Silêncio na caserna

Quando um Tenente foi preso pela morte de três marginais em uma favela do Rio no inexplicável projeto cimento social do senador Crivela o Exército se distanciou o máximo que pode do militar. A estratégia era de tentar evitar a relação da instituição com o Tenente, tentanto caracterizar o ato como individual.

Não funcionou. O Tenente é um militar e estava a serviço naquela noite. Querendo ou não, era um dos seus. A imagem que ficou dentro da instituição era que o jovem fora abandonado por seus chefes e levou ao questionamento natural: e se fosse eu? Quer dizer que não teria o amparo da instituição em minha defesa?

O Coronel Ustra foi condenado pela justiça por tortura durante o regime militar. A única prova levantada foi o próprio testemunho dos acusadores. O Ministro Tarso Genro está alardeando que trata-se de um momento histórico e pode ser mesmo.

Onde está a palavra do Exército? Não vai defender um dos seus? O Coronel Ustra cumpriu rigorosamente com seu dever durante toda sua carreira e aposentou-se com todas as honras militares previstas. Onde está a palavra da Força em defesa do militar? Vai novamente passar a imagem que diante de qualquer complicação com a justiça se afasta e lava as mãos?

Uma das desgraças que se seguiu ao fim do regime militar foi que o Exército aceitou passivamente o papel de algoz e se escondeu em um casulo. É incapaz de defender seu papel durante os vinte anos que o comunismo foi impedido de se instalar por aqui. Foi construída uma idéia de que o Exército não pode se manifestar sobre temas nacionais, que deve observar calado o que acontece na sociedade.

Está apanhando impiedosamente e seu silêncio acaba por passar a imagem que tem vergonha de tudo que fez pelo país. Onde estão as vozes dos Generais? De que têm medo? Da crítica dos jornalistas vermelhos? De serem afastados de suas funções? As primeiras certamente virão, mas o presidente já demonstrou que não tem condições políticas de afastar um general por conta de suas opiniões.

Comandantes! Olhem com carinho para o espírito que ainda reside em muitos militares pelo Brasil a fora. Não deixem este espírito morrer; não os convençam que realmente o Exército foi o vilão de 64! Defendam o Tenente. Defendam o Coronel Ustra.

Entendam que o Coronel Ustra é mais do que uma pessoa, é um símbolo! Um símbolo de tudo que o Exército fez de bom para o país em 20 anos que esteva a frente da nação. Cometeu erros? Sim. Não há liderança que não os tenha cometido. O importante é que se pautou por princípios elevados, por valores corretos.

É isso que o Exército deveria estar dizendo para a sociedade. Lembre-se que em sua maioria, os brasileiros confiam em suas forças armadas. Não escolham a desonra do silêncio covarde. Não violem os próprios princípios que são a base da instituição que juraram defender.

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