Sowell: A visão da esquerda

Na aba de artigos diversos, um de Sowell.

A agenda da esquerda é boa para o mundo que eles acreditam existir hoje e para o mundo com que eles sonham para o futuro.

Esse é um mundo que não é cerceado por todos os lados por restrições e pelos dolorosos compromissos que as restrições implicam. No mundo deles há “soluções” atrativas, em que todos ganham, em vez daqueles horríveis compromissos que se tem de fazer no mundo em que o resto de nós vive.

Texto Integral

Impressionante!

Folha:

Os primeiros resultados de uma pesquisa realizada com 500 pessoas declaradas como eleitores indecisos deram como vencedor o candidato democrata, Barack Obama, depois do primeiro tête-à-tête com o aspirante republicano à Casa Branca John McCain na Universidade do Mississipi.

Quarenta por cento deles, segundo uma pesquisa elaborada pela rede “CBS”, percebeu Obama como ganhador enquanto 22% deu a vitória ao candidato republicano e 8% considerou que houve empate.

Comento:

Deve ter sido um trabalho e tanto para os jornalistas __ estou tentado a usar aspas __ da Folha encontrar algum número que desse uma vitória a Obama no debate de ontem. Olha que nem a CNN ousou dizer que ele foi bem no debate, no máximo tentou levar para um empate técnico! Os representantes do partido democrata faziam um esforço danado para tentar mostrar que McCain não vencera o debate! Nem eles conseguiram, em nenhum momento, dizer que Obama havia se saído bem!

Eles estão achando que as eleições são no Brasil e podem mudar a realidade escrevendo mentiras, como fizeram no primeiro debate presidencial ano passado dizendo que Lula e Alckmin “trocaram acusações” quando, para surpresa geral, o segundo imprensou o primeiro.

Se McCain vencer as eleições em novembro será um feito e tanto pois terá vencido a impopularidade de Bush, a crise econômica e a animosidade da grande mídia americana. Nem vou falar da mundial porque esta é irrelevante para o eleitor americano em geral.

Se debate ganhasse eleição…

…McCain poderia correr para o abraço. Foi a primeira vez que ouvi Obama falando e o que vi foi um homem sendo desmontado aos poucos, ou acham normal chamar o adversário de Jim várias vezes? Sobre economia ainda tentou se segurar com a visão liberal de seu partido embora McCain tenha deixado fixado bem a idéia de que em tempos difíceis a experiência contará muito. Mas quando chegou na política externa…

Obama só conseguia repetir que deveriam remover os soldados do Iraque para levar ao Afeganistão. McCain foi taxativo, os Estados Unidos não podem retornar do Iraque sem estar na condição de vitoriosos para não ter que voltar novamente. Não foi a toa que frisou várias vezes as conversas que teve com o General Patreous, mostrou que acompanhou sempre o assunto de perto e que compartinham da mesma opinião sobre o fim do conflito. Seu adversário teve que reconhecer que o general estava fazendo um excelente trabalho.

Obama particularmente se perdeu quando defendeu o ataque ao Paquistão, um aliado americano, ao mesmo tempo que falava em conversas com o líder terrorista iraniano. McCain deixou claro que um presidente americano não pode sentar em uma mesa de negociação com quem defende o extermínio de Israel ironizando um possível diálogo: vou destruir Israel! No you can’t! Como poderia evoluir uma conversa assim?

Claro que não vai houvir nada disso na imprensa brasileira; desconfio que nem mesmo na americana. Obama chegou a babar!

O que ficou evidente é que no confronto de idéias Obama não dá nem para saída contra McCain. Parece que seu lugar é mesmo atrás do teleprompter falando para os democratas. Espero, sinceramente, que os eleitores americanos não entrem nessa furada.

Avante Kassab!

Noblat:

Pesquisa do Ibope, a ser publicada amanhã pelo jornal O Estado de S. Paulo, e divulgada daqui a pouco pela TV Globo-São Paulo, dá a Marta Suplicy, candidata do PT à prefeitura de São Paulo, 35% das intenções de voto; a Gilberto Kassab, candidato do DEM, 25%; e a Geraldo Alckmin, candidato do PSDB, 20%. Margem de erro da pesquisa: dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Na pesquisa anterior, o Ibope registrou empate técnico entre Kassab e Alckmin, cada um com 21% das intenções de voto. Marta tinha 35%.

Atualização das 19h33 – Na simulação de segundo turno, empate técnico entre Marta (45%) e Kassab (44%). A pesquisa Ibope não foi divulgada pela TV Globo-SP. Ela será manchete de capa de amanhã de O Estado de S. Paulo.

Fala Alckmin

Eu lamento muito esse comportamento de só fazer campanha minando o PSDB, só fazer campanha da intriga, quer dizer, ele [Kassab] chegou onde chegou porque o PSDB ganhou a eleição. E agora o único objetivo é destruir o PSDB.

A falta é quase perfeita, só falta substituir [Kassab] por Alckmin.

Em pensar que em 2006, tirando o primeiro debate do segundo turno, ele foi só amores para com Lula. Não deixa de ser curioso pois o DEM foi mais fiel à sua condidatura do que seu próprio partido. O grande aliado de hoje, mesmo vencendo em seu estado com 70% dos votos, foi incapaz de fazer campanha para ele. Diante do quandro não deixo de me questionar: afinal, para que partido Alckmin fez campanha em 2006?

Em tempo, fui partidário de sua candidatura nas últimas eleições. Na época um tio meu, muito mais sábio, me alertou que apostar em Alckmin era entregar o ouro para Lula. Esperneei, usei o argumento do tal do recal; enfim, errei feio.

Deixei de ouvir a voz de quem tinha mais experiência e ganhei experiência __ essa forma suave de nos referir a nossos erros.

Santayana surtou!

Inacreditável o artigo de Mauro Santayana no JB de hoje! O cara surtou! Só pode para escrever tanta porcaria junta. O artigo vai em azul.

O New York Times reconheceu, ontem, em editorial, que a crise de nosso tempo é de liderança. A autoridade ética dos homens de Estado é absolutamente necessária, até mesmo nas mais adiantadas democracias, como foi o caso de Atenas no tempo de Péricles. Fundador do estado de bem-estar social, com a política de pleno emprego, na construção do grande templo de Partenon e na reconstrução da cidade, saqueada pelos persas, Péricles era também visto como o primeiro dos cidadãos, tanto na inteligência, quanto na conduta ética. Mas a tentação de expandir o império, que o conduziu à guerra contra Esparta, quando ainda havia espaço para a diplomacia, traria as conseqüências conhecidas. Péricles morreu quando o conflito estava em seu terceiro ano. A partir da derrota, Atenas e a Grécia entrariam em declínio, e os gregos perderiam a soberania sobre seus Estados, até a recuperação republicana do século passado.

Taí uma coisa que eu realmente não sabia, que o estado do bem-estar social foi criado por Péricles. Jurava que tinha sido coisa dos democratas socialistas na Europa! Estados gregos? Onde este senhor aprendeu história? Até parece que a Grécia era um país republicando dividido em Estados…

Está sendo mais rápida do que se esperava a decadência dos Estados modernos. Churchill, Roosevelt, Tito, Stalin e De Gaulle foram os últimos líderes da grande luta contra o racismo nazista e, cada um a seu modo, defensores da própria concepção de Estado soberano. A partir de então, os Estados Unidos, os grandes beneficiários da vitória, ditariam o comportamento do mundo, de acordo com seus interesses imperiais, consolidados no “complexo industrial militar” denunciado por Eisenhower.

Decadência dos Estados modernos? Se tem uma coisa que sempre aumentou no último século foi o  poder dos Estados modernos, e uma das maneira como isso ocorreu foi justamente através do estado do bem-estar social. Stalin líder de uma grande luta contra o racismo nazista? Stalin lutou contra a Alemanha porque foi atacado! Era aliado até então. Segundo Santayana ele não era um ditador totalitário, apenas tinha uma “concepção própria de Estado soberano”. A velha ladainha do idiota latino-americano sobre os Estados Unidos ditando o comportamento do mundo segundo interesses imperiais. Engraçado mas o território americano permaneceu o mesmo com a vitória na II Guerra enquanto a União Soviética tomou posse de todo o leste europeu, só para começo de conversa. Quem tinha interesses imperialistas?

A liberdade dos cidadãos, no chamado “mundo livre”, foi absorvida pela liberdade do capital, que passou a exercer o despotismo sobre a sociedade, o controle dos governos, a doma da informação e a tutela sobre as nações. Os parlamentos deixaram de cuidar da organização social da liberdade, e o capital financeiro emergiu como o legis lator do mundo. O Acordo Multilateral de Investimentos pretendia ser a Constituição Universal sob o neoliberalismo, e só a resistência dos cidadãos impediu que suas cláusulas vigessem com plenitude, embora muitas delas fossem fielmente cumpridas por alguns governos, entre eles o do Brasil, durante o mandato do sociólogo Fernando Henrique Cardoso.

Lixo esquerdista puro. Lá vem o tal de neoliberalismo de novo, somos pobres escravos do capital. A política econômica de FHC domou a inflação e nos colocou com bases que nos faz resistir até a desgraça de ser governado 8 anos por Lula. Por enquanto.

Embora, depois de De Gaulle, a França só tenha conhecido líderes menores, o senhor Sarkozy não consegue aproximar-se de antecessores como Mitterrand, Giscard e Chirac. A Alemanha, que teve, na direita, homens como Adenauer e Kohl, e o excepcional Willy Brandt na esquerda, está entregue hoje a uma senhora simpática, mas caudatária fiel da Casa Branca. A Inglaterra, depois de Harold Wilson, despencou em Thatcher, Major, Blair e Brown. Da Itália, nem dizer: Berlusconi é um Mussolini sem ter lido Mosca, nem Pareto. Conselheiros, como Harold Hopkins, foram substituídos por marqueteiros, como Karl Rove, o guru de Bush.

Adenauer colocou a Alemanha nos trilhos e transformou um país destruído em potência econômica, mas excepcional mesmo era Brandt! Despencou em Thatcher? Pirou? A Dama de Ferro tirou a Inglaterra da irrelevância que a política de homens com Wilson havia colocado.

A falta de estadistas conduz à anemia das instituições políticas. Quando o Poder Legislativo perde a consciência de sua responsabilidade – a mais exigida nos Estados democráticos – suas prerrogativas são invadidas pelos outros dois poderes. A mais grave das invasões é a do Poder Judiciário, cuja legitimidade só pode ser aferida na sabedoria das decisões, posto que é poder derivado, e não originário da vontade popular. Ontem tratamos, nesta coluna, da resistência de Andrew Jackson à Suprema Corte, na defesa do interesse público contra os banqueiros. Jackson defendeu a tese de que cada um dos chefes dos poderes do Estado tem o direito de interpretar a Constituição de acordo com sua consciência, com a qual juraram cumprir seus mandamentos, e não pode admitir que outros o façam por ele: a consciência é indelegável. O Poder Judiciário – a que falta a legitimidade do voto – não pode, nessa exegese, ser, mediante a judicial review, o único porta-voz do espírito da Constituição. A tese surpreendeu os juristas que a contestaram, of course: o famoso voto de John Marshall, de 1803, se tornara o grande tabu do direito constitucional. Se os juristas mantêm, como é de sua natureza, rigorosa fidelidade a Marshall, os cidadãos têm a liberdade de alinhar-se à lógica de Jackson. Se a Suprema Corte dos Estados Unidos não houvesse sacramentado a fraude da Flórida há oito anos, provavelmente não teriam ocorrido a catástrofe de 11 de Setembro, o desastre do Iraque e a roubalheira de Wall Street.

Aqui vem uma impostura realmente criminosa! Os atentados de 11 de Setembro não têm absolutamente nada a ver com a eleição de Bush. Foram planejados e operacionalizados ainda na administração Clinton. Nem mesmo Michael Moore __ pelo menos no livro que li __ chegou a afirmar que houve fraude na Flórida, apenas que o resultado era incerto. Ligar essa questão ao 11 de setembro  é trapaça intelectual. Ah, o desastre do Iraque é um sucesso. Não houve mais atentados terroristas nos Estados Unidos, o combate está sendo feito contra soldados. Na pior das hipóteses, o mundo ficou com um ditador a menos.

No Brasil temos um Chief Justice que se arroga o direito que Inocêncio III reservava ao papa, o de julgar a todos e não ser julgado por ninguém (qui de omnibus judicar eta a nemine judicatur).

Quem é esse Chief Justice? Gilmar Mendes? Confesso que não entendi. A não ser que esteja falando de di Sanctris que declarou-se constrangido de prestar um depoimento sobre a suspeita que soubesse do grampo contra o presidente do STF.

Fazia tempo que não lia tamanha impostura e olha que o jornalismo por aqui é de quinta categoria!

Identificando um petralha…

O Globo traz uma notícia hoje que dá bem a dimensão do pensamento de um petralha:

Intelectuais e jornalistas, reunidos ontem na sede da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Centro do Rio, defenderam a manutenção do sigilo sobre a origem das informações publicadas na imprensa como uma das garantias da liberdade de expressão, citada como um dos pilares da democracia. Coordenador do encontro “Liberdade de expressão: base da democracia”, parte do seminário “Brasil, brasis/2008”, o acadêmico Arnaldo Niskier deu o tom da discussão ao abrir a reunião:


– Eu não posso entender que esse aspecto, que deveria ser pétreo, esteja sendo questionado por autoridades do governo. Mexer no sigilo (da fonte) é mexer em vespeiro e agredir de forma insólita os princípios mais sagrados da liberdade de imprensa – defendeu Niskier.O jornalista Eugênio Bucci, ex-presidente da Radiobrás, defendeu a manutenção do sigilo da fonte, mas ressaltou que, na maioria dos casos, a informação se completa com a revelação e sua origem.

Já repararam que sempre que um petralha defende a democracia ele coloca um “mas” na frase? Ok, vamos proteger o sigilo da fonte, mas devemos revelá-la para completar a informação! É essa moral torta relativista que nos levaram ao ponto que chegamos, um país com 70% de analfabetos funcionais e capaz de aprovar o governo mais corrupto da história.

Mais um

Globo:

Em Nova Iguaçu, o candidato a vereador pelo PPS, Antônio Carlos de Souza Silva, o Lourinho de Miguel Couto, de 47 anos, foi assassinado a tiros na tarde de ontem. O crime aconteceu a 150 metros de sua casa, no bairro Miguel Couto. Ele concorria pela primeira e apoiava o candidato a prefeito Nelson Bornier (PMDB). Segundo a polícia, foram 12 tiros revólver calibre 38 e pistola 380, evidenciando uma execução.

Comento:

Outro dia um colega comentou sobre o assunto. Já são vários casos de assassinatos de candidatos; chegamos realmente ao ponto de achar isso normal? Não vejo uma linha chamando atenção para esta seqüência de crimes, será que no fundo consideramos que é assim mesmo? Nosso desprezo à classe política nos levou á total indiferença a execução de políticos?