Estadão:
A três semanas da eleição e com a ida para o segundo turno ameaçada pelo crescimento de Gilberto Kassab (DEM) nas últimas pesquisas, o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, subiu o tom da campanha. A propaganda tucana na TV pôs no ar uma inserção que menciona “pontos fracos” dos adversários Kassab e Marta Suplicy (PT).
Com uniforme de piloto de avião, um ator pergunta ao telespectador se ele prefere ver a cidade nas mãos de alguém que grita com o passageiro (mostra uma foto de Kassab), de alguém que manda relaxar em um momento difícil (exibe imagem de Marta) ou de um “comandante sério”, referindo-se a Alckmin.
O Blog do Noblat informa que o PT vai entrar com representação contra o teor da propaganda. Não tenho bola de cristal mas acredito que a Justiça Eleitoral vai intervir. Tudo porque criou-se o mito que uma campanha eleitoral tem que ser apenas propositiva e o resultado é esta pasmaceira que está aí com debates insossos na televisão.
Candidato precisa ser contraditado. Marta disse ou não disse o famoso “relaxa e goza”? Disse. Se negar é só mostrar o vídeo. Cabe a ela explicar o que queria dizer com isso, se é possível outra interpretação. O mesmo vale para o meu candidato em São Paulo. Kassab deve explicar por que gritou com um passageiro.
O que não pode é a justiça eleitoral apagar o passado de um candidato e querer estabelecer o que pode ir ou não para a campanha. Na prática acaba limitando as informações disponíveis aos eleitores a agindo como um órgão de censura. Há muito a Justiça Eleitoral tem prejudicado o processo democrático no Brasil. Esta amordaçando os candidatos.
Os males da liberdade corrige-se com mais liberdade. Deixem o processo correr e cabe ao eleitor decidir o que é baixaria de campanha e o que não é. Se ele não tem este discernimento era melhor não estar sendo obrigado a votar.