Nesse contexto foi aprovada, primeiro, a regulamentação da emenda 29 que, à parte fixar algumas importantes definições para a saúde, adiciona R$ 5,5 bilhões em gastos no setor já em 2008 e mais R$ 17,5 bilhões até 2011. O projeto é do senador petista Tião Viana (AC).
Em seguida, a maioria dos senadores estendeu a todos os aposentados e pensionistas do INSS os benefícios da política de valorização do salário mínimo -reajustado pela variação do INPC mais o crescimento do PIB de dois anos antes. Na sessão fatídica, também foi extinto o fator previdenciário, um dos principais feitos da reforma realizada na gestão FHC. O impacto dessas medidas, da lavra do senador Paulo Paim (PT-RS), sobre o Tesouro também está na casa de bilhões por ano.
O Editorial da Folha é particularmente duro com a oposição neste caso. Por que? Ela é minoria na casa, tão minoria que coloca apenas 3 senadores em uma CPI de 11, o que mostra bem seu tamanho. As duas propostas forma de dois senadores do partido do governo, um deles vice-presidente do Senado. E quem está fazendo demagogia é a oposição? Por que apresentaram os projetos então?
Não há dinheiro? Claro que há. Basta extinguir a TV pública, a Secretaria de Longo Prazo, a ajuda financeira à Cuba, a ajuda aos bicheiros no carnaval do Rio, …
Diz o editorial que a única preocupação da oposição foi constranger o governo. Tenha paciência! O presidente-candidato passa o ano inteiro percorrendo o Brasil fazendo campanha e inaugurando placa de obra sem o menor problema. Afinal, toda obra de governo tem fins políticos, não é? E a oposição tem que assistir calada? Conseguiu ajudar a derrubar a CPMF e é acusada até pela epidemia de dengue. Ajuda a aprovar dinheiro para a Saúde e é acusada de irresponsável. Assim fica difícil. É o primeiro governo cujo ônus de governar tem que ser da oposição!
Volto a lembrar, a oposição não tem votos nem para aprovar CPI, que exige um terço, imagine aprovar leis. Que se coloque as coisas no seu devido lugar.