Editorial da Folha

O terçado (facão) é um símbolo poderoso da violência primitiva e desumanizadora em várias áreas do mundo, como boa parte da Amazônia e da África. Ele voltou à cena no lamentável episódio de Altamira (PA) em que saiu ferido, felizmente sem maior gravidade, Paulo Fernando Rezende.

A agressão exige repúdio unânime, sem evasivas, e investigação célere

. É imperativo identificar e responsabilizar criminalmente o agressor, ou agressores.

O engenheiro da Eletrobrás coordena o inventário da bacia do rio Xingu, onde a empresa prepara a construção da controversa usina hidrelétrica de Belo Monte.

Comparecera como convidado para expor as características do empreendimento à platéia de cerca de mil pessoas do Encontro Xingu Vivo para Sempre. De boa vontade, portanto.

O mesmo não se pode dizer das centenas de índios, muitos deles do grupo étnico caiapó, que chegaram armados com bordunas e terçados.

Não há lugar, neste caso, para relativismo antropológico: quem aceita participar de um debate se compromete a esgrimir apenas palavras.

Seria no mínimo ingenuidade, beirando a má-fé, pretender que os caiapós -que têm longa história de contato com brasileiros de origem européia- desconheçam essa regra elementar de convívio.

Não há como escapar: os índios estavam ali para repetir a cena de 19 anos atrás, noutro debate sobre a mesma hidrelétrica (chamada ainda de Cararaô), quando uma índia chegou a encostar seguidas vezes o facão no rosto do então presidente da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes, mas sem no entanto feri-lo.

Os organizadores, é evidente, têm responsabilidade parcial na agressão. Sabedores do precedente, não poderiam aceitar facões no recinto de discussão.

Pior figura fez Roquivam Alves da Silva, do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), que se atreveu a falar em “guerra” contra Belo Monte logo após a apresentação do engenheiro.

Começa mal, em resumo, a retomada do diálogo com movimentos sociais da região sobre a usina e a melhor forma de construí-la.

O impacto ambiental do projeto sofreu redução apreciável; basta mencionar que a área de inundação diminuiu em dois terços. Os empreendedores alegam que as terras indígenas não serão mais afetadas.

Os caiapós podem discordar, mas devem abster-se de tentar impor seu ponto de vista pela força. Ao reincidirem na violência contra interlocutores, devem sentir sobre si todo o peso da lei.


Não há muito o que acrescentar. O Editorial está quase perfeito, trata-se de uma escolha que a sociedade deve fazer entre ter energia para promover o desenvolvimento econômico ou voltar ao tempo do arado. E ao estado cumpre proteger brasileiros. TODOS. Não apenas os que são mais brasileiros do que os outros. Como bem sacou Reinaldo Azevedo há três tipos inimputáveis no Brasil: crianças, idiotas e petistas. Índios devem seguir a lei.

Dinheiro para saúde?

O Estadão mostra de onde:

O governo vai criar 2.400 cargos nos ministérios da área social, segundo o secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, Marcelo Moraes. De acordo com ele, os ministérios ainda traçarão o perfil dos profissionais que precisam e o governo abrirá concurso público, em data a ser definida. Moraes salientou que a necessidade surgiu por causa dos projetos sociais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O secretário não soube dizer qual o custo das contratações.

Sobre Israel e a ONU

Estas condenações à Israel (post anterior) são muito interessantes. Como pode a ONU considerar que uma democracia, como é de fato este país, que tem que se defender dia e noite de terroristas fanáticos e estados que lhe são hostis desde sua criação, seja o principal violador de direitos humanos no mundo? Pior, quando consideramos que existem estados totalitários, muitos deles selvagens, cuja própria existência é uma violação a estes direitos humanos?

A cada dia me convenço mais que a ONU é uma mal a ser superado, talvez o pior de todos. O indivíduo é cada vez menor diante de seu poder global, um poder que emana de seus principais tentáculos, seus órgãos de atuação. Isto no plano formal pois de maneira “oficiosa” existem as ONGs atuando sempre contra a liberdade dos povos.

Cada vez vejo, com mais preocupação, relações e coincidências entre estados totalitários, movimentos comunistas (como o Foro de São Paulo), terroristas islâmicos, movimentos sociais, grandes corporações americanas (como a fundação Ford) e a própria ONU. Em comum, acima de tudo, o afastamento de Deus em uma secularização crescente e constante. Nietzsche advertira com sua descrição do niilismo e suas previsões se confirmaram. Meu medo maior são as fábulas de Orwell e Huxley. Quem leu estes livros pode ver nestas instituições e nos valores que professam o verdadeiro perigo, o grande mal que nos colhe como uma gigantesca sombra.

Hoje vejo apenas duas resistência ao perigo de uma dominação global, o governo dos Estados Unidos (não confundir com corporações) e o Estado de Israel. A cada dia perdem a batalha pela opinião pública mundial, muitas vezes por seus próprios erros, muitas vezes pelo poder que se concentrou neste verdadeiro eixo do mal formando no mundo.

Queira a Deus que eu esteja errado.

Por que se não tiver estamos a beira de uma abismo sem retorno.

Para reflexão

“Israel é um caso especial, realmente de povo eleito. O site eyeontheun.org faz a contagem de resoluções, decisões e informes das Nações Unidas sobre violações dos direitos humanos, confirmadas ou alegadas. Entre janeiro de 2003 e março de 2008, o alvo número 1 foi Israel: 635 condenações. Na seqüência, bem distantes, estão países com governos finíssimos como Sudão (280), República Democrática do Congo (209) e Mianmar (183). Aquela coisa horrenda que é a Coréia do Norte se safou com apenas 60 citações. What about it?”

Este trecho é de um artigo de Caio Blinder. Comento depois, com mais calma. A íntegra pode ser lida aqui.

O bom selvagem

Boa parte de nossa intelectualidade atropológica e de nossa esquerda acredita em Rosseau e seu mito do bom selvagem. O homem é naturalmente bom, é a sociedade que o corrompe. A utopia nada mais é do que um sonho em retornar o homem na história, embora termine sempre na escravidão.

Ontem foi promovida uma discussão sobre a usina de Belo Monte. Quando terminou de falar, um engenheiro da Eletrobrás foi atacado pelos índios e ferido a golpe de facão.

Pergunta: algum índio foi preso? A Força de Segurança Nacional e Tarso Genro foram em socorro deste brasileiro? Claro que não. Alguns brasileiros são mais brasileiros do que os outros, parodiando o velho paradigma comunista.

Reinaldo Azevedo lembra muito bem a impunidade que cerca os índios (aqui). Ao contrário do que se pensa, eles não são inimputáveis, quando possuem a consciência do que estão fazendo podem ser julgados como pobres seres mortais.

Em 2004, 29 garimpeiros foram massacrados em Rondônia. O pretexto era defender as mulheres e crianças indígenas, mas na verdade tratava-se de uma disputa pelo controle econômico da mineração. Ninguém foi preso e os silvícolas ficaram livres para praticar o bom e velho capitalismo. Desta vez realmente selvagem.

Lembram-se de Paiakan? Este era um queridinho da mídia, ganhou prêmios, era financiado por ONGs. Andava de roupas modernas, tinha caminhonete, parabólica. Um dia, junto com a esposa, estupraram e torturaram uma jovem. Pegou 6 anos de prisão, mas nunca cumpriu um só dia. Colocou novamente suas roupas indígenas e voltou para dentro de sua reserva. A sua tanga virou um símbolo da impunidade.

É alarmante como a cada dia a sociedade brasileira vai se dividindo ao invés de se harmonizar. O governo e o petismo, através de ONGs e órgãos públicos, incentiva esta divisão. Através de uma política indigenista sem sentido coloca brancos e índios em campos opostos e até índios contra índios. Através da política de cotas e do instituto de igualdade racial coloca negros contra brancos.

Trata-se do velho estratagema socialista de dividir a sociedade para poder controlá-la. É mais um pequeno passo rumo ao totalitarismo. Não no sentido clássico, mas um totalitarismo “light”, com roupagem democrática e uma certa simpatia da opinião pública mundial, mais ou menos o que acontece com a China.

E anestesiados caminhamos para nosso destino.

Nada de acareação

No show que está acontecendo na CPI os planaltinos tentam de toda forma colocar a culpa do vazamento em Álvaro Dias e seu assessor, André Fernandes.

Até a versão de que o dossiê foi anexado “sem querer” já foi sustentado, como se fosse possível enviar um anexo por descuido. Já vi muito esquecer de mandar anexo, mas mandar sem querer é mais uma invenção petista.

Até a insuperável Ideli Salvati tropeçou nas palavras e quase soltou um dossiê, palavra proibida pelos governistas.

O que não conseguem explicar, e nem querem, é porque se recusam a aprovar uma acareação entre os dois, já que são duas versões diferentes.

Mas querer qualquer lógica de um petista já é querer demais, não?

Direito de mentir

O STF voltou atrás e garantiu à Aparecido a condição de indiciado na CPI. Não havia outro jeito depois que a PF o indiciou. Será que não seria este justamente a intenção da PF? Não sei. Só sei que a partir de agora pode ficar calado, recusar-se a responder perguntas, mentir sem medo de ser preso.

Que país!

Prepare o bolso

Sempre disse que esquerda no poder é sinal de menos dinheiro no bolso. A ganância é simplesmente assustadora.

Nem assumiu o ministério, o ex-guerrilheiro Carlos Minc já solicita a instituição de um “imposto verde”. Vá te catar! Repito sempre, não existe país que arrecada mais em termos relativos do que o Brasil, o governo tem dinheiro demais! Que estabeleça suas prioridades como qualquer administrador mais ou menos competente e execute suas políticas.

O que não dá é para encarar a sociedade como uma fonte inesgotável de recursos para fazer proselitismo. Sai para lá, jacaré!

Já diz a sabedoria histórica, mais de 30% de carga tributária é roubo e ineficaz pois aumenta a sonegação.

Enquanto isso o PAC segue em ritmo de tartaruga…

Mais do mesmo

E lá vem o presidente Lula falar em mais dinheiro para a saúde.

Somos o país mais tributado do mundo e o presidente ainda acha que temos que pagar ainda mais; afinal, o apetite de seu estado faminto é gigantesco.

Por que não fala em reduzir o tamanho do estado, a começar por seu gigantesco ministério? Por que não reduzir impostos para estimular a economia e ganhar no aumento da base contribuinte? Por que não fechar a TV pública? Que tal vender a Caixa Econômica, com certeza daria uma boa grana.

Que nada, o bom mesmo é tirar dinheiro de quem já é sacrificado. E não estou falando da classe média!

Um excelente artigo sobre os terroristas brasilerios

A LUTA armada, de tempos em tempos, reaparece no noticiário. Nos últimos anos, foi se consolidando uma versão da história de que os guerrilheiros combateram a ditadura em defesa da liberdade. Os militares teriam voltado para os quartéis graças às suas heróicas ações. Em um país sem memória, é muito fácil reescrever a história. É urgente enfrentarmos essa falácia. A luta armada não passou de ações isoladas de assaltos a bancos, seqüestros, ataques a instalações militares e só. Apoio popular? Nenhum. O regime militar acabou por outras razões.
Argumentam que não havia outro meio de resistir à ditadura, a não ser pela força. Mais um grave equívoco: muitos dos grupos existiam antes de 1964 e outros foram criados logo depois, quando ainda havia espaço democrático (basta ver a ampla atividade cultural de 1964-1968). Ou seja, a opção pela luta armada, o desprezo pela luta política e pela participação no sistema político e a simpatia pelo foquismo guevarista antecedem o AI-5 (dezembro de 1968), quando, de fato, houve o fechamento do regime.
O terrorismo desses pequenos grupos deu munição (sem trocadilho) para o terrorismo de Estado e acabou usado pela extrema-direita como pretexto para justificar o injustificável: a barbárie repressiva.
Todos os grupos de luta armada defendiam a ditadura do proletariado. As eventuais menções à democracia estavam ligadas à “fase burguesa da revolução”. Uma espécie de caminho penoso, uma concessão momentânea rumo à ditadura de partido único.
Conceder-lhes o estatuto histórico de principais responsáveis pela derrocada do regime militar é um absurdo. A luta pela democracia foi travada nos bairros pelos movimentos populares, na defesa da anistia, no movimento estudantil e nos sindicatos. Teve na Igreja Católica um importante aliado, assim como entre os intelectuais, que protestaram contra a censura. E o MDB, nada fez? E seus militantes e parlamentares que foram perseguidos? E os cassados?
Quem contribuiu mais para a restauração da democracia: o articulador de um ato terrorista ou o deputado federal emedebista Lisâneas Maciel, defensor dos direitos humanos, que acabou sendo cassado pelo regime militar em 1976? A ação do MDB, especialmente dos parlamentares da “ala autêntica”, precisa ser relembrada. Não foi nada fácil ser oposição nas eleições na década de 1970.

Marco Antonio Villa – Prof História da UFSCar

Folha de São Paulo