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O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Carlos Ayres Britto, defendeu nesta quarta (1º) em entrevista ao Programa 3 a 1, da TV Brasil, que o voto no país deixe de ser obrigatório futuramente, condicionado à maior consolidação da democracia e da justiça social.
“Entendo que temos um encontro marcado com esse tema no futuro e a legislação consagrará, como em outros países, a voluntariedade do voto. O eleitor comparecendo porque quer participar efetivamente do processo eleitoral e se engajando nas campanhas com mais conhecimento de causa e determinação pessoal”, disse Britto.
“Como rito de passagem, a obrigatoriedade do voto deve permanecer ainda por mais tempo. Até que a democracia se consolide e que a economia chegue mais para todos”, ressaltou.
Comentários:
- Como se identifica um jornalista esquerdista: o Ministro falou em “que a economia chegue mais para todos”, o escrivinhador não teve dúvidas, substituiu a expressão por “justiça social”. Sempre que do nada um jornalista colocar esta expressão em um texto pode acender o sinal vermelho. Literalmente.
- O Ministro tem o mérito de colocar pela primeira vez no debate político esta questão. Até então eram vozes isoladas, quase inexistentes, que ousavam tocar nesta possibilidade. Nas últimas eleições o TSE exultou o comparecimento às urnas como sinal de amadurecimento democrático sem fazer menor referência ao voto obrigatório. Que seu presidente ouse falar em tornar o voto facultativo é uma avanço e tanto.
- Discordo do Ministro quanto as condições para implantação do voto facultativo. A adoção é uma avanço democrático, portanto não há sentido em esperar a consolidação da democracia para banir o voto obrigatório, muito menos que a economia chegue para todos, como se referiu.
- O Brasil já experimentou 20 anos com o voto obrigatório. Não há dúvidas que houve avanços econômicos neste período e até mesmo políticos. Não vejo como avançar mais sem começar a mexer no processo eleitoral e o primeiro ponto desta reforma deveria ser a extinção do voto obrigatório.
- Condição econômica não deveria ser critério para uma pessoa poder decidir se vai votar ou não. No fundo a idéia esconde um preconceito contra a pobreza, afirmando que o pobre não pode tomar suas próprias decisões e deve ser coagido pela máquina pública. Um direito não pode ser obrigatório.