A imparcialidade de nosso estadista

Folha:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista à TV Brasil que apóia a decisão do presidente Evo Morales de expulsar da Bolívia o embaixador dos Estados Unidos Philip Goldberg. “Se for verdade que o embaixador dos EUA fazia reunião com a oposição do Evo Morales, o Evo está correto de mandá-lo embora.”
“Não é de hoje e é famosa a interferência das embaixadas americanas em vários momentos da história do continente americano. Então, eu acho que houve um incidente diplomático, se o embaixador estava tendo ingerência na política lá, o Evo está correto”, completou.

Comento:

Isso é para aqueles que julgam o presidente do Brasil como o ponto de equilíbrio nas relações latino-americanas. Nunca foi, sempre esteve do lado de seus companheiros de esquerda. A tática é velha mas funciona; primeiro soltam o bufão de Caracas para fazer alarde e depois surge Lula como a voz moderada do continente.

Foi assim que os autores do “Manual do Perfeito Idiota Latino Americano” chegaram à conclusão que haveria por aqui dois tipos de esquerda, uma vegetariana e outra carnívora. Pior que este é o pensamento do departamento de estado norte-americano.

A importância da Bolívia para os Estados Unidos hoje é próximo de zero. É um país irrelevante para a maior economia do planeta, tanto pela sua ineficiência produtiva como pelo seu diminuto mercado consumidor. Querer colocar na conta de Bush os problemas que o próprio Morales causou é forçar demais a barra.

Fosse Lula um estadista, assumiria um papel moderador e de não interferência nos assuntos interno da Bolívia. Mas não é, Morales é um colega e sócio menor de um mesmo projeto.

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