Ali Kamel apresenta dados importantes no estudo da UERJ sobre o aproveitamento das cotas fornecidas pela universidade.
Ano passado foram oferecidas 1043 vagas para 753 inscritos com 432 aprovações. O que isso significa? Que não é o racismo que impede o negro de fazer universidade, mas a destruição do ensino público que não consegue levar seus estudantes ao final do ciclo do ensino secundário.
Quer dizer também que não está tendo a menor concorrência dentro das cotas, conseguindo a nota mínima o candidato está aprovado. No fundo demonstra-se a ineficiência do sistema de cotas.
Nas cotas destinadas à escola pública o processo é semelhante. As vagas também não estão sendo preenchidas, faltam candidatos. E a tendência é aumentar ainda mais estas vagas não preenchidas porque os beneficiados por cotas que já existiam no “mercado” já entraram na universidade, restariam agora praticamente os que estão sendo formados.
Fica patente que se o Brasil deseja começar a sair do buraco educacional que se meteu precisa investir na rede pública de ensino. Sem aumentar a carga tributária pois os recursos existentes para a educação são compatíveis com os países de primeiro mundo, até mesmo superiores. Um dos problemas é o estado sustentar alunos que não precisam, como acontece nas universidades federais. Quem pode pagar deve fazê-lo. O país enterra dinheiro demais, e sem necessidade, nas universidades.
É preciso voltar nossos olhos para o ensino de base, urgente. Nunca chegaremos a um patamar aceitável de civilização sem resolver o problema da educação. Recursos existem, falta vontade política.