Folha:
No mesmo sentido, a busca por soluções regionais e a importância de o Brasil manter um bom diálogo com os países da África e da Ásia não o desobrigam de manifestar repúdio no caso de sistemáticos abusos aos direitos humanos e de agir, dentro das regras do direito internacional, para fazer cessar essas violações.
Ao se abster de condenar tais práticas nos organismos multilaterais, o Brasil contribui para acobertar e deixar impunes graves violações à dignidade humana -como fez na Comissão de Direitos Humanos da ONU em 2002, 2003 e 2004 no caso do próprio Zimbábue.
Comento:
O artigo da Folha trata de um exemplo emblemático da leniência que a ONU trata as ditaduras africanas.
Quem acompanhou o noticiário sobre o processo eleitoral do Zimbábue sabe que desde o fim do primeiro turno, que colocou o oposicionista Morgan Tsvangirai no segundo turno, o pau literalmente cantou no país. O resultado foi a desistência deste em concorrer ao preito e garantir mais um mandato para Mungabe, no poder desde 1980.
Tsvangirai desistiu pois percebeu que como sempre a maior ONG do planeta, a ONU, lavou as mão para a matança que estava ocorrendo. Desde o início da descolonização a ONU assumiu esta postura, de permitir que pretos matem pretos. O que não pode é branco querer organizar a bagunça, aí é “crime contra a humanidade”. Sabem que países foram convocados para serem observadores no processo eleitoral? Além do Brasil os democráticos Venezuela, China, Rússia e Irã.
O Brasil se omitiu completamente do que está acontecendo mostrando o apreço do governo pelas ditaduras terceiro-mundistas. O apedeuta deve olhar com carinho para uma figura como Mungabe, no poder há vinte oito anos. Ah, se pudesse!
Pois não pode, pelo menos por enquanto.