Festival de bobagens

O Estadão de hoje publica uma entrevista inacreditável com Paulinho da Força. Poucas vezes vi tanta bobagem junta em um texto tão curto.

O senhor tem sido pressionado para renunciar ao mandato?
Renunciar, claro que não. Vai significar que eu tenho culpa e seria renunciar a uma luta, o que eu nunca fiz. Não tenho prova, ainda, dessa grande armação, mas ninguém me sugeriu renunciar.
Há pressão da Força Sindical ou do PDT para o senhor se licenciar e poupá-los do desgaste das denúncias de corrupção?
Se eu não tenho problema nem com as outras centrais trabalhistas, na Força, muito menos. Ninguém me pediu para licenciar de nada. Tenho total solidariedade do partido. No PDT todos sabem que defender causas tem um custo alto. Antigamente mandavam matar. Agora, tentam destruir.
A quem o senhor atribui a “armação” para incriminá-lo?
São as mesmas forças que mataram Getúlio, fizeram Jango renunciar e expulsaram Brizola do País. Isto faz parte da vida e eu não fujo da luta. Tenho uma placa de metal e 19 parafusos na cara de briga com a polícia, no tempo da ditadura. Continuo minha vida normal, jogando meu futebol e indo ao cinema todo fim de semana.

Comento:

Getúlio não foi assassinado, ele se suicidou quando perdeu o apoio político e percebeu que sairia do governo com o rabo entre as pernas. Ficou claro que não conseguiria impor seu “estilo” dentro de uma democracia, o que gostava mesmo era uma boa e velha ditadura.

Jango não renunciou, foi deposto. Tudo porque levou a anarquia para todos os cantos do país e, em particular, para as forças armadas. Era um joguete nas mãos de gente como Leonel Brizola, ávido em transformá-lo na versão brasileira de Kerensky.

Não acredito que se tornaria um ditador socialista, provavelmente seria deposto pelos próprios esquerdistas interessados no poder total.

Em um ponto Paulinho tem razão. O inimigo é o mesmo e se chama regime democrático. Entre outras coisas diz que não se pode meter a mão no erário. Nem mesmo se for através de ONG vagabunda.

Se Paulinho quer se comparar a Getúlio que vá até o fim. Saia da vida para entrar na história, depois a gente conversa.

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