Pois é…

Correio Brasiliense:

O laudo feito pela Polícia Federal nas maletas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não considerou definitiva a possibilidade de os equipamentos serem utilizados para fazer escutas telefônicas. A perícia do Instituto Nacional de Criminalística (INC) se ateve a responder às questões formuladas pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, que pediu os exames. Segundo fontes da PF, os aparelhos poderiam, se modificados, fazer grampos. Porém, isso não chegou a ser questionado pelo GSI.

Estão vendo demais…

JB:

NOVA YORK – A reivindicação do Brasil para integrar o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) poderá ter o apoio dos Estados Unidos. O assunto foi tratado nesta segunda-feira, em Nova York, nos Estados Unidos, durante reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice.

De acordo com fontes diplomáticas, o ministro mencionou um artigo da secretária publicado em agosto na revista Foreign Affairs, no qual ela ressalta o Brasil e a Índia como grandes nações e destaca a importância da reforma do Conselho de Segurança da ONU. No texto, Condoleezza não explicita o apoio ao Brasil, mas diplomaticamente isso pode ser interpretado como um sinal de apoio à causa brasileira.

Não há limites para a falta de vergonha na cara

Globo:

A Comissão de Anistia julgará hoje pedido de reparação econômica para 41 companheiros da época sindical do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A audiência acontece na Câmara Municipal de São Bernardo do Campo (SP), berço do movimento sindical no ABC. Os antigos parceiros do presidente alegam que foram perseguidos políticos e perderam emprego nas fábricas e montadoras. Eles reivindicam valores de como se na ativa estivessem. Em média, cada um pede prestação mensal de R$2,5 mil. Alguns pleiteiam ainda divisão de lucros das empresas em que trabalharam.

Comento:

Como disse o Millôr: eles não estavam fazendo revolução mas sim um investimento!

Como devem se sentir idiotas os que ficaram do lado da lei…

Campanha?

Este tipo de charge está muito comum nos jornais de todo o país. Como não acredito muito em coincidências desconfio que há uma campanha orquestrada para demonizar as eleições. O que poderia vir de bom em convencer o eleitor que seu voto não só é inútil como todos os políticos são indignos de confiança?

Vivemos um momento muito perigoso em nossa frágil democracia, que está longe de ser consolidada de fato. A sociedade não confia nos três poderes, as instituições estão sendo arrasadas pelo petismo, a política nunca este tão mal avaliada. No meio disso temos um presidente extremamente popular em um partido que já não disperta a simpatia que já teve no passado.

Chesterton já advertia que o progresso exige a constante vigilância. Se quisermos que um poste fique branco é preciso estar sempre pintando de branco; se o deixar-mos entregue à própria sorte ficará preto.

Assim é a democracia. Se queremos avançar nos processos democráticos é preciso vigiar a democracia, praticá-la. Vigiar não significa virar bedel de eleições e ficar ditando mil regras que os candidatos não podem infringir. Significa deixar que o eleitor tome sua decisão com todas as informações disponíveis. A censura é um atentado à democracia.

Não se enganem. Há uma campanha em curso para enfraquecimento das instituições brasileiras e só há uma pessoa, um grupo político, que pode se beneficiar desta perda de confiança nos processos democráticos. Precisamos voltar a pintar o poste de branco.

Indecoroso

Expedito Veloso é um dos aloprados que tentou comprar um dossiê fajuto por quase 2 milhões de reais em dinheiro vivo. Era do Banco do Brasil. Era? Seria se este fosse um país com o mínimo de vergonha na cara. Como não é, Veloso voltou ao banco e esta semana foi promovido. Administra mais de 1 bilhões de reais em contas previdenciárias.

Uma sindicância interna concluiu que não prejudicou a imagem do Banco. Claro que não. Um diretor de um Banco ser pego com 2 milhões de reais em dinheiro vivo comprando dossiê político não pode comprometer a imagem de uma instituição. Que preconceito! Um homem deixar bem claro que os interesses do partido a que pertence estão acima da empresa que trabalha não é motivo para indignação e sim para celebração. Afinal, está exercendo sua liberdade!

Pois isso digo sempre. Empresa estatal no Brasil é utopia. Estão todas privatizadas a muito tempo. Boa parte do Banco do Brasil pertence ao PT. Não é por acaso que as digitais do Banco estão espalhados por todo o escândalo __ ainda é escândado? __ do mensalão. Se é para ser assim que privatize logo a instituição. Pelo menos saberemos para quem foi vendida.

O pior é ver que este tipo de notícia nem causa mais espanto. Uma estranha desilusão tomou conta da sociedade brasileira que não se importa mais com a retidão de seus homens públicos e isso é muito ruim. Algo de muito ruim vai advir de tudo isso.

Escolha de números

Uol:

Sobre os três meses de lei seca, a PRF registrou aumento no número de acidentes em comparação aos mesmos três meses do ano passado: foram 33.497 acidentes entre 20 de junho e 20 de setembro deste ano contra 30.835 acidentes em 2007. Entretanto, o número de mortos diminuiu no mesmo período: 1.697 mortos em 2008 e 1.808 mortes em 2007 (queda de 6,1%).

Comento:

Parece que estatística só vale quando é a favor da tese que se deseja defender. Não querem saber realmente o efeito de uma lei, querem justificativa para sua existência. Dois resultados opostos dividem a mesma estatística: o número de acidentes subiu, o número de mortos caiu.

Se a PRF pode usar o segundo para provar a eficiência da lei seca, forçando uma relação de causa e efeito que nenhum estatístico com vergonha na cara pode afirmar em tão pouco tempo, eu também posso usar o primeiro para dizer que os abstêmios dirigem pior que os apreciadores de álcool. Pode ser que esteja sendo comprovado na prática que os homens ao passar os volantes para as mulheres estão comprovando que dirigem melhor sob efeito da bebida do que elas sóbrias.

Estudei estatística nas minhas duas graduações e em duas pós-graduações, uma delas de mestrado. Tirar conclusões com dados tão primários é chute no escuro para não dizer falta de seriedade. Podem reparar as séries históricas ano a ano, o número de acidentes, com ou sem morte, variam de um ano para outro. Por que? Vai saber, o fato é que variam. A chance da pesquisa comprovar a tese era de 50%, foi como jogar um cara ou coroa. Só não foi tão bom quanto esperavam porque este detalhe do número de acidentes melou um pouco o jogo.

É preciso sempre ter cuidado com estatísticas. Uma das teses mais estúpidas que já saíram nos últimos tempos afirma que a prática do aborto é responsável pela diminuição da violência no futuro. É possível se montar correlações absurdas com os números, o difícil é achar realmente as relações de causa e efeito.

Aprovação de Lula

É claro que são muitos os fatores que explicam estes números que estão sendo apresentados pelos principais institutos de pesquisa, embora eu ache que há exagero neles.

Os números da macro-economia estão positivos. Crescemos pouco, é verdade, mas estamos crescendo. A comunicação do governo está sendo bastante eficiente pois está nas mãos de profissionais que realmente sabem o que estão fazendo.

Chamo atenção neste post para dois fatores em especial que favorecem a alta popularidade do presidente atual.

A Mídia

Há meses que os principais jornais do país estão enchendo suas páginas e telejornais com as inaugurações intermináveis que Lula vem fazendo. Uma hora está na Bahia, outra em Santa Catarina. A impressão é que o tal PAC realmente existe e está de vento em popa.

O que os jornais não dizem é que em muitos casos estão sendo inaugurados protocolos de intenção, promessas de verbas. Políticos que inauguram placas de obra não são novidade na vida nacional, mas que inaugurem expectativas de crédito juro que não tinha visto.

A imprensa não contesta o presidente. Não há um gráfico mostrando que a execução do orçamento é ridícula, que muitas destas obras não irão para frente, que já foram inauguradas mais de uma vez. O que se vê é a foto de Lula com as mãos cheias de petróleo como se houvesse descoberto o caminho para as Índias.

Não é novidade que as redações estão tomadas pelo pensamento de esquerda, mesmo que muitos nem possuam idéia desta submissão. A conquista do discurso cultural foi quase completa e até para criticar a esquerda é preciso usar os termos definidos pela esquerda.

Ao evitar fazer cobranças ao Presidente, a imprensa passa a imagem de que ele não deve ser cobrado. Pior, ainda o protege de si mesmo. Quando diz um bobagem, o que não é raro, esta bobagem é retratada como um ato falho ou um excentricidade, deferência que nunca foi estendida a outro Presidente. Estes tinham suas declarações levadas a pior interpretação possível quando não colocavam palavras em sua boca que nunca foram ditas. Um exemplo é o famoso “esqueçam o que escrevi” de FHC.

A oposição

A oposição tem um grande parcela de culpa ao se convencer que sairia perdendo em confrontar o presidente. É um processo político curioso onde não se pode enfrentar o adversário; pior que perder um debate é não debater por medo.

Assim a oposição acabou endossando todas as políticas eleitoreiras e demagógicas do governo Lula. Não se discute o bolsa família, briga-se por seu uso. O mapa eleitoral da vitória de Lula em 2006 não deixa dúvidas de que a distribuição de esmola governamental foi determinante para o resultado. Trata-se de uma política de perpetuação da pobreza e compra de votos a prestações, mas onde estão as vozes para a denúncia?

Este papel vergonhoso dos partidos de oposição traduziu-se para o brasileiro como a constatação que Lula é o melhor que podemos conseguir. Não é a toa que um dos principais líderes de oposição está em franca aliança com o petralhismo em torno de um candidato à prefeitura. Se até seus opositores desistiram, se é que tentaram de fato enfrentá-lo, é por que o cara deve ser mesmo tudo isso.

Como este quadro não deve ser alterado durante as eleições, pois ninguém quer se arriscar a parecer anti-Lula, seus índices devem aumentar ainda mais neste final de ano. Qual o limite? Ninguém sabe. A esperança continua sendo que em determinado momento caia a máscara e o brasileiro possa ver a real natureza de seu mito.

O medo é que o brasileiro já tenha visto esta natureza. E gostado do que viu.

Camisetas

Globo:

Jair Bolsonaro quase foi agredido ontem, por volta de 10h, no calçadão de Copacabana.

É que, em campanha pelo filho Carlos, candidato a vereador, usava uma camiseta com a foto do presidente Médici e a frase: “Eu era feliz e… sabia”. O deputado foi chamado de “torturador” por um grupo que até tentou arrancar sua camisa.

Comento:

Quantas camisetas são vendidas com a foto de Chê Guevara no país? Do Lenin? Do Fidel?

O primeiro matava quase por esporte. Era antes de tudo um psicopata que encontrava na ideologia apenas uma razão para exterminar seres humanos. A tortura era um de seus métodos. Qualquer barraca de camelô que venda camisas com estampas  terá uma com o rosto desta facínora, pode procurar.

O segundo montou a maior máquina de opressão que jã se teve notícias. Foi responsável por milhões de mortes e também pela instituição da tortura como instrumento legítimo do estado. Mais que isso, justifica esta utilização. O uso da violência era uma necessidade para purificação da sociedade.

O  terceiro está vivo até hoje. Seu regime torturou e matou proporcionalmente até mais do que o segundo. Se sua taxa de produção de assassinatos fossem adotadas no Brasil, como queriam (e querem) alguns, falaríamos de milhares de mortos e não de 480. Estes números são inflados pois são da própria comissão de mortos e desaparecidos e a maior parte foi em confronto armado.

O Presidente __ este faço questão de usar maiúscula __ Médici governou o país por 5 anos. Foi o melhor governo que já tivemos nos últimos, sei lá, quarenta anos. Vivíamos o tempo de pleno emprego. Uma vez perguntei ao pai de um amigo como era as perseguições que tanto falam, como era viver sob ameaça de tortura. Disse que não sabia pois estava trabalhando.

É uma resposta simples porém esclarecedora. Quem estava trabalhando e tocando sua vida nunca teve nenhum problema com o governo militar. Já os que pegaram em armas e praticaram terrorismo __ aqui cabe a palavra __ tiveram os seus. Justifico a tortura? Não. No entanto ela nunca foi institucionalizada, ao contrário, a lei proibia. Foi praticada em alguns porões, normalmente por policiais, como medida exceção.

O Presidente Médici não é este que a esquerda tenta vender ao país, o patrocinador da tortura. É o Presidente que quando entrava no Maracanã era aplaudido de pé pelas duas torcidas, como já presenciou um tio meu. O popular de hoje recebeu vaias e passou a fugir de estádios, prefere uma boa claque. É o Presidente que quando deixou o governo não ficara rico, nem ninguém da sua família. Não há milionários na família Médici ao contrário de alguns zeladores de jardim zoológico que se tornaram empresários da noite para o dia.

Estou dizendo que se Lenin, Che e Fidel podem ter camisas, Médici também pode? Jamais igualaria o Presidente brasileiro a estes três estrumes. Igualo eles a Hitler. Se não se pode usar uma camisa com o rosto deste por ser apologia ao nazismo, não deveria poder usar camisa daqueles, por apologia ao comunismo, regime que onde foi adotado levou morte e destruição. E nem falei em Mao!

Os que tentaram agredir o deputado devem ser desses que ostentam com orgulho camisas da União Soviética e são cúmplices, por ignorância ou por má fé, da verdadeira chaga do último século, o comunismo. No Blog Canto do Jota tem um post onde o autor se questiona ao ver uma camiseta com os dizeres CCCP (os mais antigos lembram desta sigla).

Quando vejo este tipo de inversão de valores entendo melhor por que estamos onde estamos. Fizemos por merecer ao renegar homens honrados para fazer apologia ao que existiu e existe de pior na humanidade. Nós fizemos nossa própria cama.

Fala Clóvis Carvalho

Folha:

Todo o movimento indica que Kassab irá ao segundo turno. O nível de aprovação à administração é significativo o bastante para se converter em apoio eleitoral, em voto. Em 2006, o Geraldo perdeu a eleição para presidente porque renegou a administração do Fernando Henrique. Agora vai perder a de prefeito por renegar a administração da cidade, que é tucana.

Comento:

Não sou tucano; o partido é um representante da social democracia que, infelizmente, constitui uma espécie de direita brasileira. Devido ao estranho fato de não haver partidos conservadores nosso escopo político vai da esquerda (PT, PC do B, PDT) à social democracia (DEM, PSDB). E o PMDB? Este vai de qualquer um que estiver no controle da máquina pública.

O governo FHC teve notáveis acertos no campo econômico, o principal deles a defesa da moeda. Minhas críticas são ao seu viés social nas políticas de saúde, educação, etc. Mas isso é outra estória.

O fato é que Carvalho tem razão; faltou coragem (para ficar na melhor hipótese) a Geraldo Alckmin em defender o que tinha de bom no governo de seu partido. O caso da telefonia foi típico. Lula demonizou as privatizações, Geraldo, como se chama então, só faltou concordar com ele. Aí veio aquela foto com os logos das estatais… no mesmo dia eu comentei que sua campanha havia terminado.

O PSDB nunca poderia ter deixado esta aventura seguir adiante. Deveria ter se comportado como um partido político e pensado politicamente. Havia risco de racha em São Paulo? Que se rachasse antes das eleições do que agora quando o candidato a prefeito do partido ataca a administração do próprio partido.

Que os tucanos dêem a Alckmin a irrelevância que tanto pediu quando terminar as eleições. Alckmin, você já era!

Terrorismo na Espanha

Uol:

A Espanha foi alvo, nas últimas 24 horas, de três ataques atribuídos à organização separatista basca ETA, que deixaram um morto e ao menos dez feridos no norte do país, informaram as autoridades neste domingo.

No atentado mais grave, um carro-bomba explodiu na cidade de Santoña, matando uma pessoa e ferindo outra perto de uma academia militar, na avenida Carrero Blanco de Santoña, informaram fontes do governo da Cantabria.

Comento:

Quando vão entender que não é possível tolerar o terrorismo e qualquer grupo que o promova deve ser tratado sem complacência? Não há causa que justifique a morte de inocentes. Se a ONU fosse o que imaginam que seja sua prioridade número um deveria ser acabar com o terrorismo no mundo. E só há um maneira de fazê-lo, com o uso da força.