Nota do Clube Militar

Reação sem Sentido

Em Seminário realizado no Clube Militar, o Gen Ex Augusto Heleno Ribeiro Pereira, Comandante Militar da Amazônia, um dos palestrantes, teceu considerações sobre a atual política brasileira em relação à população indígena. Sua enfática explanação em nenhum momento feriu a disciplina e a hierarquia.

O que vimos foi a palavra de um Chefe Militar sobre assunto de sua inteira competência e responsabilidade. Sua afirmação de que o Exército não serve a governos e sim ao Estado está respaldada no que prevê o Art 142 da Constituição Federal ao definir as Forças Armadas como instituições nacionais permanentes.

A política indigenista, todos sabem, está longe de ser consensual, inclusive dentro do governo Lula. Há décadas que se discute se nossos índios devem ser integrados à sociedade brasileira ou se devem ser segregados.A escolha oficial, hoje, é pela segregação. Tal política não pode ser considerada sequer como deste governo, uma vez que vem sendo adotada já há algum tempo.A observação do Gen Heleno foi fruto da angústia de alguém que observa no próprio local a situação aflitiva de algumas comunidades, com sérios problemas de saúde e sem atendimento a outras necessidades básicas; da angústia de alguém que vê, lá na ponta da linha onde poucos gostam de ir, brasileiros passando privações sem nenhum apoio do Estado.

É estranho o Presidente da República pedir explicações sobre o caso. Não me consta que tenha adotado o mesmo procedimento quando ministros do seu partido contestam publicamente a política econômica do governo. Aliás, uma das poucas coisas que está funcionando coerentemente nessa época em que atitudes voltadas para produzir impacto em palanque são mais importantes do que a ética e a moralidade na condução das ações políticas.

Gen Ex Gilberto Barbosa de Figueiredo
Presidente do Clube Militar

Ficou irritado!

Parece que o presidente ficou extremamente irritado com as declarações de General Heleno, ser contrariado não é bem seu forte. Ainda mais que viu exposto nos jornais uma atuação em favor da demarcação contínua que o governo mantinha longe da mídia. Como todo bom esquerdista, não gostam de discutir os temas nacionais relevantes. Gostam de aprovar tudo sem holofotes usando o Congresso Nacional como força de manobra.

Já não dá mais. O assunto da soberania nacional está em todos os jornais e o Senado, onde deveria estar se travando o debate sobre a questão, mostrou-se um avestruz com a cara dentro do buraco. O líder da oposição ainda ficou preocupado com o que o fato de um militar resolver dar sua opinião sobre o assunto.

Já ficou no passado a época em que os militares davam as cartas na política e uma intervenção militar nos destinos políticos é coisa do passado. Por que não podem se manifestar publicamente? É claro que não podem incitar à desordem ou contra as leis do estado. O General não fez nada disso, muito pelo contrário, falou em defesa do texto constitucional.

A esquerda no poder é a mesma coisa em todo lugar. Admite a pluralidade de opiniões, desde que seja em torno das próprias. A coisa é tão absurda no Brasil que o governo conseguiu uma oposição que não pode fazer oposição. Por isso a esquisita aliança que o governador de Minas anda construindo é uma grande ameaça à democracia, pois consolida um governo sem oposição.

O presidente quer falar sozinho e se coloca em um lugar mítico, onde o que fala é a voz da sabedoria. É uma característica socialista querer a hegemonia sobre o pensamento, o que é uma violação à principal liberdade de um indivíduo. Não basta a maioria, querem a totalidade. Não é por acaso que o socialismo sempre levou ao totalitarismo.

Uma das coisas que o país precisa é que o presidente fique irritado com mais freqüência. É bom para a democracia.

Enfim alguem para chamar o MST pelo nome correto

Dá-lhe Vale! E tem gente que defende sua re-estatização. Sai para lá, urubu! A Vale é NOSSA e não dos governos de plantão. Se fosse deste último estava fazendo festa com o MST. Como não é pode lançar o manifesto abaixo. E pensar que o Alckmin teve vergonha de defender as privatizações…

1)As lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), desafiando a Justiça, cumpriram suas ameaças e invadiram novamente a Estrada de Ferro Carajás (EFC). A nova invasão, a nona em 13 meses, aconteceu às 7h25 de hoje, 17 de abril, e foi feita por cerca de 500 pessoas, em sua maioria integrantes do MST, num trecho do município de Parauapebas (PA).

2) Os invasores, liderados pelo MST, fizeram de novo um de nossos maquinistas refém. A vítima foi Raimundo de Souza Nepomuceno, de 43 anos, que teve sua vida ameaçada por manifestantes que portavam porretes e facões. Os invasores também ameaçaram incendiar a locomotiva caso o maquinista não abrisse as portas da composição. O empregado cedeu, abriu as portas e foi retirado à força da locomotiva e, depois, libertado.

3) Desta vez, os líderes do MST foram ainda mais longe. Numa demonstração de que não medem esforços para pôr em prática seus planos criminosos, seqüestraram um ônibus de uma empresa prestadora de serviços para a Vale. O veículo foi interceptado por manifestantes que ameaçaram e forçaram o desembarque de 35 passageiros. O ônibus permaneceu, ilegalmente, por algum tempo em poder dos integrantes do MST.

4) A Vale vem a público manifestar sua indignação pela insuficiência de ação das autoridades competentes que foram, há muito tempo e amplamente, avisadas que esta invasão iria acontecer. É inadmissível que os governantes não tenham tomado a tempo as providências necessárias para evitar que, mais uma vez, o MST e seus cúmplices afrontassem o Estado de Direito e não cumprissem as determinações judiciais de não promover invasões.

5) A Vale não vai se calar diante das ameaças do MST ou da falta de responsabilidade de governantes, em especial no Estado do Pará, que se omitem diante de um crime há muito anunciado e que, por incompetência ou por conivência, estão assistindo a esta maré de crimes que nos últimos dias vem aterrorizando o Brasil.

6) Há muito tempo, a Vale vem alertando essas autoridades de que este clima de desrespeito ao Estado de Direito cria um péssimo ambiente para a atração de investimentos para o nosso país, em especial para o Pará, região que apresenta um dos maiores potenciais de crescimento e geração de renda e emprego.

7) O Conselho de Administração da Vale já aprovou um plano de investimentos que, entre 2008 e 2012, deve levar para a região cerca de US$ 20 bilhões e gerar mais de 35 mil novos empregos.

8) A Vale reafirma que não vai poupar esforços para proteger seus empregados, usuários do trem de passageiros, clientes e acionistas, já que a EFC é um importante veículo de transporte e desenvolvimento para o país.

9) Com a invasão, cerca de 1.300 pessoas deixam de poder viajar entre os estados do Pará e Maranhão. Além disso, fica comprometido o transporte de combustíveis para os municípios do sudeste do Pará.

10) Também está interrompido o transporte de cerca de 300 mil toneladas de minério e outras cargas, levando a uma perda diária de US$ 22 milhões para a balança comercial brasileira.

11) A Vale reafirma que não vai se deixar intimidar por um grupo que insiste em não respeitar a Justiça, e confia que as Polícias Federal, Militar e Civil do Estado do Pará vão agir com firmeza para restabelecer o Estado de Direito.

China: um exemplo de ampliação indevida

Globo:

PEQUIM. A guerra de propaganda nacionalista do governo da China contra a mídia estrangeira – acusada de manipular informações sobre o país, ser injustamente favorável ao Tibete no episódio dos conflitos em Lhasa e “ferir o sentimento do povo chinês” – subiu de tom ontem após o comentarista político Jack Cafferty, da rede de TV americana CNN, convidado do programa semanal “The Situation Room”, afirmar na quarta-feira passada que os produtos exportados pela China são “um lixo” e os governantes, “basicamente o mesmo bando de estúpidos e assassinos que sempre foram nos últimos 50 anos”.
(…)
– Estamos chocados e repudiamos veementemente as afirmações degradantes feitas contra o povo chinês. O que ele disse reflete sua arrogância, ignorância e hostilidade aos chineses, que ficaram indignados – disse ela. – Exigimos que a CNN e Cafferty se retratem por seus infelizes comentários e peçam desculpas ao povo da China.

Peguei este exemplo na imprensa para mostrar uma das técnicas utilizadas para desqualificar um dabate. É o primeiro estratagema descrito por Schopenhauer em seu texto Como Vencer um Debate Sem Precisar ter Razão. Chama-se ampliação indevida e foi definida desta forma pelo filósofo:

Levar a afirmação do adversário para além de seus limites naturais, interpretá-la do modo mais geral possível, tomá-la no sentido mais amplo possível e exagerá-la.

Cafferty referiu-se ao governo chinês, que naturalmente faz parte do povo chinês. O que faz o seu adversário, no caso o um porta voz do Ministério das Relações Exteriores da China? Amplia a afirmação para todo o povo chinês, o que não foi o que Cafferty afirmou.

É natural dos totalitaristas esconderem-se por trás do próprio povo em um nacionalismo xenófobo da pior categoria. Não é a toa que Samuel Johnson proferiu a famosa frase: “o patriotismo é o último refúgio do canalha“.

Quando o governo chinês resolveu trazer as Olimpíadas para seu território deveria saber que estava convidando a democracia para uma visita, e que esta gosta de opinar sobre tudo e sobre todos. O problema do Tibet estará no centro do debate, não há como evitar.

Infelizmente a grande questão não está sendo ainda levantada: o programa nuclear norte-coreano. O que tem a ver com a China?

Tudo. E este é o problema maior.

Esquerda escocesa

Estadão:

“Sou totalmente a favor do índio”, afirmou o militar, no primeiro dia do seminário Brasil, Ameaças à sua Soberania. “Até porque não sou da esquerda escocesa, que, atrás de um copo de uísque 12 anos, aqui sentado na Avenida Atlântica, resolve os problemas do Brasil inteiro. Eu não estou na esquerda escocesa. Eu estou lá. Já visitei mais de 15 comunidades indígenas. Estou vendo o problema do índio. Ninguém está me contando como é que é o índio, não estou vendo índio no cinema, não estou vendo índio no Globo Repórter. Estou vendo índio lá, na ponta da linha, e sofrendo com o que está acontecendo.”

Mais uma que entra para os anais da história. Embora o uísque 12 anos já esteja no passado para muita gente…

Alunos da UNB recebem importante lição

A Universidade deve ser um templo do saber, um lugar onde jovens, e alguns não tão jovens, dão os primeiros passos em uma profissão, em uma atividade intelectual. Os universitários da UNB receberam uma lição preciosa de sua Universidade, a que no Brasil vale a pena não cumprir a lei.

Havia ordem para desocupação, dada por um juiz competente. O que fez o ministério da educação e da justiça? Ignoraram. Entre um bando de desordeiro e o reitor de uma universidade, por pior que seja o cidadão, ficou do lado da turba.

O novo reitor aceitou TODAS as exigências dos rebeldes, e ainda se prontificou que ninguém responderá há medidas administrativas. Age como se o prédio invadido fosse de propriedade da reitoria, não é. Pertence ao estado brasileiro, pertence a todos que pagam a conta, elevadíssima, para formar este bando de vagabundos. Em suma, pertence a você e eu.

Acham normal jogar a polícia federal para cima de algumas centenas de agricultores que cometem o crime de plantar, em terras que habitam já há décadas. Mas acham um absurdo desalojar um bando de desocupados, travestidos de estudantes, de um prédio público.

O pior de tudo é o precedente. A autoridade em uma universidade, que entre outras coisas deveria ensinar o significado de autoridade, foi jogada no lixo. Fica cada vez mais difícil acreditar em uma saída para um país que ensina o anarquismo, o desrespeito às leis, o uso da força como primeiro argumento para a futura elite intelectualidade.

Conseguiremos uma proeza, formar futuros mestres ainda mais miseráveis do que temos hoje. E olha que não é fácil imaginar este quadro.

Toffoli e o lado do governo

O Globo:

O advogado-geral da União, José Antônio Dias Toffoli, rebateu ontem declarações de oficiais militares que são contra a demarcação em faixa contínua da Reserva Raposa Serra do Sol. A reação do ministro tem como alvo o general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia, que, semana passada, contestou decreto do governo que homologou a reserva numa terra única de 1,7 milhão de hectares. Pela primeira vez uma autoridade do governo reage em tom mais duro às posições militares.

— Quem fala em nome do governo é a Advocacia Geral da União (AGU). As declarações de membros das Forças Armadas não correspondem à posição do governo. E o governo do presidente Lula defende a demarcação contínua — disse Toffoli.

A declaração do ministro foi feita em reunião com líderes indígenas de Roraima, que viajaram a Brasília para cobrar a retirada de arrozeiros da reserva. Toffoli rebateu dos militares de que a demarcação contínua ameaça a defesa nacional. Para o ministro, a presença dos índios é a garantia de que as fronteiras estão protegidas.

Fica bem claro qual é a posição do governo no caso, não?

É claro que os militares não falam em nome do governo, e não devem falar mesmo. Falam em nome… dos militares! Justamente aqueles que fazem da soberania nacional a razão de ser de sua profissão. Soberania esta que é antes de tudo uma assunto do Estado e da nação.

Que o governo não escute os militares em assunto de segurança nacional e soberania é um grande problema. Está colocando de lado justamente os especialistas na área.

A defesa de Toffoli, que os índios são a melhor proteção para as fronteiras é absurda, ainda mais aliada à declaração de direito dos povos indígenas. Os agricultores reivindicam apenas 1,7% das terras demarcadas. Qual o problema de atendê-los? Por que é necessária aquela imensidão de terra para os indígenas? Nem na época do descobrimento havia uma relação tão absurda de hectare por índio.

Qual a verdadeira intenção deste governo?

Era só o que faltava

A oposição conseguiu aprovar um adendo à convocação de Dilma Rousseff para que ela esclarecesse sobre a questão do dossiê em seu depoimento marcado no Comitê de Infra-Estrutura do Senado. Romero Jucá subiu nas tamancas e denunciou falta de ética por parte dos senadores.

Tudo porque TODOS os senadores governistas da comissão estavam passeando ao invés de estarem deliberando. Não é uma maravilha? Os caras não estavam onde deveriam (e são pagos para) estar e a culpa é da oposição por aproveitar a situação?

Jucá ainda afirmou que a oposição tem que entender que cabe ao governo determinar os trabalhos da casa. A idéia de democracia deste senhor é mesmo um primor.

Reclamam muito da Ideli Salvati, e com toda a razão. Mas ela não é o que me desperta mais asco no Congresso. Esta primazia cabe ao Senador Jucá por sua completa desonestidade intelectual. A história ainda colocará este senador em seu devido lugar.