O governo informou que existem na amazônia 100 mil ONGs agindo livremente e sem fiscalização. É bom lembrar que nenhuma delas paga impostos e ainda possuem uma série de benefícios como não precisar participar de licitações.
Algo está bem errado neste número. O vazio demográfico convive com esta concentração incrível de ONGs. Por que?
A ONG é uma verdadeira máfia moderna.
É preciso abrir este baú. Enquanto é tempo.
Pergunta: por que existem tantas ONGs chefiadas por esquerdistas?
Resposta: porque são os únicos que se preocupam com a “justiça social”1.
Notas de Rodapé:
1 Em novalíngua, refere-se a qualquer prática criminosa exercida por um socialista.
Eu realmente acho que ha um problema com ONGs no Brasil – alias, estou comecando a achar que no Brasil tudo eh tranformado na pior versao de si mesmo – mas isso nao quer dizer que todas as ONGs sao iguais assim como nem todo esquerdista eh bandido. As ONGs desempenham um papel importante em varios lugares do mundo, principalmente onde os estados nao chegam ou nao tem interesse em chegar. Tenho muitos amigos que trabalham para ONGs serias (no Brasil mesmo, e na Nova Zelandia, Canada, India, Africa) que desempenham um trabalho serio e sao transparentes quanto aos seus recursos. Quando acontece algum desastre humanitario (seja devido a guerra, desastre natural ou o que for), os primeiros a chegar e ultimos a sair sao sempre organizacoes como a Cruz Vermelha e Medicos sem Fronteiras (organizacao que inclusive ganhou o premio nobel the paz). Oxfam eh outra que trabalha serio contra a fome e a pobreza. Eu mesma trabalhei como voluntaria em uma organizacao financiada pela United Way, que eh uma organizacao internacional sem fins lucrativos, e pude comprovar a maneira seria como a coisa era tratada – a organizacao oferecia todo tipo de servicos para a comunidade – desde onibus para levar velhinhos doentes que nao tem familia para suas consultas medicas ateh a organizacao de todo tipo de voluntarios para visitar pessoas no hospital, dar aula particular para criancas pobres, fazer compras para velhinhos com problemas de locomocao – a variedade de servicos e a quantidade de gente atendida era impressionante.
Nesses casos nao dah pra generalizar – a existencia de ONGs corruptas nao quer dizer que todas sejam corruptas. Assim como o fato de algumas pessoas nao-idoneas usar a justica social como desculpa para encobrir outras ambicoes nao torna a luta pela justica social algo invalido.
Não estou generalizando, mas temos que convir que 100 mil ONGs só na Amazônia é um leve exagero. Além do mais, aqui no Brasil temos uma criação inusitada: a ONG governamental! O que se despeja de dinheiro público nestas instituições é uma grandeza. Só na Amazônia se fala em meio bilhão de reais.
A grande questão é que no Brasil as ONGs não precisam seguir a lei de licitação e contratos, pior ainda, não são obrigadas a prestar contas do dinheiro público utilizado, o que é uma afronta à própria constituição brasileira.
Na prática, tornaram-se instrumentos de lavagem de dinheiro e financiamento de partidos políticos da base aliada do governo. Está tendo uma CPI no congresso sobre o assunto, mas é tanto interesse envolvido que pouco se investigou, e o que se investigou é suficiente para ter uma idéia da corrupção que está envolvida.
Sobre as ONGs internacionais não vamos concordar muito já que sou extremamente desconfiado do movimento ambientalista. Tive contato com ONG internacional na Amazônia e só confirmei minhas suspeitas, o que vi foi uma cortina para roubo de espécies e aliciamento de indígenas.
Aliás cada vez desconfio mais na maior ONG de todas, a ONU. Se o estado é o leviatã de Hobbes, a ONU é o próprio em pessoa. Tenho extremo receio desta organização que se pretende ser o organizador da humanidade. Em se tratando de relações internacionais, acho que sou anarquista, he he he.
O grande problema da ONU está em sua incapacidade de ação – a partir do momento que se decidiu que as decisões deveriam ser por unanimidade e que certos países tinham poder de veto, a organização já nasceu paralizada… Uma pena, pois é uma boa idéia, surgida de princípios louváveis…
Como eu disse nem todas as ONGs estão no mesmo saco, assim como nem toda empresa está no mesmo saco. Eu conheci pessoalmente o Dr. James Orbinski, que foi presidente do Médicos sem Fronteiras quando a organização ganhou o prêmio nobel e que trabalhava em Rwanda quando ocorreu o genocídio, e tenho amigos que trabalham na organização ou implementação de programas implementados por ONGs. Também estudei o papel das ONGs na identificação e prevenção de crises humanitárias como o genocídio. Nesse ponto elas desempenham um papel muito importante pois geralmente não são controlodas ou limitadas por interesses geopolíticos que paralizam organizações como a ONU.
Falando no James Orbinski, ele é uma pessoa fantástica:
http://www.randomhouse.ca/catalog/display.pperl?isbn=9780385660693
http://en.wikipedia.org/wiki/James_Orbinski
Engraçado, mas o grande problema que você vê na ONU eu vejo como um alento. Se assim não fosse a ONU seria mais poderosa do que é hoje, uma coisa que temo bastante. Seria o caminho para o tal do governo global e sinceramente esta idéia me dá arrepios. Se tenho severas críticas ao estado forte, o que direi de um super-estado forte. A cada dia que passa confio menos nesta organização e seus burocratas.
Bom, se é melhor ou não, essa será a realidade do futuro. Os dias do estado-nação são coisas do passado. Temos que aprender que nesse mundo globalizado, o que fazemos em um país, tem consequencias drásticas no outro lado do mundo. Estamos todos juntos nesse planeta e teremos mesmo que ter organizacoes politicas onde lidemos com os problemas de forma conjunta. A ONU foi uma excelente idéia; o problema é que não tinha poder de ação e países poderosos como os EUA podia simplesmente ignorar suas ordens…
Eu acho o fim do estado-nação ótimo; tenho ogeriza ao nacionalismo.
Sobre a ONU, ainda estou formando uma opinião definitiva, mas a princípio sou contra qualquer tipo de governo mundial, isto inclui a ONU, Banco Mundial, Internacional Socialista, grande corporações multinacionais, todas elas uma representação da busca ilimitada por poder.
Não que os estados-nação sejam anjos, muito pelo contrário; só que um chefe dos demônios é bem pior que os demônios somados.
Ninguém deve governar o mundo, este papel não é do homem.
Não vejo uma instituição multinacional, seja ela política ou econômica, como necessariamente pior do que uma instituição nacional. Há maneiras de se instituir “checks & balances” para que essas instituições não tenham poder absoluto. Foi a crianção da União Européia que permitiu a reconstrução da Europa depois da destruição causada pela segunda guerra mundial. Os efeitos positivos são ainda mais evidentes nos países pobres europeus. Portugal era uma país de terceiro mundo quando saiu da ditadura de Salazar. A maioria da sua população era pobre, a mortalidade infantil e o analfabestimo eram altos, e o país carecia de infra-estrutura. Entrando pra União Européia o país soube investir os novos recursos adquiridos e hoje tem uma das melhores infra-estruturas da Europa e um nível de educação altíssimo. Isso em menos de 20 anos. O país serve de bom exemplo para muitos países emergentes. A Espanha passou por um processo parecido.
Sei lá, talvez eu seja muito otimista. Só sei que não gosto de nada que leve ao exclusivismo, a barreiras imedidas, e acredito que só poderemos solucionar muitos dos problemas do mundo em conjunto. Nunca chegaremos a lugar nenhum isoladamente.
Concordo inteiramente com você sobre resolver nossos problemas em conjunto, o que não concordo é submeter todas as nações a um governo mundial. Os países não estão impedidos de se reunirem para fazer acordos e cooperarem mutuamente, como Brasil e Paraguai fizeram para construção de Itaipu. Ou com o Mercosul, ou o mercado comum europeu. Sou totalmente a favor de acordos multilaterais entre os estados nacionais.
O problema é quando a ONU passa a ser vista como uma entidade acima do bem e do mal, como uma espécie de organização acima de qualquer suspeita. E na verdade é o que a maioria das pessoas pensa, criou-se uma cultura de que esta organização possui uma moral mais elevada do que qualquer país. E isto acho muito perigoso.
A ONU é bem-vista pq foi criada num período negro da historia baseada nos mais puros princípios internacionais. É claro que sua historia nem sempre foi um mar-de-rosas e muitos críticos reclamam que a instituição é controlada demais por certos países-membros mais poderosos e que suas regras não são uniformemente aplicadas. A instituição tem suas mãos constantemente atadas pela sua estrutura política. O Gen. Dallaire seria o primeiro a concordar com isso:
http://www.cbc.ca/news/background/dallaire/
http://en.wikipedia.org/wiki/Rom%C3%A9o_Dallaire
A organização precisa ser reformulada e nós temos que aprender a defender menos somente o nosso interesse próprio e mais o interesse da humanidade como um todo…
Quanto a ter uma moral mais elevada do que qualquer país, isso não me surpreende. Ao menos oficialmente, países declaram guerra, a ONU defende a paz; ela não tem exercito, ela tem “peace-keeping forces”. Tudo isso contribue para criar uma imagem mais positiva… Se corresponde ou não com a realidade, isso é outra historia…
Tudo que é criado nos “mais puros princípios” me causa desconfiança, até porque não acredito em princípios puros em se tratando de política, e a ONU é uma instituição política. Ela foi criada sim para instituir alguma ordem no pós-guerra e cristalizar o domínio das potências vencedoras.
Acredito mais em instituições que são criadas com princípios mais claros e de cunho político, como a União Européia. A sua origem está no Tratado do Carvão e do Aço e foi motivado pelo medo francês do desenvolvimento alemão. A proposta era aliar a França e a Alemanha em um projeto de integração econômica crescente de modo a solidificar um destino comum.
Não acho que a ONU tenha sido criado em um período negro da humanidade, este foi nos anos interiores a ela. Sua proposta foi já no fim da guerra, com o conflito definido. Sua principal crítica é para mim a principal defesa da humanidade, o poder de veto. Tenho receios do que aconteceria se as mãos da ONU fossem soltas.
A minha maior crítica à instituição é sua boa convivência com o totalitarismo, principalmente dos comunistas. Nunca vi uma campanha da ONU em defesa do indivíduo e seus princípios. Interesse da humanidade como um todo, isto não existe. É uma abstração! O fato de termos interesses individuais não implica necessariamente que sejam contra alguém ou a sociedade.
A ONU defende a paz… isto me lembra o pacifismo inglês e francês no entreguerras. Sem ele a II Guerra Mundial e o genocídio não teria sido possível. Como bem apontou Ortega Y Gasset, não basta desejar a paz para consegui-la, “a paz não é fruto espontâneo de alguma árvore”. Ele defende que a guerra é uma forma que o homem inventou para resolver certos conflitos, para que acabe, precisa ser superada. “A renúncia à guerra não elimina estes conflitos. Ao contrário, ficam mais intactos e menos resolvidos do que nunca”. Em alguns casos a renúncia à guerra traz conseqüências ainda piores no futuro.
Não acredito na erradicação da guerra na humanidade por esforço político ou social. Ela é uma extensão do padrão moral da humanidade; enquanto o homem não melhorar intimamente, não adianta estas soluções. Não vejo nenhuma ação da ONU para melhorar o indivíduo e nem poderia ver, já que é uma organização que não reconhece valores absolutos. Em nome da pluralidade cultural se admite tudo, o totalitarismo, a poligamia, a depravação sexual, o infanticídio, tudo é permitido pois não há “cultura superior”.
Quando Nietzche anunciou a morte de Deus, o trono ficou vago. Vários ídolos foram criados para substitui-lo, o nazismo, o marxismo, o ambientalismo, a justiça social, o pacifismo, o governo mundial, a ciência.
Desconfio de todos que pretendem estabelecer um novo padrão moral para a humanidade que não seja baseado em uma entidade maior do que nós todos e que a maioria chama de Deus. Acredito que os valores absolutos existem e são baseados na idéia da perfeição da divindade, não em critérios racionais ou na ciência. Acredito que a “felicidade não é desse mundo” e que temos que fazer todo o esforço não para melhorar o mundo, mas para melhorar a nós mesmos. A melhora do mundo seria uma conseqüência e com bases muito mais sólidas da depuração espiritual.
Eu me expressei mal. A ONU não foi criada em um período negro e sim em reação a uma catástrofe humana e como tentativa de evitar que o mesmo ocorresse mais uma vez.
E não foi o pacifismo inglês ou francês que tornou possível a segunda guerra, e sim a maneira como terminou a primeira guerra. Quanto ao que levou ao holocausto, bom, isso daria um livro – e não foi somente o Hitler nem somente o pacifismo que o tornou possível.
Acho que não podemos melhorar a nós mesmos sem melhorar o mundo a nossa volta. Jesus mesmo dizia que o maior ato de caridade, o maior sacrifício é aquele que fazemos pelos estranhos, pelos nossos inimigos pois amar os nossos familiares é fácil e natural, não há nada demais nisso.
Pra mim, o heremita que vive sozinho, afastado de todos, dedicado à sua pureza de espírito, talvez melhore a si mesmo mas sua vida não tem muito propósito, é uma vida meio egoísta pois evita ajudar aos outros. Eu acho que a maneira de melhorarmos a nós outros de maneira mais profunda é através do nosso esforço em melhorar o mundo ao nosso redor. Vc diz que a humanidade é uma abstração. Pois eu acho o indivíduo puro e simples uma abstração também. Para o bem ou para o mal, estamos todos conectados uns aos outros. Por isso não dá pra melhorar o indivíduo sem melhorar o mundo e não dá pra melhorar o mundo sem dar uma chance para o indivíduo.
Agora quem se expressou errado fui eu. Não disse que o pacifismo foi a causa da II Guerra, mas foi sim uma das condicionantes para que ocorresse. O re-armamento alemão só foi possível no ambiente pacifista, assim como as anexações realizadas, principalmente a da Áustria.
O próprio Churchil alertou no parlamento, a anexação da Áustria tinha dado a Hitler 12 divisões extras. O desmantelamento da força militar tcheca liberara mais 30 divisões alemãs para agir em outros lugares.
O próprio Hitler comentou com seus generais em meados da década de 30, se a França tivesse estadista não duraria mais um mês no poder. Sabia que não havia como resistir militarmente ao exército francês durante o re-armamento.
Quando falo em melhorar a nós mesmos não estou falando em meditação e isolamento, estou falando em caridade, ajuda, compreensão. Jesus foi bem claro neste ponto, era através da ajuda ao próximo que chegaríamos a Deus. Em várias passagens criticou os eremitas.
Quanto a seu pensamento que não dá para melhorar o indivíduo sem melhorar o mundo, faço algumas considerações. O que é melhorar o mundo? Quando uma pessoa ajuda outra em dificuldades, está melhorando o mundo. São duas pessoas anônimas, que nada representam no contexto mundial, mas acho que é esta a principal tarefa que deveríamos perseguir, ajudar o próximo, aquele que está ao nosso lado.
O que estou vendo é o contrário, pessoas querendo defender o afastado sem se interessar para o que está ao seu lado. Veja por exemplo o que acontece no Rio, jovens participam de ONGs ligadas a paz, fazem passeatas pedindo o fim da Guerra no Iraque, mas compram drogas dos traficantes nas favelas. E acha que está tudo bem! É incapaz de ajudar uma pessoa ao seu lado em dificuldades, mas quer se colocar como uma pessoa de espírito elevado, que deseja a paz no mundo e o fim da fome da África. Vejo muita hipocrisia nisto tudo.
A humanidade perdeu os valores morais elevados, aqueles que norteavam a ação do homem na antiguidade e na idade média, estamos em um mundo sem padrões, onde o relativismo se impregnou de forma assustadora.
Este para mim é o maior problema da humanidade, os outros, guerras, fome e tudo mais, são conseqüências. Querem realmente melhorar a humanidade? Cuidem do indivíduo e respeitem sua individualidade. Não decidam por ele, não escolham por ele. Convençam-no.
Ah, agora chegamos em um acordo. Concordo plenamente que nós temos que começar ajudando ao próximo aqui, na nossa cidade mesmo. Mas não deve parar por aí pois hoje em dia, o que fazemos aqui tem consequencias do outro lado do globo também, portanto não acho inválido se preocupar com alguém que esteja mais remoto ou afastado. Desde que não ignore aquele que esteja mais próximo.
Quanto a humanidade ter perdido valores morais elevados, toda geração pensa assim. É natural ter uma visão romântica do passado. Mas quando se estuda o dia-a-dia das pessoas no passado, seja esse remoto ou não, questiona-se se esses valores morais elevados algum dia existiram. Dependendo de que fator vc for analisar, algumas coisas eram piores e outras eram melhores em determinados momentos historicos. E essa variação de melhor pra pior ou pior pra melhor nunca é linear. Por isso os historiadores não se permitem fazer juízos de valor.
Um conselho para uma historiadora, não deixe de estudar filosofia, antropologia e economia. Vejo estas disciplinhas extremamente relacionadas, acrescentaria religião também. Não vejo como compreender os processos históricos sem o apoio destas áreas do conhecimento.
Quanto a não emitir juízo de valor, não vejo como. Toda obra de um historiador tem juízo envolvido, mesmo que não declare explicitamente. Seja pela forma de abordagem, pela divisão do assunto, pelo enfoque narrativo, é possível ter uma boa noção do pensamento do historiador por sua obra ou pelo tratamento que dá para a obra histórica. Basta ler Eric Hobsbawn e Paul Johnson para ver como o mesmo fato histórico recebe interpretação totalmente diferente dependendo do quem o conta.
Com certeza eu leio muito sobre economia, filosofia, política, religião, etc. Afinal, não teria como eu estudar sobre as relações entre judeus e cristãos sem saber um pouco dessas áreas. Mas não deixo teorias de outras disciplinas dominar a minha leitura da evidência a minha disposição e sim aplico o inverso, as uso como ferramentas que me ajudam a entender o que se passa na minha documentação ou para preencher os espaços em branco. A minha tese inclue capítulos sobre economia, política, relações sociais, conflitos inter e intra-culturais, etc…
E quanto ao juízo de valor, não quiz dar a impressão de que o historiador não é influenciado pela sua própria cultura e contexto. Foi-se o tempo em que se pregava o objetivismo absoluto na historia. Hoje qualquer historiador que se preze tem consciência de suas limitações e das escolhas que faz ao empreender um trabalho. É claro que ele faz um juízo quando decide se concentrar mais em um aspecto da historia do que em outro. O que eu quiz dizer é que não cabe a mim, ao estudar um caso de violência de cristãos contra judeus, por exemplo, dizer que os cristãos são crueis e que o judaismo é uma cultura superior por valorizar mais a educação. O meu papel é tentar entender os fatores que levaram ao conflito em questão, estudando as pistas deixadas pelas pessoas envolvidas em tal conflito. Não adianta eu ficar revoltada e querer condenar os culpados. Isso não constribuirá em nada.
E aqui eu cito Richard Evans: “…it is important not to confuse objectivity with neutrality, indifference, or lack of passion.” Aliás, deixa eu citar o resto do parágrafo:
“The pursuit of history, Haskell argues, ‘requires of its practitioners that vital minimum of ascetic self-discipline that enables a person to do such things as abandon wishful thinking, assimilate bad news, discard pleasing interpretations that cannot pass elementary tests of evidence and logic, and, most important of all, suspend or bracket one’s own perceptions long enough to enter sympathetically into the alien and possibly repugnant perspectives of rival thinkers.’
All this needs “detachment”, the ability not to put oneself at the center of a view of the world, as the most narcissistic of the postmodernists do, but to develop what Haskell calls ‘ a view of the world in which one’s own self… appears merely as one object among many.’ Otherwise, for example, how would we be able to understand phenomena like Nazism or individuals like Stalin and Pol Pot?
None of this means that historical judgment has to be neutral. But it does mean that the historian has to develop a detached mode of cognition, a faculty of self-criticism, and an ability to understand another person’s point of view. This applies as much to politically committed history as it does to a history that believes itself to be politically neutral. Politically committed history only damages itself it it distorts, manipulates, or obscures historical fact in the interests of the cause it claims to represent.”
Essa passagem está em um dos livros que eu estou pra mandar pra vc…
“o mesmo fato histórico recebe interpretação totalmente diferente dependendo do quem o conta.”
Me considero satisfeita se meus alunos chegam ao final do ano tendo aprendido ao menos isso… O que não quer dizer que todas as interpretações são igualmente válidas…