Deu no NYT

Não há nada de novo na pergunta do New York Times sobre quem seria o dono da Amazônia. O jornal é a expressão da esquerda americana e do progressismo em geral. Defendem o aumento do controle global em detrimento dos conceitos tradicionais de soberania nacional.

Isso só mostra que um presidente democrata é sempre mais perigoso para os países em desenvolvimento, como o Brasil.

Lembro que em 2002, durante a campanha presidencial, Al Goore defendia o controle internacional sobre o território amazônico.

Para esta gente só digo uma coisa: mostrem-me suas florestas e começamos a discutir quem está habilitado a cuidar delas.

Força de Segurança Ambiental

O IBAMA sugere a criação de uma tal força de segurança ambiental, aos moldes da força de segurança nacional, para controlar o desmatamento.

Não creio que o número de instituições seja a resposta para a questão. Já existe hoje a Polícia Federal e se não consegue patrulhar todas as florestas é por falta de efetivo e prioridade.

Para aumentar o efetivo é preciso dinheiro, como qualquer outra atividade. De onde tirar? Mais impostos? Não há mais margem para isso; a solução passa por diminuir o gasto público (diminuir o estado) ou tirar dinheiro dos programas sociais. Qualquer um dos dois está bom para mim, ainda acho que a principal obrigação de um governo é prover segurança para os indivíduos e as instituições.

Mas não tiraria dinheiro de programas sociais para combater desmatamento. Desculpem-me os ambientalistas, mas nossas metrópoles estão imersas em violência. O enfrentamento ao narcotráfico e aos crimes violentos deveria ser a prioridade número um do governo atual, as próprias pesquisas de opinião mostram isso. O mal quando não é cortado pela raiz se espalha com espantosa facilidade. E continua se espalhando.

A violência das grandes metrópoles já se espalha para o interior. Cada dia que se perde para enfrentar a violência mais ela se torna forte e mais exigirá da sociedade.

Árvores? Não estou preocupado com elas, pelo menos por enquanto. Estou preocupado com a neura que se transformou uma simples ida ao supermercado, o simples entrar com o carro em uma garagem, a simples circulação pelas cidades.

A violência tem um custo, inclusive econômico; é pesado. Em 2004 o custo da violência no Brasil foi de 92 bilhões, representando 6% do PIB. É muito dinheiro.

Cuidemos primeiro de nosso povo para depois pensar em florestas.

O efeito nos planos de saúde

No início do ano, o governo incluiu uma série de exames obrigatórios que deveriam ser cobertos pelos planos de saúde. Na época argumentei com meu cunhado, que aplaudiu a medida, que estes custos seriam passados para os consumidores. Ele disse que não, pois o governo havia estabelecido um limite para o reajuste.

Aqui no Brasil esquecem de uma lei básica da economia: não existe almoço grátis.

A Veja mostrou na última edição os efeitos que esta “bondade” do governo, com dinheiro alheio, provocou.

  • Elevaram substancialmente o preço dos novos contratos;
  • Muitas empresas abandonaram os planos individuais e passaram para o segmento empresarial.

É fácil legislar e estabelecer regras com o dinheiro privado, rende uma boa propaganda mas quem acaba pagando o pato é o consumidor.

Hoje somos obrigados a pagar 16 reais para assistir um filme para financiar a bondade com os estudantes, fato agravado pela atuação da UNE que libera carteiras sem qualquer controle. Se o governo ou a nação acha importante que o estudante tenha meia entrada que financie, pagando ao cinema a metade restante. Duvido que se a questão fosse colocada as claras o brasileiro concordaria. Fica difícil ver um assalariado pagando inteira e um universitário com uma Pajero pagando meia para assistir o filme do Homem de Ferro.

A quantidade de gente que acha que estas bondades serão tiradas do lucro da empresa é espantosa. Estão sempre dizendo que lucram demais. Gostaria de ver os valentes arriscando seu patrimônio para colocar um negócio destes adiante. Infelizmente ainda estamos presos em antigos preceitos marxistas que perduram em nossa cultura.

No que se refere à saúde quem tinha plano foi beneficiado, que não tinha ficou bem mais difícil ter. É o custo da ilusão dos governos. Vale a máxima de Reagan apontando sua tirada sobre a frase mais assustadora da língua inglesa (também serve para o Brasil):

Oi, eu sou do governo e estou aqui para te ajudar.

Sobreposição de camadas

Ontem tive uma interessante conversa com um especialista em análise de imagens. Quem já lidou com sistema de informações geográficas (SIG), conhece os layers, também conhecidos como mapas temáticos. Assim é possível, por exemplo, colorir as regiões do Brasil com alguma determinada característica, como uma determinada vegetação.

Ele construiu uma layer com a reserva Raposa/Serra do Sol e outra com a incidência de minerais no Estado de Roraima. A coincidência, garantiu ele, é espantosa. Com certeza não foram os índios que descobriram estas incidência, quem fez este trabalho para eles? É bom ressaltar que algumas destas incidências não tinha sido ainda descobertas na época do laudo antropológico fraudulento que foi usado para iniciar o processo de demarcação.

Outro amigo, que este na área recentemente me garantiu: a maioria dos índios da reserva querem que os arrozeiros continuem por lá. Segundo o que lhe foi dito, são índios estranhos à reserva que estão por trás do Conselho Indígena de Roraima. Estão interessados em expulsar os agricultores e assumirem suas plantações.

Há interesses de todos os lados e a grande maioria é de fundo econômico.

Duas notícias e pano rápido

Hoje é dia de folga de internet. Só agora entrei para dar uma espiada nas notícias. Parei nas duas primeiras.

O governo pretende instituir uma nova CPMF, mesmo depois do Congresso, representante legal do povo brasileiro, ter sepultado a primeira. Alegam que precisam financiar a saúde. Que tal impedir o aumento do gasto público? Que tal diminuir a propaganda?

Lula cogitou criar uma empresa aérea estatal.

Pano rápido.

Pegou mal para Lula

Realmente a saída de Marina Silva pegou muito mal para a imagem de Lula no exterior. Não que eu ligue muito para esta imagem, mas ele sim, liga e muito.

Pessoalmente não tinha muita simpatia pela ministra, mas reconheço algumas qualidades. Em nenhum momento freqüentou o noticiário policial, o que se tratando de governo petista é muita coisa. Foi extremamente coerente com todo sua vida política, defendendo no governo o mesmo que defendia quando era oposição. Outra excessão. Pode-se dizer que saiu de cabeça erguida.

Discordo dela na essência de suas idéias, o ambientalismo. Acho que a legislação brasileira é radical demais na proteção ambiental e o ministério age no sentido de aumentar ainda mais o radicalismo. Já passei pela experiência de conseguir licença ambiental para um empreendimento do próprio governo. Não é fácil você lidar com gente que te olha em uma posição de superioridade e com arrogância. E mais uma vez comprovei o perigo do excesso de poder colocado nas mãos de burocratas.

O IBAMA não está começando a freqüentar páginas policiais a toa.

Que país é este?

O tal Aparecido entra com um pedido no STF para responder à CPI na condição de investigado e não de testemunha. Parece uma piada. E é. Será que ninguém acha estranho um país onde uma pessoa entre com um pedido formal de ser suspeito em um crime ao invés de testemunha? Agatha Christie ficaria perdida por aqui.

No mesmo pedido solicita um Habeas Corpus preventivo para não se preso se mentir na CPI. Será que não há algo de errado quando alguém tenta se cercar de proteção para poder mentir em um inquérito?

Ao longo das semanas a imprensa noticiou toda a negociação do governo para que o mesmo não diga o que sabe na CPI. Ninguém do governo desmentiu qualquer uma das notícias. Chegamos a este ponto onde negociatas envolvendo o estado são feitas a luz do dia, sem nem mais a  preocupação de fechar as persianas?

Perdemos totalmente o pudor e, de certa forma, isto pode ser mais grave do que a própria corrupção. Chegamos a um ponto em que criminosos já não negam seus crimes, se vangloriam.

Que país é este?

Um pouco sobre Medidas Provisórias

A constituição de 1988 resolveu acabar com o famoso decreto-lei usado nos regimes militares. Mas deixou uma perigosa brecha nas medidas Provisórias, que deveriam ser utilizadas apenas em casos de urgência ou calamidades. O problema é justamente definir o que seja urgente.

Só para ter uma idéia, nos Estados Unidos o presidente não pode propor pessoalmente uma lei. Deve ser apresentada por um deputado e entrar na rotina normal do parlamento.

O STF julgou uma questão à respeito das MP esta semana, alguns dados apresentados que devem ser estudados:

De 1988 para cá o Executivo legislou duas vezes mais do que o Congresso Nacional.

De 1988 para cá foram editadas duas vezes mais PMs do que os decretos leis durante os governos militares.

Estamos inaugurando uma espécie de república absolutista.