Sou um crítico contumaz da mordaça do politicamente correto que os jogadores de futebol são submetidos. Até comemoração de gol pode ser confundido com ofensa ao time adversário, declarações polêmicas nem pensar. Jogador agora tem acessor de imprensa para cuidar de sua imagem. Tudo muito efadonho e muito chato. Entrevista de jogador de futebol tornou-se uma das coisas mais efadonhas de nossa existência; foi o tempo em que um jogador falava que iriam vencer o jogo seguinte. Hoje seria confundido com empáfia.
A polêmica já ficou conhecida. Lula fez críticas à seleção brasileira comparando-a negativamente à Argentina. O goleiro brasileiro respondeu no mesmo tom e recomendou que o presidente se mudasse para aquele país. A CBF entrou em cena e o Júlio César teve que se retratar.
Juca Kfouri achou a decisão correta e afirmou que não se pode se referir daquele jeito ao presidente da república. Até concordaria, se o presidente se desse ao respeito. Quando Lula esquece de sua pesição e se coloca como torcedor comum, fazendo comentários não pertinentes à posição que ocupa está arriscado a escutar como torcedor.
Foi o presidente que não deu o respeito devido ao cargo que ocupa. Em termos populares como gosta de usar: quem fala o que quer escuta o que não quer.
É uma pena que Júlio César tenha se retratado pois abriu mão de um direito que possui, o da livre expressão. Qualquer pessoas em uma democracia é livre para criticar seu presidente. Pode-se lamentar o teor das críticas e até acusar a falta de respeito, o que não pode é cersear este direito.
Um presidente que não se dá o respeito não merece respeito.