Até tu Uribe?

Era até esperado que a UNASUL, aquela bobagem criada na América Latina, hipotecasse seu apoio irrestrito a Evo Morales. A organização é irrelevante, apenas mais um palco político para atuação do Foro de São Paulo. Dois fatos chamaram-me a atençao.

Primeiro foi a atuação da Bacherelet mostrando mais uma vez que não existe esta estória de esquerda vegetariana. A chilena conseguiu levar Allende para a discussão comparando duas situações distintas.

A oposição boliviana não quer a deposição de Morales ou mesmo a separação como tentam alardear. Quer apenas que o presidente respeito o próprio referendo que convocou que não só ratificou a presidência de Morales mas também a legitimidade dos governadores. A briga é para que respeite a autonomia das províncias, o que não está sendo feito. A luta é para que Morales não transforme a Bolívia em um país socialista, o que iria contra a vontade do próprio povo boliviano.

Ademais, tivesse Allende permanecido no poder teria levado o Chile ao caos e Bacherelet não estaria hoje presidindo uma nação democrática e liberal. É preciso acabar com a mistificação do ex-presidente chileno.

O segundo fato que chamou-me atenção foi a assinatura de Uribe na declaração. Deveria ter seguido o exemplo de García e nem comparecido ao evento. Parece que esqueceu que no momento que mais precisou os países da América Latina lhe viraram as costas e recusaram-se a apoiar incondicionalmente o governo democraticamente eleito da Colômbia diante das FARC. Uribe conferiu ao grupelho uma legitimidade que eles absolutamente não possuem.

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