Mais sobre a Telezona

Folha:

AS “OCUPAÇÕES”, eufemismo para invasões, estimuladas pela administração Lula não se restringem ao setor agrário. Com financiamento estatal bilionário e apoio dos fundos de pensão controlados pelo governismo, duas companhias telefônicas acabam de “ocupar” um terreno irregular. A aquisição da Brasil Telecom pela Oi dá-se a contrapelo das normas anticoncentração responsáveis pelo sucesso da privatização da telefonia no país.
Como os contumazes invasores de terra, os artífices das negociações da “supertele verde-amarela” não temem repressão do Estado. Pelo contrário, estão certos de que serão, ao fim e ao cabo, premiados com a assinatura do presidente da República no decreto que, após o fato consumado, sacramentará o popular “liberou geral” nas regras para atuação desses gigantes empresariais em território nacional.

O grande problema do capitalismo é a tentação do monopólio. Talvez seja este o principal papel do estado na economia, impedir a concentração de empresas e defender a concorrência. Os efeitos nocivos do capitalismo __ nunca disse que era perfeito __ são bastante atenuados quando vigora um regime de competição real entre empresas.

A telefonia no Brasil foi um grande exemplo, hoje é preciso se desviar de tantos celulares que são arremeçados em nossa direção. A qualidade do serviço é melhor hoje do que no passado, os preços são menores, emprega-se muito mais gente e o serviço universalizou-se.

A constituição da Telezona é emblemático. É uma fusão que vai na direção de um monopólio, o governo deveria, portanto, desestimula-la. Além do mais, é contra a legislação em vigor. Não há garantia de criação de um único emprego, pelo contrário existe a assinatura de um contrato em que a empresa se compromete a não demitir ninguém nos próximos três anos. Mesmo assim o BNDES está despejando 3 bilhões de reais no negócio, mesmo sendo ilegal. Tudo porque existe um entendimento para que o presidente da república mude a lei para permitir a fusão.

Ao invés de estimular a concorrência, o governo trabalha para o monopólio no setor. Isto é próprio do estado quando se pretende agente econômico, na prática é uma medida estatizante, própria de um governo socialista. Ainda tem o discurso nacionalista para tentar dar uma explicação “moral” para a imoralidade, como sempre.

O editorial da Folha lembrou bem, quem pagará a conta no fim de tudo será o consumidor que terá menos uma opção em um mercado fortemente regulado.

Mais uma derrota do indivíduo em um mundo em que o estado é cada vez mais opressor.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *