STF decide sobre ficha-suja

Globo:

O Supremo Tribunal Federal (STF) sepultou ontem a campanha de entidades civis e juízes eleitorais a favor do veto à candidatura de políticos que respondem a processos. Por 9 votos a 2, a maioria dos ministros do STF decidiu que a vida pregressa e processos em andamento não podem impedir ninguém de concorrer a cargo público pelo voto popular. O julgamento confirmou decisão anterior do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que já havia liberado os candidatos com ficha suja na Justiça para disputar as eleições de outubro. O presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, disse que o julgamento tem efeito vinculante, o que impedirá a rebelião de juízes eleitorais contrários à concessão de registro a políticos processados. Eles não poderão mais impugnar candidaturas.

Comentário:

A constituição tem que ser cumprida, ninguém pode ser considerado culpado até sentença transitado em julgado. Se sou a favor é outra estória. Acho que a primeira condenação seria suficiente para considerar um sujeito culpado. Teria todo o direito a recursos, mas teria que começar a cumprir sua pena. Na dúvida, que se proteja a sociedade e não quem já foi condenado.

No entanto a lei deve ser cumprida, mesmo que não se concorde. A civilização ocidental se estruturou, entre outras coisas, pelo respeito às leis.

Saindo do campo jurídico e indo para o político partidário o STF agiu ainda mais corretamente. Existem partidos delinqüentes que construíram máquinas de moer reputações; o caso é ainda pior pois possuem tentáculos em todos os órgãos do estado e da sociedade. São mestres em denúncias infundadas e criação de mentiras, que repetem como mantras.

O certo mesmo é o eleitor começar a penalizar quem não confia e cabe aos partidos negar o registro ao lambão. É querer de mais? Pode ser, mas é assim que se constrói uma democracia. Ontem o DEM expulsou um deputado estadual que foi encontrado com armas. Estava em pleno mandato, o processo criminal ainda está no nascedouro, mas o partido se adiantou e colocou para fora a ovelha negra. Fez o certo. Quando dizem que todos os partidos e políticos são iguais eu pergunto: quantos o PT expulsou depois de 6 anos de corrupção sem precedentes no país?

E continuam fazendo tudo errado

Folha:

Por Lilian Christofoletti e Mario Cesar Carvalho, na Folha: Os advogados do banqueiro Daniel Dantas e do ex-presidente da Brasil Telecom Humberto Braz, denunciados sob acusação de tentativa de suborno de um delegado da Polícia Federal, afirmam que a ausência da transcrição integral das conversas interceptadas é motivo para anular o processo.

Comento:

É assim que vai se estragando um inquérito e fica cada vez mais remota a possibilidade de se conseguir uma condenação. Como vemos aquelas cenas da prisão de Daniel Dantas e cia foi apenas espetáculo para o público, para contentar a sanha dos pobres mortais. No final do filme será a impunidade, graças a incompetência e arrogância da polícia federal.

O que vai acima é mais um exemplo de como direitos individuais estão sendo pisoteados. Até agora, passadas semanas, a defesa não teve acesso à principal prova contra seu cliente. Por que? Polícia fazendo edição de conversa gravada desperta uma grande desconfiança e os piores instintos.

Estão conseguindo destruir mais uma instituição.

Ponto extra de tv a cabo

Algo vai muito mal em um país onde o senado federal debate uma lei que impede empresas de tv a cabo de cobrar pelo ponto extra. Será que não existe nada de mais relevância para se discutir?

Mais uma vez a crença de que problemas econômicos são resolvidos por decisões políticas. Na maioria das vezes acontece o contrário, o problema, quando existe, piora.

Trata-se de mais uma ingerência indevida do estado, pois está se metendo em um negócio eminentemente privado, que envolve consumidores e empresas. Reconheço que o mercado de tv a cabo no Brasil já é quase um monopólio, mas isso se resolve com mais capitalismo e não com menos. Vale lembrar que mesmo quando a competição era acirrada entre a NET e a TVA o ponto extra era cobrada, o que significa que existe custo para a empresa em fornecer o serviço.

Quando o governo impede o pagamento do ponto extra, o custo deixa de ser cobrado de quem usa o serviço e passa a ser cobrado de todos os assinantes, com ponto extra ou não. Pode não ser de imediato, mas na primeira renovação influirá no preço do produto.

Novamente o estado considera o consumidor como um incapaz, que deve ser protegido pelo abraço generoso do governo. O assinante de tv a cabo está acima da média salarial do país, teoricamente está na elite intelectual. O serviço prestado não é uma necessidade básica, pelo menos da grande maioria da população. Ninguém vai morrer de fome por causa de ficar sem um ponto a mais de tv por assinatura.

Senhores senadores, deixem os negócios privados para a sociedade se resolver. Há muita coisa a ser feita no país, a começar pelo conserto da porcaria de texto constitucional que temos.

Ele só pode estar delirando

Estadão:

A intenção do Brasil de se tornar membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) foi um dos temas discutidos nesta terça-feira, 5, na reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o presidente da 62ª Assembléia Geral das Nações Unidas, Srgjan Kerim.

Depois de ter perdido a oportunidade histórica de conseguir acordos econômicos importantes para o Brasil ao apostar suas fichas na OMC, Amorim ainda defende esta asneira. Como pode um país que consegue apoiar um grupo narco-terrorista que enfrenta toda uma nação amiga querer uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU? De segurança!

Esses caras são de uma absoluta cara de pau!

IPEA, IBGE e o porco Chalaça

Chalaça é um dos personagens da monumental obra de Orwell, A Revolução dos Bichos. Tratava-se do “ministro” de propaganda do regime que se construía após a revolução do título. Em  dado momento alguns animais notaram que estavam trabalhando mais do que no tempo do domínio do homem. Nesta hora apareceu Chalaça com gráficos para mostrar estatisticamente que trabalhavam em média x % menos do que antes. Os animais então ficavam satisfeitos. Posteriormente notaram que comiam menos, novamente Chalaça mostrou que comiam x % a mais do que antes.

Orwell retratou o papel do ministro da propaganda soviético que mostrava estatísticas maravilhosas sobre o regime de Stálin. A mensagem do escritor inglês deveria ter virado um ensinamento para o mundo: a confiança da estatística produzida por um regime totalitário é zero.

O Brasil é uma país totalitário? Ainda não, há cada vez  menos espaço para isso no mundo. No entanto, como um vírus, o totalitarismo mudou, assumiu ares moderno e se aliou a capitalistas inescrupulosos para criar um novo tipo de totalitarismo muito mais perigoso do que o anterior. Este totalitarismo baseia-se no controle da população pelos instrumentos democráticos ao mesmo tempo em que grandes monopolistas são beneficiados por uma aliança com os plutocratas do estado. É o caminho que o Brasil está trilhando com sua equação de bolsa-família, juros altos para os grandes banqueiros e benefícios para uma parte do empresariado.

A estatística é importante neste processo. Para que um socialismo, mesmo disfarçado, prospere é necessário mentir, e muito. Por isso o IBGE foi patrulhado desde o início do governo Lula e o IPEA foi “arejado”. Não há mais como confiar nas estatísticas produzidas pelo governo. Isso vale para a lei seca, isso vale para a economia.

O IPEA, baseado em dados do IBGE chegou a brilhante conclusão de que a classe média cresceu no governo Lula; cresceu tanto que tornou-se maioria no país. É uma piada grotesca. Basta circular pelas ruas do país para perceber que este estudo não tem lastro na realidade. O tal Pochman (de onde os petralhas tiram estes nomes?) é um dos Chalaças do governo petista.

O pior é que a imprensa, que deveria estar colocando todas estas coisas em discussão, endossa de cabeça estes estudos. E os esquerdolóides ainda bradam que a mídia brasileira é de direita. De direita onde? A mesma imprensa que foi duríssima com Fernando Collor foi extremamente condescendente com Luís Inácio. Basta olhar o noticiário do Collorgate, as provas que fora exigidas pela imprensa para chamar o que aconteceu em 2005 pelo nome foram dispensadas em 1992. Collor foi condenado a priori, Lula é considerado inocente até sentença transitado em julgado, que bem sabemos que nunca haverá. Estou defendendo Collor? Não, estou defendendo exatamente o contrário, que Luís Inácio tivesse o mesmo tratamento que o ex-presidente. Se o primeiro foi defenestrado, o segundo deveria ter tido o mesmo caminho.

Assim temos um país que se diz democrático mas cheio de Chalaças e imitadores do Pravda. A pergunta que fica: isso é democracia?

O Estado dentro do Estado

O Brasil foi invadido, não tem controle de todo seu território. Existe lugar onde o poder público só entra com autorização. É assim nas favelas do Rio de Janeiro; logicamente é uma situação inaceitável.

Folha:

A contratação de moradores para atuar na campanha eleitoral ou a oferta de serviços sociais em favelas é estratégia usada para assegurar o acesso de candidatos com segurança a favelas do Rio. Lideranças comunitárias afirmam que, sem essa contrapartida, os traficantes vetam a presença de candidatos em área em que controlam a venda de drogas.

Já não é mais caso de polícia; não vejo como desalojar estes criminosos sem ação efetiva do Exército. Os militares têm receio, e com toda razão. Basta o primeiro tiro para a turma dos direitos humanos entrar em ação e partir para cima da instituição. Mas tem que ser feito e quanto mais demorar, pior será.

Vai morrer inocente? Certamente vai. Mas já está morrendo agora, mais até do que no Iraque. Significa que estamos em guerra, significa que estamos perdendo.

É bom lembrar que as drogas e armas dos bandidos brasileiros estão ligados às FARC. É bom lembrar que o partido do governo não só é simpático ao grupo como o dá proteção internacional. É bom lembrar que o governo concedeu uma embaixada extra oficial para um dos líderes terroristas.

Cada um que tire suas conclusões.

Lições das eleições nos States

McCain subiu 9 pontos e empatou com Obama. Certamente seu vídeo, curtíssimo por sinal, colando no democrata a imagem de celebridade sem conteúdo contribuiu muito. Este vídeo não aconteceria no Brasil.

Primeiro porque vigora a idéia de que um candidato não deve confrontar o adversário, é golpe baixo. Foi o que fez Geraldo Alckmin no primeiro debate com Lula. Foi um Deus nos acuda, acusaram o ex-governador de tudo. O próprio Lula, depois de ser esmagado no debate, saiu dizendo que não esperava aquele comportamento do adversário. Registre-se que em nenhum momento Alckmin faltou ao respeito com o presidente nem acusou-o de nada, apenas confrontou o discurso do candidato do PT com a realidade.

Alguns iluminados da sua própria campanha chegaram a brilhante conclusão que tinham ido longe demais e fizeram a pior coisa que poderia ter feito: tiraram o pé. A imagem que ficou foi de um candidato que tentou de tudo para ser eleito e que o comportamento era realmente reprovável. Foi o início do desastre.

O segundo motivo para um vídeo daqueles não aparecer no Brasil é ainda mais grave. A justiça eleitoral resolveu ser uma espécie de bedel da democracia. Quer regular tudo e todos. Não é a toa que as campanhas estão cheias de advogados prontos para atacar e defender a propaganda política. E dizem que era a ditadura militar que inibia o debate democrático; acreditem, eles não chegaram nem perto do que nossos togados estão fazendo nas campanhas. O patrulhamento eleitoral é uma realidade.

Vendo o processo americano pode-se entender por que um país é uma democracia plena e outro um antro de aproveitadores.

Por fim, antes de falar em golpe baixo de McCain é bom notar que a imagem de celebridade vazia só pegou em Obama porque ele realmente parece… uma celebridade vazia! Foi exatamente isso que o americano começou a perceber, o republicano apenas mostrou o óbvio.

Falta só a mídia liberal conseguir enxergar além do horizonte do discurso óbvio de “nós podemos”. Obama mostrou que pode sim, só não sabe bem o que.

Obama confundiu de país

Obama deve ter achado que seu país é do terceiro mundo, como o Brasil. Acha que pode fazer campanha sem exibir nada de concreto, apenas falácias e discursos vazios. Pode ter empolgado a mídia e o resto do mundo, mas quanto ao americano…

Daqui a pouco vai começar a apelar e sua campanha vai tentar colocar o rótulo de racista nos que não caem em seu canto de sereia. O fato de ser despreparado para o cargo, defender idéias muito ruins e passar a sensação que vai trair seu país no Iraque parece não dizer nada.

Vai quebrar a cara e levar o que resta da reputação de jornais como o NYT com ele. Ainda bem.

E a pressão continua

Hoje de manhã, pela segunda vez em uma semana, foi montada uma blitz policial ás 7:30 da manhã. Cada vez mais os inocentes pagam pelos pecadores e pior, os inocentes acham isso normal.

A polícia é incapaz de dar segurança, temos que andar atentos o tempo todo. O sistema judicial é incapaz de colocar na cadeia um motorista que mata no trânsito. Mas é extremamente exigente com o cidadão comum, a esse nem os direitos constitucionais são garantidos.

Vejam o vídeo do youtube que Reinaldo Azevedo chamou atenção em seu blog. Aquela cena da polícia federal é uma vergonha para toda a instituição. É o retrato de uma polícia que está cada vez mais politizada e a serviço do partido que chegou ao poder e está destruindo as liberdades individuais e o estado democrático e de direito.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=XpYsvQnfAFY&hl=en&fs=1]

O Brasil está assistindo a este horror impassível, como se não fosse com ele. É. Pagaremos por muito tempo por isso, não tenho dúvidas.

A imprensa que deveria chamar atenção para estes descalabros está corrompida ideologicamente. É capaz de aplaudir as violações constitucionais e forjar estatísticas para justificar absurdos, como o da “lei seca”.

É frustrante viver assim, cada vez mais oprimido pelo poder do estado moderno a serviço do mal. Lembro da frase de Paul Johnson em Tempos Modernos, dizia mais ou menos assim: a capacidade que um indivíduo tem para fazer o mal, mesmo quando cruel, é insignificante frente ao poder do estado moderno em fazer o mal, mesmo quando baseado em boas intenções.

Obama foge de McCain

Para quem se mostra como aquele que vai mudar a política tradicional, Obama deu um senhor passo em falso ao recusar a proposta do republicano de fazer debates pelas principais cidades, como acontece nas primárias. Mais uma vez os liberais vão ter que torturar a lógica para tentar defender seu candidato, muitas vezes de si mesmo. Candidato com medo de debate…

Isso me lembra seu clone sul-americano. Aquele que usa barba.