Vejam e comparem:
“O ministro não pretende convidar parentes de bebês com anencefalia, como a mãe da menina Marcela de Jesus Ferreira, que, apesar de ter sido diagnosticada com anencefalia, viveu 1 ano e 8 meses. ‘Vamos atuar mais no campo técnico’, afirmou”;[1]
Paz e alívio. Foi assim que Michelle Gomes, de 28 anos, definiu como se sentiu após interromper a gravidez de um feto anencéfalo, em 2004. Michelle foi convidada pelo ministro Marco Aurélio de Mello a falar na terceira audiência pública no STF (Supremo Tribunal Federal) que debate a descriminalização do aborto de anencéfalos.[2]
Por que Marco Aurélio de Mello disse que não iria convidar as mães de bebês anencéfalos mas convidou uma mulher que abortou um bebê nestas condições? Não estou nem entrando no juízo da questão mas se o processo é para decidir se o aborto pode ser estendido a anencéfalos não seria razoável que ambas as partes fossem consultadas? Ou estou delirando? Se a questão é técnica como disse Marco Aurélio, por que o depoimento de Michelle? Por que não ouvir as duas mães? De que tem medo o ministro?
[1] GALLUCCI, Mariângela. STF debate sobre fetos anencéfalos. Recife, Jornal do Commercio, 10 ago. 2008. Disponível em: http://jc.uol.com.br/jornal/2008/08/10/not_294060.php
[2] LOCATELLI, Piero. http://cienciaesaude.uol.com.br/ultnot/2008/09/04/ult4477u969.jhtm