Folha:
José Aníbal (SP), líder do PSDB na Câmara, diz que seu partido continua “disposto a colaborar” com o governo, aprovando as medidas anticrise.
Segundo Aníbal, essa disposição não foi alterada depois da edição da medida provisória 443, que abre caminho para a estatização de bancos privados.
Comento:
O grande problema de estatizar no Brasil é que a volta é praticamente impossível, tem um custo violentíssimo. O governo FHC até hoje é demonizado pelas corretas privatizações que foram feitas; nem seu próprio partido tem coragem de defendê-las.
O PSDB, apesar do que querem passar, é um partido de esquerda, na verdade centro-esquerda. Como todo mundo quer ser de esquerda no Brasil, acaba ficando meio à direita, embora ainda de esquerda. O DEM, que seria um partido de centro, fica com o rótulo de extrema-direita, o que é uma grande piada já que sua inspiração, César Maia não esconde, é o Partido Democrata americano.
Mais uma vez vemos a falta que e um partido conservador no Brasil. Quem defende o indivíduo? Quem defende o livre mercado? Quem defende a limitação dos poderes do estado em relação à economia?
Não estou nem dizendo que a medida anunciada seja ruim, não tenho conhecimentos para julgá-las adequadamente. Sendo proposta pelo governo petista, entretanto, já tenho uma boa pista se é boa ou ruim para o país.
O fato é que não há debate, não há discussão. Nos Estados Unidos, epicentro da crise financeira mundial, a oposição do Partido Republicando ao pacote de Bush forçou o debate no Congresso. Assim deve ser feito em uma democracia. Aqui temos a decisão por medida provisória, que na prática funciona como um decreto-lei do regime militar.
Volto ao ponto principal. Estatizados alguns bancos e a crise debelada no futuro, os bancos serão privatizados novamente? Difícil. Qual político no poder não gosta de um banco estatal?