Fala o ministro da defesa…

O sr. vai se inteirar disso?
Não me diz respeito.
Que atitudes o sr. vai tomar contra a ex-diretora Denise Abreu?
Não vou tomar nenhuma atitude a esse respeito.
Mas isso envolve a Anac.
Não envolve a Anac coisa alguma. Isso envolve exatamente a venda judicial. Isso foi conduzido pelo Poder Judiciário. É tudo da área deles.
O sr. não vai avaliar a participação da Anac?
Não vou avaliar coisa nenhuma.

Era melhor nem dar entrevista, né?

Perguntar não ofende

Diante da notícia de que Dilma Rousseff teria apadrinhado a esposa de um terrorista, a secretaria da Pesca soltou uma nota deixando a entender que tomaria as medidas judiciais cabíveis contra Diogo Mainardi.

Por que, diante das acusações sobre a venda da Varig, o governo não ameaça processar a charuteira Denise Abreu. Afinal, Dilma já disse que ela está mentindo, portanto é caso para “medidas judiciais cabíveis”. Ou não?

Dilma e seus tentáculos

Esta semana nem chegou ao fim e Estela já está no noticiário por dois acontecimentos:

  1. Intercedeu junto a Requião para colocar a esposa de um terrorista das FARCs em uma vaga em Brasília para alfabetização de pescadores(?!?). Onde? No Lago Paranoá?
  2. Atuou na liquidação da Varig para favorecer um grupo representado pelo compadre de Lula que está sempre envolvido em negócios nebuloso, o tal Teixeira.

O primeiro fato foi noticiado por Diogo Mainardi e o governo retrucou como sempre: vai processar o autor. Engraçado que não negaram os fatos, apenas que o partido tenha ligação com as FARCs. Não deixa de ser curioso. Dão abrigo a um terrorista, empregam a esposa, mas não tem ligação nenhuma. Sobre o processo de Diogo, mais um, não vai dar em nada, como os outros. Não deixa também de ser curioso que já tivemos ex-assessor chamando ministro de mentiroso e de ladrão, sem nenhuma ação judicial resultante. Por que buscam o judiciário para uns e não para outros?

O segundo acontecimento tem as digitais de Dirceu, que parece realmente empenhado em detonar Estela. Em guerra de petista não meto minha colher. Quero distância.

Festival de bobagens

O Estadão de hoje publica uma entrevista inacreditável com Paulinho da Força. Poucas vezes vi tanta bobagem junta em um texto tão curto.

O senhor tem sido pressionado para renunciar ao mandato?
Renunciar, claro que não. Vai significar que eu tenho culpa e seria renunciar a uma luta, o que eu nunca fiz. Não tenho prova, ainda, dessa grande armação, mas ninguém me sugeriu renunciar.
Há pressão da Força Sindical ou do PDT para o senhor se licenciar e poupá-los do desgaste das denúncias de corrupção?
Se eu não tenho problema nem com as outras centrais trabalhistas, na Força, muito menos. Ninguém me pediu para licenciar de nada. Tenho total solidariedade do partido. No PDT todos sabem que defender causas tem um custo alto. Antigamente mandavam matar. Agora, tentam destruir.
A quem o senhor atribui a “armação” para incriminá-lo?
São as mesmas forças que mataram Getúlio, fizeram Jango renunciar e expulsaram Brizola do País. Isto faz parte da vida e eu não fujo da luta. Tenho uma placa de metal e 19 parafusos na cara de briga com a polícia, no tempo da ditadura. Continuo minha vida normal, jogando meu futebol e indo ao cinema todo fim de semana.

Comento:

Getúlio não foi assassinado, ele se suicidou quando perdeu o apoio político e percebeu que sairia do governo com o rabo entre as pernas. Ficou claro que não conseguiria impor seu “estilo” dentro de uma democracia, o que gostava mesmo era uma boa e velha ditadura.

Jango não renunciou, foi deposto. Tudo porque levou a anarquia para todos os cantos do país e, em particular, para as forças armadas. Era um joguete nas mãos de gente como Leonel Brizola, ávido em transformá-lo na versão brasileira de Kerensky.

Não acredito que se tornaria um ditador socialista, provavelmente seria deposto pelos próprios esquerdistas interessados no poder total.

Em um ponto Paulinho tem razão. O inimigo é o mesmo e se chama regime democrático. Entre outras coisas diz que não se pode meter a mão no erário. Nem mesmo se for através de ONG vagabunda.

Se Paulinho quer se comparar a Getúlio que vá até o fim. Saia da vida para entrar na história, depois a gente conversa.

Fim da CPI dos cartões

Com o relatório do tal Zé Sergio do Partido dos Trambiqueiros, chega ao fim a CPI dos cartões corporativos. Não dá nem para chamar de pizza o que aconteceu lá. Foi uma vergonha completa mesmo, o fim de qualquer pudor ao tratar da coisa pública.

A CPI foi enterrada como instrumento da minoria.

A democracia perdeu mais um tanto.

Aumento do desmatamento??

Não dá para entender os números apresentados pela nova estrela do governo(?!?) petista, o ex-terrorista Carlos Minc. Quer dizer que o desmatamento aumentou 70%? Debaixo das barbas __ figura retórica __ de Marina Silva? Será então que ela deixou o governo para preservar seu nome na comunidade ecochata internacional? Para esconder sua incompetência?

Ou estes números foram maquiados pelo governo para dar um tranco na ex-ministra por ter tido o topete de sair do bando governo deixando o presidente em saia justa? Duvido de qualquer orgão público e suas estatísticas, principalmente depois do expurgo realizado no IPEA no ano passado. Recomendo a leitura de A Revolução dos Bichos para entender um pouco mais sobre números de governos de inspiração marxista.

O vilão está sendo apresentado na figura de Blairo Maggi: o agronegócio. Será mesmo? Não deixa de ser irônico que o setor que impulsiona as contas brasileiras estar sempre na defensiva por forças de um dos seus maiores beneficiários, o governo.

Direitos das empregadas domésticas

Li ontem em algum lugar que o legislativo está votando uma lei que iguala as empregadas domésticas aos demais trabalhadores. Parece que existem direitos que elas não possuem.

É claro que a empregada doméstica no Brasil é uma prova de nosso subdesenvolvimento. Mas de que forma uma mulher que não recebeu educação, sem qualificação, pode ganhar a vida? Enquanto não houver uma reforma educacional para valer o quadro não começará a se alterar.

O problema do estado colocar a mão é que como sempre criam-se privilégios. As que tem ou manterão emprego serão beneficiadas, mas haverá aquelas que perderão o seu. E outras tantas que não conseguirão ser contratadas. Não se trata de um luta de classes marxista aqui como tentam promover alguns. Mas fatos da realidade econômica.

Empregadores não são empresas, não possuem a estabilidade de um estabelecimento comercial, por exemplo. São pessoas, normalmente da classe média, que não estão livres de perder um emprego, de ter a renda reduzida por qualquer motivo, de ter que realizar despesas extraordinárias (um parente doente, por exemplo). Nem todos podem assumir obrigações que não estão certos de poder cumprir.

Como o estado pretende dar alguma proteção para quem deseja empregar uma pessoa se nem um desconto no imposto de renda é permitido? No fundo, trata o empregador como uma espécie de senhor de escravos, o que está bem longe de ser a verdade.

A sociedade tem condições de absorver a “libertação” das empregadas domésticas? Elas querem?

Não sou contra direito nenhum delas, apenas questiono que todo o ônus seja jogado por cima do empregador, no final acaba prejudicando também as pessoas que a lei deveria beneficiar, as empregadas. Nunca ouvi falar, por exemplo, de um programa de incentivo à contratação de empregadas domésticas.

Não se pode fugir nunca das realidades econômicas. Os políticos adoram ignorá-las.

Fugindo do consenso

Editorial Folha:

Numa rara convergência, economistas de correntes rivais puseram-se de acordo sobre a necessidade de o governo reduzir as despesas de manutenção da máquina pública e, aproveitando-se também da disparada na arrecadação tributária, aumentar sua poupança para abater dívida, o superávit fiscal. Seria a melhor maneira de ampliar a eficácia do freio que o Banco Central, por meio da elevação da taxa básica de juros, começa a aplicar sobre a demanda.
Mas a idéia que entrou cristalina na engenhoca de fazer política do governo Lula -enquanto esta produzia aumentos salariais bilionários para o funcionalismo– saiu de lá enxertada. Transformou-se no Fundo Soberano do Brasil. O resultado da enxertia é uma poupança adicional modesta (meio ponto percentual do PIB) com destinação nebulosa. Pode ser usada para comprar dólares e investir em companhias brasileiras fora do país; pode abater dívida interna. Um fundo oficialmente confuso: “híbrido”, na palavra do ministro.

Comento:

Entendo patavinas de economia, mas acho que este tal fundo ainda vai dar muito o que falar. Ainda mais por ser criação da mente de Mantega.

O Foro agora existe

A mídia começou a noticiar os acontecimentos do Foro de São Paulo, aquele que até pouco tempo era um delírio de gente como Olavo de Carvalho. Para não apresentá-lo como realmente é, uma entidade que tem por objetivo recuperar na América Latina o que foi perdido no Leste Europeu, são obrigados a mascará-la, dar-lhe um ar mais soft.

Ignoram, por exemplo, que membros do Foro estão na presidência de quase todos os países do continente. Noticiaram esta semana que o PT está rompido com as FARCs. Não foi o que se viu no episódio da morte de Reyes e da concessão do status de refugiado político ao guerrilheiro Medina.

Os computadores apreendidos mostram que as FARCs têm contatos bastante estreitos com o governo brasileiro. em particular com nosso Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. O Itamaraty já deixou claro que se coloca na posição neutra em relação ao conflito entre as FARCs e o governo colombiano. É um desses casos em que neutralidade só pode ser considerado apoio. E agora sabemos que o governo nomeou, em cargo de confiança, a esposa do guerrilheiro na aberrante secretaria da pesca.

Se isso é ser rompido fico imaginando o que seria ser aliado…