Este blogueiro estará viajando hoje para fora do país, a trabalho. Tentarei postar como puder mas não dá para garantir pois serão muitas atividades. Uma semana longe da podridão brasileira não será assim tão ruim.
Veremos.
Este blogueiro estará viajando hoje para fora do país, a trabalho. Tentarei postar como puder mas não dá para garantir pois serão muitas atividades. Uma semana longe da podridão brasileira não será assim tão ruim.
Veremos.
Sabem o que mais gostei na vitória de Cielo?
Em nenhum momento usou aquela ladainha de que estava dando um presente ao povo brasileiro, que estava representando uma sociedade. Ao contrário, celebrou a conquista pessoal e foi categórica “agora SOU campeão olímpico”. E é, com todos os méritos. Ganhou esta medalha dois dias antes quando saiu da piscina com uma medalha de bronze e declarou categoricamente: “agora vou ganhar o ouro nos 50”.
Durante a semana teve brasileiro que ao ser derrotado disse chorando que sentia por querer dar esse presente ao povo brasileiro. O povo brasileiro não quer medalhas olímpicas. Quer um pouco de dignidade e acima de tudo oportunidade de deixar a pobreza. Não se deveria confundir torcida com nacionalismo. Torço para os brasileiros ganharem provas para premiar o esforço individual de compatriotas meus e não por alguma noção nacionalista. Torço porque o esporte é mais divertido e emocionante quando se torce por alguém. Foi assim que torci para cada medalha de Phelps, como uma celebração do indivíduo.
Ah, Cielo deixou bem claro por que é o atual recordista olímpico. Treinou três anos no Estados Unidos. Teve atleta com grande potencial que foi e voltou logo dizendo que não se adaptou. Acabou sem medalhas. Para vencer é preciso fazer sacrifícios e estar entre os melhores. Foi o que mostrou Joaquim Cruz em 1984, também treinava nos Estados Unidos, e agora, Cielo. Quer dizer que é preciso abandonar o Brasil para vencer? Em alguns esportes, sim. Enquanto a estrutura brasileira for deficiente é preciso buscar o melhor. Foi o que Cielo entendeu.
Onde pode parar um país onde o ministro da justiça declara:
Isso aí [a restrição ao uso de algemas] pode gerar uma reação mais violenta na pessoa [um eventual preso], o que leva a Polícia Civil a ter mais violência para se proteger.
A decisão do STF é bem clara, as algemas podem ser usadas se houver risco de reação do preso. Mas isso não torna a questão relativa, dependendo do arbítrio da polícia para decidir se o preso representa ameaça ou não? Mais ou menos. Pela natureza do crime já se pode ter uma idéia, não é? Na prisão de um estuprador, de um seqüestrador ou de um maníaco é bom ter uma boa dose de cautela e usar as algemas. Já na prisão de um senhor de 60 anos de idade, conhecido publicamente, acusado de corrupção, não se imagina que vá sair correndo trocando tiros com a polícia.
O fato é que a polícia não vai querer se expor ao confronto com o judiciário e uma possível boa conseqüência é que quando usar algemas vai ser bom ser feito longe das câmeras, diminuindo um pouco o efeito midiático das operações policiais.
Tarso aposta no confronto. Sua fala convida a polícia civil, não a federal, a usar a força ao invés das algemas, usar a truculência. Imagine a imagem de um inocente sendo preso com uma chave de braço. O policial vai se explicar que teve que usar a força para evitar o uso das algemas. Não sei bem que relação é esta, mas no fundo é mais uma tentativa de jogar a população contra o STF acusando-o previamente dos abusos futuros da polícia.
É a degradação das instituições a olhos vistos. A patuléia assiste a tudo sem conseguir compreender o que está em jogo. Estamos recuando alguns anos neste governo petista e levaremos outros tantos para voltar ao ponto que estávamos em 2002. Se algum dia voltarmos.
Na edição do Globonews que foi ao ar agora a pouco escutei uma fala que resume bem o problema. O âncora anunciou a decisão do STF em punir o abuso no uso de algemas. Depois de dizer que o ministro da justiça afirmara que a polícia federal cumpriria a decisão o apresentador disse que os policiais protestaram dizendo que a decisão aumentaria a impunidade.
Fica claro que as algemas estão sendo consideradas como punição, o que justifica plenamente a limitação de seu uso. Ninguém pode ser punido antes de ser considerado culpado, ainda mais pela polícia. É uma deturpação completa da função da polícia no sistema penal, não cabe a ela punir o crime.
Este pensamento mostra que vivemos tempos difíceis e que a ordem jurídicas está realmente ameaçada.
Folha:
Desafiados pela Polícia Federal, que na terça-feira algemou 32 presos da Operação Dupla Face, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovaram ontem em tempo recorde para os padrões da corte uma súmula vinculante que prevê punições severas para policiais e autoridades que algemarem pessoas sem necessidade.
Comento:
Bravo! Querem usar a corrupção como desculpa para estado policialesco que está sendo montado ao arrepio do estado de direito. Os próprios policiais deveriam lembrar que quem transgride os limites da lei um dia podem se ver na situação oposto, é o que acontece em países que a lei é desrespeitada. O STF está cumprindo sua parte, infelizmente sozinho.
Folha:
O Ibama remarcou para a próxima terça-feira (19) o leilão dos 3.046 “bois piratas” apreendidos há três meses na reserva ecológica da Terra do Meio (PA).
É a sexta tentativa do governo de livrar-se de um problema criado pela estratégia marqueteira do ministro Carlos Minc (Meio ambiente).
Comento:
Mais uma atuação desastrosa do governo. O que foi gasto com a alimentação e cuidados com estes 3000 bois já passou de um milhão, justamente o que se espera conseguir em um leilão. Se conseguir. É um mico gigantesco fruto de uma idéia de gerico na cabeça de um gerico. Coisa de Minc. Cara de governo petista; a lógica passa ao largo.
Folha online:
A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) decidiu que o álcool combustível terá sua nomenclatura alterada. Nas próximas semanas, a autarquia determinará que postos e demais revendedores utilizem nas bombas o termo etanol.
Comento:
Preocupa-me sempre a obsessão pelo controle da linguagem, uma das formas de limitar o pensamento. Afirmo sempre, leiam 1984 para entender a importância da novalíngua na utopia totalitária de Orwell. Sempre que dizem como devemos chamar alguma coisa é porque há uma intenção deliberada de nos afastar da realidade.
Para muita gente parece besteira mas não é. O politicamente correto focou na linguagem e nos tolheu a liberdade de pensar e se manifestar. Hoje estamos submissos a uma ordem mundial ditada por personagens invisíveis que desejam nos tirar a capacidade de raciocinar e nos levar à submissão completa. Orwell previu com propriedade. Atingiu o refinamento quando criou o duplopensar.
Duplopensar quer dizer a capacidade de guardar simultaneamente na cabeça duas crenças contraditórias, e aceitá-las. O intelectual do Partido sabe em que direção suas lembranças devem ser alteradas, portanto sabe que está aplicando um truque na realidade. Mas, pelo exercício do duplopensar, ele se convence também de que a realidade não está sendo violada.
Falei que Lula discursara na inauguração da sede da UNE. Errei. Inaugurou a maquete da obra, o que é bem diferente.
Aliás, se fosse marqueteiro de candidato da oposição faria um placar eletrônico comparando obras inauguradas com placas de obras. Quem se habilita?
Continua a luta contra o Supremo Tribunal Federal. A Gestapo (também conhecida como Polícia Federal) literalmente ignorou a decisão do STF de limitar uso de algemas e na mesma operação algemou e mostrou para as câmaras em mais um espetáculo midiático 32 acusados de corrupção em Mato Grosso ontem. O delegado ainda saiu com a singela desculpa que depois que alguém é preso não se sabe a reação o que na prática significaria que todo mundo tem que ser algemada em qualquer circunstância, contrariando a decisão da alta corte.
É um escárnio. Se o juiz de Sanctis havia contrariado um juiz do Supremo, agora um delegado contrariou o Supremo inteiro. Além de arrogante, o delegado foi estúpido pois deu aos acusados um motivo para processar o estado. Isso é coisa de polícia política. Isso é coisa de petralha no poder.
Lula conseguiu unir no mesmo pensamento a exploração do petróleo e a educação. Para ficar mais real, o discurso foi na inauguração da nova velha sede da UNE (?!?) no Flamengo. Disse que precisamos mudar a lei do petróleo para que aumente o investimento na educação.
Dois pontos rápidos: