Lições das eleições nos States

McCain subiu 9 pontos e empatou com Obama. Certamente seu vídeo, curtíssimo por sinal, colando no democrata a imagem de celebridade sem conteúdo contribuiu muito. Este vídeo não aconteceria no Brasil.

Primeiro porque vigora a idéia de que um candidato não deve confrontar o adversário, é golpe baixo. Foi o que fez Geraldo Alckmin no primeiro debate com Lula. Foi um Deus nos acuda, acusaram o ex-governador de tudo. O próprio Lula, depois de ser esmagado no debate, saiu dizendo que não esperava aquele comportamento do adversário. Registre-se que em nenhum momento Alckmin faltou ao respeito com o presidente nem acusou-o de nada, apenas confrontou o discurso do candidato do PT com a realidade.

Alguns iluminados da sua própria campanha chegaram a brilhante conclusão que tinham ido longe demais e fizeram a pior coisa que poderia ter feito: tiraram o pé. A imagem que ficou foi de um candidato que tentou de tudo para ser eleito e que o comportamento era realmente reprovável. Foi o início do desastre.

O segundo motivo para um vídeo daqueles não aparecer no Brasil é ainda mais grave. A justiça eleitoral resolveu ser uma espécie de bedel da democracia. Quer regular tudo e todos. Não é a toa que as campanhas estão cheias de advogados prontos para atacar e defender a propaganda política. E dizem que era a ditadura militar que inibia o debate democrático; acreditem, eles não chegaram nem perto do que nossos togados estão fazendo nas campanhas. O patrulhamento eleitoral é uma realidade.

Vendo o processo americano pode-se entender por que um país é uma democracia plena e outro um antro de aproveitadores.

Por fim, antes de falar em golpe baixo de McCain é bom notar que a imagem de celebridade vazia só pegou em Obama porque ele realmente parece… uma celebridade vazia! Foi exatamente isso que o americano começou a perceber, o republicano apenas mostrou o óbvio.

Falta só a mídia liberal conseguir enxergar além do horizonte do discurso óbvio de “nós podemos”. Obama mostrou que pode sim, só não sabe bem o que.

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