Algo vai muito mal em um país onde o senado federal debate uma lei que impede empresas de tv a cabo de cobrar pelo ponto extra. Será que não existe nada de mais relevância para se discutir?
Mais uma vez a crença de que problemas econômicos são resolvidos por decisões políticas. Na maioria das vezes acontece o contrário, o problema, quando existe, piora.
Trata-se de mais uma ingerência indevida do estado, pois está se metendo em um negócio eminentemente privado, que envolve consumidores e empresas. Reconheço que o mercado de tv a cabo no Brasil já é quase um monopólio, mas isso se resolve com mais capitalismo e não com menos. Vale lembrar que mesmo quando a competição era acirrada entre a NET e a TVA o ponto extra era cobrada, o que significa que existe custo para a empresa em fornecer o serviço.
Quando o governo impede o pagamento do ponto extra, o custo deixa de ser cobrado de quem usa o serviço e passa a ser cobrado de todos os assinantes, com ponto extra ou não. Pode não ser de imediato, mas na primeira renovação influirá no preço do produto.
Novamente o estado considera o consumidor como um incapaz, que deve ser protegido pelo abraço generoso do governo. O assinante de tv a cabo está acima da média salarial do país, teoricamente está na elite intelectual. O serviço prestado não é uma necessidade básica, pelo menos da grande maioria da população. Ninguém vai morrer de fome por causa de ficar sem um ponto a mais de tv por assinatura.
Senhores senadores, deixem os negócios privados para a sociedade se resolver. Há muita coisa a ser feita no país, a começar pelo conserto da porcaria de texto constitucional que temos.