a maior dos últimos dois meses. A audiência das redes que mais investiram na cobertura do seqüestro cresceu. A média da Globo no domingo, das 7h à 0h, subiu de 16 para 20 pontos, um crescimento de 25%. A Record cresceu 43% -foi de sete para dez pontos. A Record News, canal de notícias da Record que opera em sistemas aberto e pago, finalmente saiu do traço. A emissora saltou de 0,3 para 1,0 no sábado, deixando a Gazeta para trás e encostando na Rede TV!. O SBT também registrou aumento de audiência. Na sexta, com o caso, a Record bateu a novela das seis da Globo (“Negócio da China”) e empatou com a das sete (“Três Irmãs”), mas desabou contra o “Jornal Nacional” (33 a 14).

Comento:

O que dizer? Que mundo é este onde uma tragédia vira fonte de lucro, onde as pessoas gostam de acompanhar, com uma certa morbidez, os mínimos detalhes da morte de um ser humano?

Oh, maravilha! Quantas boas criaturas há aqui! Que bela é a humanidade! Oh, admirável mundo novo, que tais pessoas tens!

Shakespeare já estava adivinhando o futuro; coisa própria dos grandes homens.

César Maia dá pitaco errado sobre caso em Santo André

Do ex-blog do prefeito do Rio:

1. Na coletiva que deu à imprensa no dia seguinte ao assassinato da menina Eloá, em Santo André, o Coronel-PM explicou porque não autorizou o tiro fatal por atirador de elite, mesmo o tendo por duas vezes na janela em situação que facilitava o tiro. A razão alegada não o qualifica para comandar uma operação como essa.

2. Disse ele que se o fizesse a imprensa cairia em cima dele porque teria matado um jovem apaixonado e que isso não se justificaria, etc, etc. Ora, se um Coronel PM de Operações Especiais, ao tomar uma decisão dessa leva em conta a suposição de como a imprensa trataria a sua decisão, é porque lhe falta preparo para a decisão.

Comento:

Maia está errado nesta querstão. Existe policiais que estão há 13 anos, vejam bem, 13 anos!, respondendo processo porque após o tiro de um sequestrador tiveram que atuar e o resultado foi a morte dos dois sequestradores e 2 reféns. O mais interessante é que não estão sendo julgados pela morte apenas dos 2 reféns, mas dos dois sequestradores também!

O que fazia um procurador ao lado do negociador da polícia? Não estava ali justamente para avaliar toda ação policial? Pare evitar que a polícia se excedesse?

Durante todo o sequestro havia uma preocupação da procuradoria com a integridade de Lindembergue. Quem vive no Brasil sabe disso, a vida de um bandido vale mais do que de uma pessoa de bem. Vimos isto este ano no Morro da Providência. De um lado um tenente do Exército, que errou sim, de outro três marginais. O resultado foi o massacre da imprensa, deixando para a justiça o retrado de um criminoso moralmente já condenado.

A justiça brasileira é extremamente dura com os policiais porque já parte do princípio que eles estão sempre se excedendo. Na prática acabam tendo que sempre provar que são inoscentes e não o contrário.

Dizer que o GATE é despreparado é uma leviandade do prefeito do Rio. Não quero dizer aqui que não tenham sido cometidos erros. O mais evidente foi o retorno da outra menina, mas daí a colocar a culpa do que aconteceu na Polícia vai uma distância gigantesca.

Até porque, mesmo que a menina não retornasse, nada indica que o final não seria o mesmo. Nem mesmo em Hollywood um sequestro acaba sempre bem. O verdadeiro responsável por tudo que aconteceu está preso.

Estão tentando transferir a culpa para pessoas de bem que estavam cumprindo seu dever, sujeitos a uma enorme tensão e a erros, pois são seres humanos. O dia em que a justiça confiar no julgamento de uma pessoa treinada em uma situação como essas ele poderá atuar apropriadamente. Aí sim, poderá ser cobrado.

Mais sobre a opção que o GATE não tinha

Desde a morte de Eloá tenho dito aqui a mesma coisa: matar Lindembergue era uma opção que a polícia de São Paulo não tinha. Reinaldo Azevedo é de longe o que melhor analisou tudo que aconteceu até agora. Em post de hoje, nos apresenta uma estória importante para entender o caso:

Em 1995, dois assaltantes fizeram reféns 18 operários numa obra — a construção de uma mansão — no Morumbi. Era dia de pagamento. O GATE foi acionado. A negociação se prolongou. Dado o primeiro tiro por um dos bandidos, os policiais decidiram invadir a área. Resultado: quatro mortos — os dois bandidos e dois reféns. Sabem o que aconteceu com o comandante e todos os soldados da operação? Respondem até hoje por um processo sob a acusação de homicídio doloso — para ser preciso: homicídio doloso de quatro pessoas. Treze anos depois, eles ainda não se livraram. O comandante era conhecido na tropa. Liderara antes o cerco a uma rebelião num presídio de Hortolândia. Levou um tiro na boca. Ferido, chamou o imediato, o que está documentado, e determinou: “Não deixe o pessoal perder o controle”. O episódio do Morumbi, infelizmente, restou como um exemplo — um mau exemplo — para os homens que atuam na linha de frente do GATE. Já chegou lá.

Anos de campanha sistemática dos formadores de opinião contra a polícia produziu este estado absurdo de coisas. Entre um bandido e um policial, a mídia em geral e nossa intelectualidade se coloca ao lado do bandido.

Vejam que fiz uma distinção importante: mídia e intelectuais. O povo, pelo menos o de bem, está do lado da polícia. Acha que se deveria ter matado Lindembergue se a chance aparecesse. Lamentam que a polícia não tenha aproveitado a invasão para matá-lo. Se houvesse um plebiscito, ele seria enforcado ou esquartejado, ou ambos.

Digo aqui que o povo é mais sábio? De jeito nenhum. É levado por um sentimento de vingança mas acertam em um ponto: sabem identificar o real culpado do que aconteceu em Santo André. Coisa que a maioria de nossos formadores de opinião não sabem. Ainda estão apaixonados pelo bandido da luz vermelha.