Notas rápidas na imprensa

No primeiro dia da inédita Operação Guanabara, realizada por um contingente de 3.500 soldados das Forças Armadas, os militares ocuparam cinco das sete comunidades inicialmente previstas na cidade do Rio, nas quais foi recolhida cerca de 1,5 tonelada de propaganda eleitoral irregular. O comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, veio ao Rio para o início da ocupação e visitou as comunidades ao lado do presidente em exercício do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Alberto Motta Moraes. Não houve confrontos com traficantes e milicianos, mas, na chegada dos militares e fuzileiros navais, foram disparados fogos – prática comum entre olheiros do tráfico para alertar a chegada de policiais em incursões.

Mais uma vez fica evidenciado que o poder constituído não tem o controle sobre todo o território nacional. A territoriedade do tráfico de drogas no Rio está na raiz de boa parte da violência urbana na metrópole carioca, situação que aos poucos se espalha pelo interior. Entra governo e sai governo e a situação só se agrava e o que poderia ser pior já aconteceu, nos acostumamos com esta situação. Exército entrando em favela para garantir campanha eleitoral? Normal. O pior é que depois tudo volta ao normal; estranha normalidade que produz cadáveres.

– Já basta de tanta merda de vocês, seus ianques de merda – disse ele, num comício à noite em que também ameaçou cortar o fornecimento de petróleo venezuelano aos EUA se “houver agressão” a seu país.

Este é um presidente da república. Até quando os venezuelanos suportarão um comandante assim? Ameaçou corar o fornecimento para os Estados Unidos? Vão viver de que? O Sr Chávez destruiu quase toda atividade produtiva de seu país e agravou a dependência da receita do petróleo.

Ontem, quando o Brasil parou de receber metade do gás que deve vir para o país, houve um momento de aflição. São Paulo recebe da Bolívia 70% do gás que consome. De tarde, o pior do susto passou. Mas o episódio deixa lições. A primeira é que é preciso ter planos de contingência que não sejam os feitos em clima de emergência. A segunda é que o Brasil não pode ter uma atitude contemplativa.

Em 2005 tivemos a crise do gás com a Bolívia. O resultado é que o governo petista entregou ativos da Petrobrás para evitar a falta de gás. Três anos já passaram e continuamos na dependência total de um vizinho altamente instável. Planejamento estratégico é isso aí.

A revelação de que havia 52 agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)na Operação Satiagraha selou a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de retirar definitivamente o delegado Paulo Lacerda do comando da agência. Lacerda foi afastado temporariamente no dia 1º, depois da divulgação do grampo de uma conversa telefônica entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

Não havia outra opção, a quantidade de agentes utilizados correspondem a 10% do efetivo da ABIN. Falta apurar ainda a responsabilidade de gente acima de Lacerda.

Outro aspecto que deve ficar claro é que a corrupção não é tão-somente uma doença moral. Qual câncer, cresce e se espalha até comprometer todo o organismo. Não dá para ignorá-la ou conviver com ela sem pôr em risco o corpo inteiro onde se manifesta. Uma sociedade que pretenda manter-se hígida e saudável precisa deixar de lado o comodismo e tratar de combatê-la, com destemor, desde os primeiros indícios de sua presença.

Quando deu o segundo mandato para um governo corrupto a sociedade brasileira aceitou este estado de coisas como natural. O câncer se espalhou como nunca e somos hoje uma sociedade ainda mais doente que antes.

Embalado por fortes resultados na economia e por grande exposição nacional na atual campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quebrou o seu próprio recorde de avaliação positiva.
Lula também acaba de obter, pela primeira vez, a aprovação da maioria absoluta da população brasileira em todos os segmentos sociais, econômicos e geográficos do país.

Dizer o que? Ainda querem que a corrupção um dia diminua no Brasil? Cada país tem o governo que merece.

Oito professores foram feitos reféns por índios caingangues em Liberato Salzano (388 km de Porto Alegre), no norte do Rio Grande do Sul. Após dez horas, seis das quais passaram amarrados, os reféns foram libertados no início da noite de ontem.
A ação visava pressionar o governo estadual a reformar a escola da aldeia. “A escola está caindo aos pedaços, queremos uma providência”, disse o caingangue Vilson Moreira.

Isso tem nome e está tipificado no código penal. Índios no Rio Grande do Sul? Devem estar de brincadeira.

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