E aí justiça eleitoral?

Venho batendo na mesma tecla há algum tempo. A justiça eleitoral tem se excedido em suas funções e está atrapalhando o processo democrático. A cada eleição aumenta o número de regras que supostamente trazem isenção e transparência ao processo, no entanto, na prática, afastam o eleitor cada vez mais do processo.

Um dos princípios equivocados que a justiça eleitoral se agarrou é o da exposição igual de candidatos, inclusive na mídia. Essa estória de que emissoras de televisão devem ser reguladas porque são concessões públicas é um disfarce para controle da informação. Ninguém está interessado em Ivan Valente, Reichman e outras nulidades que povoam o universo de escolha do eleitor e o problema não é a legenda. Existe candidato do PSOL, por exemplo, liderando pleito em capital importante; este não precisa de cota para aparecer na televisão.

O debate que a Globo pretendia fazer na quinta feira no Rio e São Paulo está ameaçado por causa destas regras. A emissora não admite mais de 5 candidatos no Rio e 6 em São Paulo. Tenta negociar com os candidatos nanicos uma maior exposição em seus tele-jornais em troca da desistência deles em participar do dabate. Os dois citados não querem aceitar na capital paulista e Paulo Ramos (PDT) não aceita no Rio. Vejam que este último é candidato de um partido tradicional, que por anos mandou no Rio de Janeiro, mas é sua nulidade pessoal o inviabiliza para a disputa.

A Globo está certa. Se não pode fazer um produto interessante e com retorno é melhor não fazer. Parabéns a justiça eleitoral por garantir a igualdade entre os candidatos: nenhum deles vai debater na maior emissora do país. Mais um serviço inestimável à democracia.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *