Uma das mentiras recorrentes no Brasil é que devemos a democracia à luta dos movimentos revolucionários que lutaram contra o regime militar. Basta ler o manifesto que os bandidos, entre eles Franklin Martins, divulgaram quando seqüestraram o embaixador americano no Brasil, Carkes Elbrik. Comento em azul.
Grupos revolucionários detiveram hoje o Sr. Charles Burke Elbrick, embaixador dos Estados Unidos, levando-o para algum lugar do país, onde o mantêm preso. Este ato não é um episódio isolado. Ele se soma aos inúmeros atos revolucionários já levados a cabo: assaltos a bancos, nos quais se arrecadam fundos para a revolução, tomando de volta o que os banqueiros tomam do povo e de seus empregados; ocupação de quartéis e delegacias, onde se conseguem armas e munições para a luta pela derrubada da ditadura; invasões de presídios, quando se libertam revolucionários, para devolvê-los à luta do povo; explosões de prédios que simbolizam a opressão; e o justiçamento de carrascos e torturadores.
Como se vê, era extensa a lista de crimes praticados pelos terroristas brasileiros, todos anistiados. Observem as justificativas, beiram ao ridículo. Os assaltos a banco eram para financiar a revolução (houveram mortes nestes assaltos) e para tomar de volta o que os banqueiros roubavam do povo. Invasão de presídios, mas para libertar outros terroristas; imaginam que controlavam a saída: você não, é apenas um estuprador! Explosão de prédios que simbolizam a opressão (atenção! Inocentes foram mortos nestas explosões). E o mais cândido de todos: o justiçamento, eufemismo para assassinato, execução.
Na verdade, o rapto do embaixador é apenas mais um ato da guerra revolucionária, que avança a cada dia e que ainda este ano iniciará sua etapa de guerrilha rural.
Com o rapto do embaixador, queremos mostrar que é possível vencer a ditadura e a exploração, se nos armarmos e nos organizarmos. Apareceremos onde o inimigo menos nos espera e desapareceremos em seguida, desgastando a ditadura, levando o terror e o medo para os exploradores, a esperança e a certeza de vitória para o meio dos explorados.
Como se chama quem leva terror e medo para alguém? Perguntem ao Bin Laden.
O sr. Burke Elbrick representa em nosso país os interesses do imperialismo, que, aliado aos grandes patrões, aos grandes fazendeiros e aos grandes banqueiros nacionais, mantêm o regime de opressão e exploração.
Típico da luta de classes marxista. O homem não existe como indivíduo, é sempre representante deste ser abstrato, a classe. Elbrick é culpado por ser americano. É interessante notar que os grandes banqueiros nacionais, antes tão demonizados, são aliados de hoje.
Os interesses desses consórcios, de se enriquecerem cada vez mais, criaram e mantêm o arrocho salarial, a estrutura agrária injusta e a repressão institucionalizada. Portanto, o rapto do embaixador é uma advertência clara de que o povo brasileiro não lhes dará descanso e a todo momento fará desabar sobre eles o peso de sua luta. Saibam todos que esta é uma luta sem tréguas, uma luta longa e dura, que não termina com a troca de um ou outro general no poder, mas que só acaba com o fim do regime dos grandes exploradores e com a constituição de um governo que liberte os trabalhadores de todo o país da situação em que se encontram.
Lixo marxista. Em todo lugar que o socialismo foi implantado transformou trabalhadores em escravos. Passaram a pertencer ao estado, o maior explorador já inventado pela humanidade.
Estamos na Semana da Independência. O povo e a ditadura comemoram de maneiras diferentes. A ditadura promove festas, paradas e desfiles, solta fogos de artifício e prega cartazes. Com isso ela não quer comemorar coisa nenhuma; quer jogar areia nos olhos dos explorados, instalando uma falsa alegria com o objetivo de esconder a vida de miséria, exploração e repressão que vivemos. Pode-se tapar o sol com a peneira? Pode-se esconder do povo a sua miséria, quando ele a sente na carne?
Na Semana da Independência, há duas comemorações: a da elite e a do povo, a dos que promovem paradas e a dos que raptam o embaixador, símbolo da exploração.
O povo não teve nada a ver com o rapto do embaixador. Sempre foi assim no comunismo, uma extrema minoria se julga representante do povo. Acaba em matança. Do povo, naturalmente.
A vida e a morte do sr. Embaixador estão nas mãos da ditadura. Se ele atender a duas exigências, o sr. Elbrick será libertado. Caso contrário, seremos obrigados a cumprir a justiça revolucionária. Nossas duas exigências são:
Como sempre lavam as mãos de seus crimes. A culpa é sempre da vítima.
a) A libertação de 15 prisioneiros políticos. São 15 revolucionários entre milhares que sofrem torturas nas prisões-quartéis de todo o país, que são espancados, seviciados, e que amargam as humilhações impostas pelos militares. Não estamos exigindo o impossível. Não estamos exigindo a restituição da vida de inúmeros combatentes assassinados nas prisões. Esses não serão libertados, é lógico. Serão vingados, um dia. Exigimos apenas a libertação desses 15 homens, líderes da luta contra a ditadura. Cada um deles vale cem embaixadores, do ponto de vista do povo. Mas um embaixador dos Estados Unidos também vale muito, do ponto de vista da ditadura e da exploração.
b) A publicação e leitura desta mensagem, na íntegra, nos principais jornais, rádios e televisões de todo o país.
Os 15 prisioneiros políticos devem ser conduzidos em avião especial até um país determinado – Argélia, Chile ou México -, onde lhes seja concedido asilo político. Contra eles não devem ser tentadas quaisquer represálias, sob pena de retaliação.
A ditadura tem 48 horas para responder publicamente se aceita ou rejeita nossa proposta. Se a resposta for positiva, divulgaremos a lista dos 15 líderes revolucionários e esperaremos 24 horas por seu transporte para um país seguro. Se a resposta for negativa, ou se não houver resposta nesse prazo, o sr. Burke Elbrick será justiçado. Os 15 companheiros devem ser libertados, estejam ou não condenados: esta é uma “situação excepcional”. Nas “situações excepcionais”, os juristas da ditadura sempre arranjam uma fórmula para resolver as coisas, como se viu recentemente, na subida da Junta militar.
O Sr. Burke Elbrick estava ameaçado de morte e sabia disso. Isso não era uma tortura? Perguntem ao Tarso Genro.
As conversações só serão iniciadas a partir de declarações públicas e oficiais da ditadura de que atenderá às exigências.
O método será sempre público por parte das autoridades e sempre imprevisto por nossa parte. Queremos lembrar que os prazos são improrrogáveis e que não vacilaremos em cumprir nossas promessas.
Finalmente, queremos advertir aqueles que torturam, espancam e matam nossos companheiros: não vamos aceitar a continuação dessa prática odiosa. Estamos dando o último aviso. Quem prosseguir torturando, espancando e matando ponha as barbas de molho. Agora é olho por olho, dente por dente.
Ação Libertadora Nacional (ALN)
Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8)
conclusão:
Apontem uma única linha neste texto delinqüente que fale em democracia. Um só. Não há nada, apenas ameaças de violência, de imposição do terror. Qual a diferença para um manifesto do Al Qaeda? Apenas a ausência de Deus, o resto é a mesma coisa. Por isso nossos socialistas são tão condescendentes com os terroristas islâmicos. Para eles é lícito a morte de inocentes para promover um bem maior.
Devemos a democracia aos governos militares que afastaram, enquanto conseguiram, o perigo marxista. Devolveram o poder à sociedade quando julgaram seguro. Infelizmente um povo ignorante foi presa fácil para o conto de fadas socialistas e estamos sob julgo da revolução gramscista. Perdemos a batalha cultural, perdemos no campo das idéias. O resultado é isso que está aí.