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BRASÍLIA. Uma troca de farpas entre o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, e o diretor afastado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, reforçou as divergências sobre a condução da Operação Satiagraha pelo delegado Protógenes Queiroz. Em depoimento à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência, do Senado, Corrêa deixou claro que não foi informado da ajuda da Abin na operação. Lacerda disse que, antes de a Abin ajudar Protógenes, ele próprio pediu ao diretor da PF, em novembro de 2007, que desse apoio à investigação sobre Daniel Dantas.
Lacerda deu a entender que a Abin só teve de entrar no caso porque Protógenes não teria recebido a ajuda necessária da direção da PF. Lacerda, que antecedeu Corrêa na direção da PF, disse que, na sua época, era comum o diretor receber pedidos de apoio diretamente dos delegados que chefiam os inquéritos. Ele disse que a mudança no comando da PF pode ter gerado algum tipo de insegurança em Protógenes, e feito ele não pedir diretamente apoio a Corrêa.