Alckmin, com quem andas?

Não é mais Aécio Neves o principal incentivador da candidatura do Geraldo à prefeitura de São Paulo. Agora é Ciro Gomes, um dos mais virulentos aliados de Lula durante o primeiro governo. O homem que prega uma nova “hegemonia cultural” no país, uma super aliança nos moldes que Aécio desenvolveu em Minas para inaugurar um tipo inédito de democracia, aquela que dispensa oposição.

O ex-governador está apostando cada vez mais alto.

Sobre educação

A Veja da semana passada trouxe um entrevista com Simon Schwartzman, ex-presidente do IBGE, sociólogo e estudioso de temas relativos à educação. Em síntese, ele faz o seguinte diagnóstico da universidade brasileira:

  1. As universidades contribuem muito pouco para o desenvolvimento do país. Isto acontece porque seu financiamento é inteiramente público, o que causa uma dissociação em relação às demandas da sociedade. A tendência é de acomodação.
  2. O sistema CAPES precisa ser reformado pois dá ênfase ao trabalho acadêmico e desestimula a iniciativa prática. A aplicação da pesquisa não é valorizada. Os pesquisadores só querem publicar artigos em revistas internacionais, assim que é publicada não se preocupam em procurar aplicar o resultado; é mais vantajoso começar outra pesquisa para publicar novo artigo. (Acabei de terminar um curso de mestrado, é a mais pura verdade).
  3. É preciso que as universidades tenham mais flexibilidade para gerir seus recursos e que não dependa integralmente do governo. É preciso premiar e pagar os professores pela contribuição efetiva para a instituição, não podem ser simples funcionários públicos.
  4. Os investimentos para pesquisas são muito pulverizados. É preciso concentrar dinheiro em centros de excelência para dar um salto de qualidade. Pesquisa científica é algo caro e concentrado, é assim no mundo inteiro.
  5. É preciso de pesquisadores com mentalidade empresarial, que esteja atenado com o que acontece fora da universidade para saber quais temas de pesquisas estão surgindo, as linhas mais promissoras e onde estão as oportunidades.
  6. O governo está muito preocupado com a inclusão na universidade, o que é um erro. Não há tanta gente para colocar na universidade porque o ensino médio está muito ruim. A política atual dá acesso para gente que não vai conseguir muita coisa, o problema da desigualdade social está mais ligada à educação básica do que com a universitária. A função da universidade é “produzir competência, gente bem formada e pesquisa de qualidade.”

O que devemos discutir é se essa universidade tem bons engenheiros, bons cientistas e se tem capacidade para oferecer serviços. O resto é secundário.

Na mesma edição, Claudio de Moura Castro trata de outro assunto relativo à educação, os “diamantes descartados”. Seus principais pontos:

  1. Surgem na escola alunos mais talentosos que os demais. Estima-se que cerca de 3% da população esteja nesta categoria. Na Inglaterra e na França eles ganham acesso às melhores escolas, nos Estados Unidos há programas especiais. Na Rússia e em Cuba há colégios para talentosos.
  2. No Brasil, quando estes alunos vêm de famílias mais ricas, os talentosos são identificados e recebem a educação apropriada. O problema é o aluno da escola pública, são ignorados. Na teoria educacional brasileira eles devem ser “integrados” aos demais. São impedidos de desabrochar, desajustam-se ou fingem ser medíocres, a fim de evitar conflitos e embaraços.
  3. Algumas empresas tem tomado o problema em suas mãos. Elas buscam alunos talentosos em escolas públicas e oferecem bolsas para estudarem em colégios privados. O governo começa a se manifestar, não gosta de ver seus melhores alunos pescados de suas péssimas escolas públicas. Acham errado premiar alguns poucos com uma educação compatível com seu talento. Isto produz uma igualdade forçada aplicando-se o princípios de tolher os mais talentosos. “É uma justiça social muito caolha, pois os ricos mais talentosos não são desperdiçados.

Segundo o geneticista russo Wladimir Efroimson o

talento não é uma propriedade privada, é uma propriedade pública e ninguém tem o direito de desperdiça-lo.

Confrontos que eu gostaria de ver

Lembrando da velha piada sobre o que aconteceria se fosse utilizado facas Ginzo (aquela que corta tudo) para cortar meia-calças Vivarina (aquela que não desfia) fiquei com uma curiosidade.

Considerando que um índio em Roraima possui 250 hectares de terra, praticamente intocadas, o que os colocaria como latifundiários, o que aconteceria se o MST invadisse estas terras? De que lado Tarso Genro ficaria? E o presidente da república? E nossos intelectuais?

E se o MST invadisse a UNB? Afinal, não estão procurando terra improdutiva? Que tal a faculdade de filosofia? Ou de sociologia?

Considerando que somos invasores do Brasil, e o país é uma gigantesca reserva indígena seria curioso ver os índios invadirem a sede da UNE. Ou não?

Não podemos esquecer os estudantes… já que presam tanto pela educação e no Morro do Alemão tem muita criança fora da escola, não seria interessante uma invasão e ocupação do morro para exigir que as crianças do tráfico voltem para a escola?

E fico pensando qual seria o destino de índios, trabalhadores sem terra, trabalhadores em geral, estudantes, abortistas e comunistas de batina se o Brasil fosse o país dos sonhos de gente como Dilma Rousseff e José Dirceu…

Mas que coincidência…

Tem desenho que minha filha assiste dos Backyardigans que os personagens passam o episódio inteiro exclamando: mas que coincidência! Um deles começa a montar uma banda, encontra outro em perigo e o ajuda. Este toca um instrumento e procura uma banda. Mas que coincidência! Encontram outro, toca tuba. Mas que coincidência. E assim a estória se desenvolve.

Esta semana o prefeito de Pacaraima foi preso pela Polícia Federal por ter tido sua terra invadida e reagido. Aparentemente, de forma inexplicável, o prefeito não confiou no estado brasileiro para proteger sua propriedade. Como se houvesse algum exemplo no Brasil de leniência das autoridades com invasores de terra.

No mesmo dia o IBAMA aplica-lhe uma multa de 30 milhões de reais. Mas que coincidência!

Na mesma semana ficamos sabendo de um escândalo de corrupção no órgão. Mas que coincidência!

Por um acaso o IBAMA é aparelhado por petistas e progressistas em geral. Mas que coincidência!

E assim o estado democrático de direito vai por água baixo e o governo Lula ruma para perder a primeira parte do território desde a questão da Cisplatina.

Pobre Barão do Rio Branco.

Novo inimigo: o TCU

Do blog Coturno Noturno:

Chegamos ao fundo do poço, onde o presidente, que vem transformando a democracia brasileira em um inferno, agora quer porque quer dar um abraço no diabo. É um ditadorzinho enrustido que faz de tudo para estar acima da lei. Agora está investindo contra o TCU, Tribunal de Contas da União, que, só no PAC, ja impediu R$ 30 bilhões de prejuízo aos cofres públicos, pela roubalheira instalada no governo. Lula fica nervoso com controles, critérios e comandos institucionais. Ontem afirmou: “É preciso mudar. Não pode continuar do jeito que é porque, aqui no Brasil, se parte do pressuposto que todo mundo é ladrão”. Não é o Brasil inteiro que é ladrão. É boa parte do governo petista, que já teve uma penca de ministros demitidos por caixa dois, formação de quadrilha, falsidade ideológica. Já teve ministro da Fazenda sendo demitido por estar envolvida em falcatruas lá em Ribeirão Preto. Já teve o presidente do PT sendo demitido por assinar empréstimos e dizer que não sabia. Este governo é, sim, um antro de ladrões, de corruptos, de meliantes. Ele próprio e sua família são suspeitos de usar dinheiro público indevidamente nos cartões corporativos. Deveriam estar sob investigação, mas usam todas as chicanas jurídicas para não abrir no que gastam R$ 16 mil por dia. Precisava mesmo era fundar o TCL, Tribunal de Contas do Lula, para cuidar exclusivamente da corrupção que brota de dentro do Palácio do Planalto.

No mundo dos sonhos do presidente da república a democracia não tem oposição nem controle governamental. Se possível não tem judiciário e o legislativo está aí apenas para aprovar as leis que o próprio governo prepara.

E ainda tem gente que o chama de democrata….

Um indicador da crise

Folha de hoje:

O governo estuda elevar a meta de superávit primário de 3,8% para 5% do PIB, para ajudar a combater a inflação, tentar amenizar a alta dos juros e financiar investimentos do país no exterior. A proposta, do economista Luiz Gonzaga Belluzzo, é apoiada pelo ministro Guido Mantega e por Henrique Meirelles, presidente do BC. O aperto iria até o fim do mandato do presidente Lula, em 2010.

Uma medida recessiva durante todo o restante do mandato de Lula? A crise parece realmente séria para o governo cogitar uma decisão destas. Ainda mais quando há consenso entre Meirelles e Mantega. Quando um desenvolvimentista opta por medidas de controle de inflação é porque a coisa está ficando feia. Acho que haverá muito paclanque até o fim deste governo…

Sem lógica

Muito bem colocado por Reinaldo Azevedo:

Nesse caso, aquela parte da imprensa que acusa exploração vil do caso Isabella não vê qualquer problema. Quartiero é um dos seus “bandidos” de manual. Começa que ele é um grande produtor agrícola, e isso ofende, por qualquer razão, os nossos “progressistas”. Nos debates sobre o assassinto da menina, diz-se que o “clamor público” substitui a Justiça. No caso, no entanto, do tal Bida, suspeito de ter matado Dorothy Stang, o clamor para que seja condenado é mundial. Mas, aí, é considerado legítimo. Não é justiça o que querem, mas justiçamento — contra aqueles que consideram seus inimigos. Lei boa é a que beneficia seus pares ideológicos. Se proteger também os adversários, passa a ser má.

(…)

Como se vê, o governo age rápido contra o que considera “impunidade”. Ontem, Lula comparou os índios aos traficantes. Segundo ele, são todos vítimas da falta de assistência do estado, da “falta de água, de esgoto”. Já um fazendeiro, não. Fazendeiro é bandido mesmo. Sem desculpas.

Nunca se pode pedir lógica para as idéias e ações desta gente, simplesmente não existe. O principal é o juízo a priori: se está do meu lado é inocente, se contrário é culpado. É preciso primeiro definir a classificação do indivíduo segundo a caracterização ideológica socialista da sociedade para depois emitir qualquer julgamento sobre sua obra.

No caso da menina Isabella encontraram o inimigo na Rede Globo. O fato em si, a morte da menina, tem pouco importância, mas a cobertura de emissora demoníaca é assunto que fervilha para a intelectualidade brasileira. O que mais desejam agora é que surja uma prova de que os dois são inocentes para poder destilar todo seu ódio para a emissora.

No caso da Raposa/Serra do Sol é até covardia. De um lado um fazendeiro, grande produtor. De outro índios. É preciso lembrar sempre que no fundo da mente dessa gente existe o mito do bom selvagem de Rosseau; o homem é naturalmente bom, a sociedade que o corrompe. O mesmo vale para o fazendeiro acusado de matar Dorothy Stang, esta um verdadeiro tesouro da esquerda.

Ao mesmo tempo que defendem de forma intransigente a condenação dos dois fazendeiros, querem todos os direitos e presunção de inocência para índios, o pai e madrasta de Isabella, mensaleiros, traficantes, etc.

Assim o mesmo governo que é implacável em prender um fazendeiro que defendia suas terras é leniente com quem as invade, sejam índios ou do MST. No fundo está a condenação marxista da propriedade privada.

Por fim, novamente, a tese que a criminalidade tem sua origem nos problemas sociais. Vejam que o presidente já está absolvendo os índios de qualquer crime que venham a cometer, assim como os traficantes, vítimas da falta de “água e esgoto”. Talvez seja por isso também que não vejam com bons olhos a condenação do pai e da madrasta da menina. Não dá para colocar este crime como conseqüência social, não é?

Folga

Hoje é dia de folga.

Depois de uma semana com duas provas é tempo de relaxar um pouco, o que, no Brasil, significa NÃO ler noticiário político. Ainda mais quem está no campo oposto ao atual governo.

Amanhã volto à carga.

Inflação, o retorno

Alguns economistas começam a subir o temo no alarme sobre a volta da inflação, como pode ser visto no blog do Aluizio Amorim (aqui).

A economia está longe de ser uma ciência exata; economistas erram, e bastante. Mas acertam também. De qualquer forma é bom sempre escutar o que dizem.

Particularmente não entendo quase nada do assunto; um dos meus projetos é pelo menos fazer um curso de introdução à economia, pelo menos para tentar entender os fundamentos básicos que a regula. Enquanto este dia não chega, vou lendo e procurando pelo menos saber o que está acontecendo no mundo.

Ainda lembro muito bem da inflação e seus males, não gostaria de voltar a estes tempos.

É bom ficar de olho e começar a acompanhar o preço dos produtos.

Parece que a festa acabou.

Enquanto isso, na Serra do Sol…

A PF informa que na fazenda de Quartiero havia armas e munição. O delegado é categórico: eles estavam preparados para a guerra.

É mesmo? Que novidade!

Fico me perguntando, por que eles não confiavam na polícia para proteger suas propriedades? Será porque o Ministro da Justiça está contra eles e a favor dos índios? Só faltou o delegado falar que bastava que Quartiero solicitasse a desocupação das terras. Uma grande piada. Ordens de desocupação são simplesmente ignoradas pela polícia, é assim com o MST, é assim com os estudantes da UNB.

Gostaria de fazer uma pergunta ao delegado.

Se os fazendeiros tivessem invadido a reserva indígena e fossem agredidos pelos índios, algum dos indígenas teria sido preso? Teriam sido enquadrados em formação de quadrilha? O ministro da justiça iria em socorro?

É uma guerra em que as forças progressistas tem seu lado, e não é o do Brasil, como sempre.